Quatro

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(Sem correção, desculpem os errinhos)

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Mariana D'Ávila

Ouvi o barulho do chuveiro e o cheiro cítrico do sabonete exalou pelo quarto, os meus olhos ainda apertados pelo sono somado ao cansaço da noite, se direcionaram para a porta do banheiro. 

Permaneci deitada, abraçada ao travesseiro branco, pensativa e preguiçosa. 

Mesmo que fizesse parte da minha rotina, toda vez que eu acordava ao lado de um estranho em um quarto de hotel, vinha consigo uma carga de culpa acompanhada da sensação de sujeira. Não sentia orgulho da minha profissão, mas infelizmente era o que proporcionava o dinheiro suficiente ou, quase suficiente para custear os gastos constantes dos diversos tratamentos que minha mãe fazia. Muitas vezes faltava, o que me obrigava a ralar mais e mais.

David ao menos não era tão estranho assim. O Irlandês frequentava o Le Luxe desde antes da minha chegada. E quando fui contratada para definitivamente servir a casa, ele me escolheu como companhia, para passar todas as noites que se hospedava em Seattle. Era um homem rico, empresário da indústria farmacêutica, casado e bem resolvido. 

 — Bom dia, bela. 

— Bom dia, David— me sentei devagar na cama, estendi os braços me espreguiçando enquanto observava o homem passar a toalha branca nos fios loiros e lisos do seu cabelo.

— Está como uma leoa— sorriu admirando meu cabelo que, com certeza estava parecendo um ninho.

— Imagino que sim— sorri também com o comentário e levantei, enrolando-me no lençol.

— O serviço de quarto logo traz o seu café da manhã. Tome um banho para relaxar, bela. Você apagou de tão cansada que estava, espero não ser o culpado disso— se aproximou e segurou meu queixo, me roubou um beijo rápido e abriu o freegobar ao lado da cama.

— Não, você não tem culpa— tomei a garrafinha de água da mão dele, e ele me fuzilou com o olhar, brincando. Bebi uns goles e devolvi.

— Se eu não fosse casado... Você já seria minha mulher— o irlandês sem vergonha suspirou, estudando o meu corpo de cima a baixo. Ignorei o comentário e virei-me de frente ao espelho do banheiro.

Mexi nos meus cabelos em uma tentativa falha de penteá-los com os dedos, e o prendi fazendo um coque no topo da cabeça. Tomei uma ducha rápida e saí enrolada na toalha de algodão. O café estava em uma bandeja no meio da cama. David falava algo no celular próximo a janela grande do quarto, seu sotaque puxadíssimo as vezes me confundia, e eu também não fazia a mínima questão de saber nada da vida dele, além do que ele se sentia confortável de contar. 

— Bela, tenho que ir. Espero que tenha um bom dia— capturou novamente meu queixo e distribuiu beijos no meu rosto todo— Deixei na gaveta, ali— olhamos juntos para um criado mudo— Não sei se ficarei até amanhã na cidade, mas será um prazer tê-la essa noite se caso sim.

Princípio Vital DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now