Cinco

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(O furinho no queixo ♥)

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(O furinho no queixo ♥)

Valentim Del Torre 

Cheguei em casa no final do dia, tomei um banho e estava me arrumando para ir ao hospital quando Vivian entrou no quarto, parou na porta do banheiro e ficou me observando.

— Querido, podíamos sair jantar— sugeriu.

— Vou para o plantão— passei a toalha mais uma vez no cabelo, e a joguei no meu ombro.

Coloquei uma blusa de inverno e parei em frente a extensa pia, para escovar os dentes.

Senti uma repulsa involuntária quando ela apareceu por trás e me abraçou, beijando meu ombro e inalando o cheiro da minha roupa.

— Fica para jantarmos juntos, por favor— pediu sussurrando.

Lavei minha boca e virei-me saindo dos seus braços devagar.

— O trabalho em primeiro lugar, Vivian.

Ela respirou fundo fechando os olhos, e eu sabia que estava tentando se controlar para não surtar. Mas esse exercício de auto-controle era sem sucesso na maioria das vezes, Vivian era completamente desequilibrada.

— O trabalho em primeiro lugar? Você sempre colocou Ana em primeiro lugar.

Olhei para ela, e mesmo ao decorrer desses dois anos, ela conseguia me surpreender e me deixar descrente.

— Até porque ela era minha filha— expressei o óbvio.

— E eu sou sua esposa— disse brava.

— Isso não significa que eu sinto vontade de estar com você — pendurei a toalha e saí do banheiro.

Estava revisando minha maleta quando Vivian colocou as mãos no quadril, ao lado da cama.

— Você tem outra, não é? Está comendo alguma vadia por aí? É por isso que não sente falta, por isso que não faz nada comigo. Pois fique sabendo que eu vou descobrir quem é e vou acabar com essa histórinha.

— Pirou, Vivian? Largou as sessões com a sua psiquiatra?— franzi as sobrancelhas, exasperado.

— Só pode ser. Querido, você sequer me toca, não me olha, não me beija. Só pode estar suprindo isso com alguém.

Mariana apareceu na minha cabeça sem que eu anuísse.

Sorri ao lembrar da nossa manhã e tarde juntos. Mas não, eu não a usaria como um "alguém para suprir" carência do meu casamento, jamais!

Virei a noite com Álvaro no hospital. Mandei mensagens para Mariana, desejando tê-la ao meu lado. Porque estava sentindo sua falta desde o momento em que a deixei em sua casa. Ela não respondeu, como de praxe.

Óbvio que ela tinha alguém.

Alguém como Mariana não teria?

A desculpa esfarrapada da sua amiga para justificar a marca de um bom sexo no pescoço, foi cômica. Optei por entrar na farsa já que não tinha nenhum mínimo direito de cobrar satisfações dela, embora eu quisesse muito.

Princípio Vital DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora