CAPÍTULO 7

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Alee'Na chegou às Covas um pouco mais tarde que o de costume, e colocou seu nome na lista, para surpresa do Ordenador.

— Achei que não viesse hoje — ele disse. — A pancada de ontem foi bem feia.

— Estou perfeitamente bem. — Ela se debruçou sobre o balcão. — Então coloque meu nome aí. Tenho certeza de que ainda tem alguma luta em aberto.

— Na verdade tem sim. — Ele passou os olhos pelo papel diante de si. — Um novato se inscreveu há alguns minutos e ainda está sem adversário.

— Novato?

— Sim, um rapaz. — Ele deu de ombros. — Atende pelo nome de Wys.

Alee'Na enrugou as sobrancelhas.

— Wys? Só Wys?

— Foi o que ele disse.

— Tá. Tanto faz. — Ela gesticulou em direção ao papel na mão dele. — Me coloque com esse tal de Wys.

— Como quiser. Mas será a última luta da noite. Arena I.

— Tenho escolha?

Ele não respondeu. Apenas colocou o nome dela na lista e se dirigiu ao enorme quadro negro que mostrava o cronograma de lutas da noite.

Alee'Na se sentou diante do bar, do outro lado do salão, e pediu um copo d'água. Era melhor não misturar álcool com o analgésico de Airik. Já se sentia entorpecida o bastante.

Passou a próxima hora sozinha, sentada em um canto pouco iluminado do balcão, ouvindo os gritos e estrondos vindos das três arenas. Algumas pessoas conhecidas passavam por ela e a cumprimentavam, mas nem sinal de Meltian, ou de Airik e Milliard, como ela já esperava.

O fim de mais uma luta foi anunciado na Arena 1, o que significava que a vez dela se aproximava.

Alee'Na vasculhava a multidão em busca de rostos estranhos, tentando descobrir quem seria o misterioso Wys. Novatos eram raros nas Covas, e geralmente ela batalhava com veteranos.

Ela começou a se aproximar da arena na qual a última luta antes da dela ainda acontecia. Com a aproximação do fim da noite, o lugar estava começando a ficar mais vazio, e ela conseguia evitar que as pessoas esbarrassem em seu ombro ferido.

A multidão gritou e o juiz decretou o fim de mais uma batalha. Era chegada a hora.

— Alee'Na Stryd contra o novato Wys! — anunciou a voz ampliada.

Ela se aproximou da arena e deixou que um garoto a ajudasse a vestir a armadura, enquanto tentava avistar o adversário do outro lado do palco da luta. Alee'Na conseguiu ter um rápido vislumbre de cabelos negros antes de serem cobertos pelo capacete.

Ela riu baixo. Novatos...

— Competidores, aproximem-se da arena — pediu o juiz.

Alee'Na desceu as escadas para dentro do retângulo escavado no chão. Do outro lado, um rapaz fez o mesmo.

Ela certamente nunca havia visto seu rosto na vida.

Ele tinha os cabelos negros e a pele muito clara. Parecia ter aproximadamente a mesma idade que ela. E tinha olhos estranhos. Muito estranhos.

Mesmo à distância ela pôde ver que eram acinzentados. Não, mais que isso. Prateados. Pareciam se mover como o reflexo da luz do sol em uma piscina.

Ele vestia preto da cabeça aos pés. Assim como ela, tinha algo de feroz naquele olhar prateado. Não era o olhar de um novato.

— As regras são simples — a voz do juiz ecoou. — A luta vai até que um dos competidores seja nocauteado ou desista. Uma vez derrubado, o competidor tem dez segundos para ficar de pé novamente antes de ser decretado perdedor. Não nos responsabilizamos pela vida de ninguém, mas o competidor que causar a morte de seu adversário será permanentemente banido das Covas, assim como aquele que ferir alguém fora da arena. Cada competidor está autorizado a usar apenas um elemento. Na luta de hoje, ambos os competidores estarão lutando com o elemento fogo.

As Crônicas de Adhelar - Livro 1 [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now