CAPÍTULO ONZE

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— Pode começar

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— Pode começar. — peço para a garota em minha frente.

— Sou Isabel Mazzen, tenho dezenove anos — engole em seco. — Eu tinha quinze anos quando minha mãe conheceu Vagner Lewis, ele era um homem bom quando eu o conheci, ele nunca tinha mostrado nenhum tipo de comportamento estranho. Nunca conheci meu pai verdadeiro, então nunca tive a presença paterna na minha vida, e eu queria ter o Vagner como meu pai — sua amiga segura sua mão.— Mas tudo mudou depois de um ano, minha mãe começou a ter que ficar mais tarde no serviço, e eu tinha que ficar com ele em casa, sozinhos.

"No começo Vgner não se importava com a minha presença, entretanto, teve um dia em que um dos seus amigos estava em casa, eles estavam bebendo e assistindo futebol, eu fiquei em meu quarto mexendo em meu celular, e aquela noite foi a pior noite da minha vida — chora. — Ele entrou no quarto com o seu amigo, os dois estavam rindo e com uma bebida na mão, eu fiquei assustada e automaticamente, comecei a chorar. Vagner subiu na cama, em cima de mim. Eu pedi por favor para ele parar, e eles só riam da minha cara, até que seu amigo quebrou a garrafa de bebida da minha cabeça, eu fiquei tonta e acabei não conseguindo me defender — ela tem um olhar perdido. — Quando eu acordei senti minhas pernas doloridas, minha cabeça doendo, tinha sangue pela cama e pelas minhas pernas, e eu estava totalmente nua."

— Quer parar ? Continuaremos depois. — pergunto.

— Não, eu quero terminar logo com isso — diz suspirando. — Eu estava tremendo, com medo e com dor. Eu andei pela casa do jeito que eu acordei, mesmo ainda não conseguindo controlar os meus passos, a casa estava vazia, nem minha mãe estava ali. Quando olhei no relógio, já passava das oito da manhã. Eu então fui tomar um banho, me limpar, minha mãe sequer tinha ido no meu quarto me ver, e eu não tive coragem de ir ao médico e nem ir a uma delegacia. Eu não tinha coragem o suficiente. E eu me odeio por isso.

"Eu me lembro que quando minha mãe chegou naquela noite, eu tentei ir falar com ela, entretanto, Vagner estava na cola dela, e eu fiquei ainda com mais medo, seu amigo também estava lá, e por esses motivos, eu não fui forte e corajosa para contar tudo para ela — ela me olha com lágrimas caindo pelo seu rosto. — Todas às noites ele ia me ver, todas as noites eu aguentei calada sem coragem para contar para alguém, eu aceitei aquilo, eu aceitei as suas mãos imundas em mim, eu deixei, por que eu deixei ? Por que?"

Me levanto vendo que Isabel surtou, sua amiga a abraça murmurando algumas coisas baixas para que só elas escutem.

Fico ali assistindo tudo quieto, sem saber o que fazer. Escutar o seu depoimento me deixou com vários sentimentos, raiva, angústia, desespero e raiva.

— Podemos continuar amanhã ? — sua amiga pergunta.

— Claro ....

— Não, eu quero continuar agora, eu consigo. Eu só quero terminar ...

VICENZO » Série Irmãos Ambrosio # II Where stories live. Discover now