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Mariana D'Ávila
—Tire a roupa — sua boca encostou na minha orelha e pediu sem mais delongas.
Vagarosamente eu comecei a desabotoar meu casaco comprido. O homem grande e vigoroso voltou a se sentar, com um copo de whisky na mão. Seus olhos miravam as minhas cochas e em cada movimento do meu quadril, que seguia o ritmo sensual do blues que ele havia escolhido.
Deixei o sobretudo cair no chão e virei-me de costas, deslizando minhas mãos da minha cintura até as minhas pernas, abaixando lentamente até sentar nos calcanhares. Olhei-o por cima do meu ombro e vi seu punho fechado ressaltando as veias em seu braço forte.
Saulo tinha se despido do terno, continuou somente com uma camisa preta arregaçada nas mangas. Vez ou outra sorvia a bebida, mantendo-se compenetrado em mim.
O chamei com o dedo e delicadamente coloquei meus cabelos para um lado, oferecendo-o as minhas costas.
— Abra— pedi, mostrando o zíper comprido do meu vestido.
O homem veio audaz, desceu um pouco o zíper livrando o meu pescoço da gola, e então começou a beijar minha nuca, mordeu meu ombro que logo ficou nu e então parou o fecho na altura da minha lombar.
— Vou foder o seu traseiro até você não conseguir sentar— senti uma mordida no lóbulo da minha orelha.
Confesso que sua voz me deixou extasiada. Fechei meus olhos e inclinei a cabeça para trás, deitando-a em seu ombro. Ele emaranhou meus fios com força entre seus dedos e eu entreabri a boca. Seu sorriso malicioso expôs seus dentes brancos e me causou um calafrio. Saulo dava medo.
— Fique sem nada — acertou um tapa cheio na minha bunda e se afastou.
Passei as mangas pelos braços e abaixei todo o tecido até tê-lo em meus pés, dei um passo para fora e abaixei-me para pegá-lo. Joguei para Saulo, que levou a peça até o nariz e cheirou fechando os olhos.
— Se a sua boceta for tão gostosa quanto o seu cheiro....— fixou os olhos nos meus.
— É mais, eu garanto— apoiei meu pé no estofado da poltrona entre as pernas dele.
Senti sua mão passar pelo meu scarpin, depois subiu para a panturrilha até o final da minha coxa.
Tirei as meias pretas devagar, descalcei e calcei novamente os saltos.
— Beba— me deu o seu copo e eu neguei com a cabeça.
— Obrigada, prefiro ficar sóbria.
— Não estou pedindo, estou mandando— continuou com o copo na minha frente— Beba tudo.
Minha mente relutou, mesmo contrariada eu peguei o whisky e virei todo o líquido, que desceu queimando minha garganta.
— Muito bem, menina— o tapa que ele deu no meu rosto me pegou completamente desprevenida. Ele sorriu ao me ver assustada e então se levantou, fechando a mão em meu pescoço.