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Heaven

Eu estava tão feliz que quebrei minha cama com o Will naquela noite. Tão feliz que pensei em comprar um presente de Natal até para o mala sem alças e sem rodinhas que o Chefe é — e incrivelmente não eram alças e rodinhas que eu tinha em mente.

Tão feliz que eu podia gritar para o mundo ouvir. Mas preferi gritar isso na boca do Will, é mais educado. Ele não reclamou de nada, pelo contrário, ficou feliz comigo. Pela manhã, mesmo exausta, saí da cama quebrada e descobri os nomes responsáveis pela minha felicidade.

Julia e Elle. Julia, a nova advogada do Peter, conseguiu reunir todas as provas de defesa que o Reagan, o advogado antigo dele, havia escondido. Eu disse que aquele cara odiava o Peter. Elle, a vítima viva do carro do Anthony.

Quem diria que o cara tinha companhia? Enfim, a Elle estava na última festa do jogador assim como a Marianne, e acabou entrando no carro do Anthony em uma tentativa de fazê-lo não dirigir drogado, e o bom coração a colocou no olho do furacão. Felizmente, não se feriu no acidente, e pôde lembrar de quem o entorpeceu, livrando o Peter. A Julia não disse quem, mas eu sabia quem era.

— Linda, — o Will surgiu de pé atrás de mim, — por que você está escrevendo um novo livro?

— Não é um livro. São formas de deportar uma pessoa.

— Por que você vai deportar seu irmão?

— A irmã dele. — corrijo — Porque, perto dele, ela vai destruir tudo que ele ama. Se eu pudesse, colocava eu mesma ela num barquinho de madeira e mandava remar até a Europa. — sorrio.

— Não sorria assim, Heaven, que medo.

Meu sorriso só aumenta quando anoto mais um modo, de acordo com documentos oficiais. Não vou forçar a Anne a sair, mas usar o que ela fez para fazê-la ir. O Will aperta meus ombros e se abaixa para me dar um beijo.

— Suas anotações são dignas de serviços de inteligência. Esteja pronta para sairmos em uma hora.

— Will, podemos passar na casa do Peter? Preciso pegar algumas coisas lá. — ganho um olhar desconfiado — Nada que ele não me deixe mexer, juro.

— Tudo bem. Você tem a chave ou vai invadir?

— Eu não invadiria a casa dele, ele tem armadilhas.

Vamos direto para a casa quando saímos, e estranho não ouvir os latidos do cachorro dele quando o carro para. Obviamente, ele deve ter pedido que alguém ficasse com o animal. Quando piso no gramado ouço a respiração inconstante do cachorro na cerca do vizinho.

— Ei Amigão, como vai garoto? — acaricio a cabeça dele.

— Garoto? — o Will soa confuso — É uma fêmea.

— Não, não é... — olho para baixo e vejo oito tetas.

Não acredito que o Peter tem uma cachorra há um ano e não sabe o sexo dela. Eu não tinha como saber, a única vez que visitei aqui nesse ano, ele prendeu ela no quintal porque tinha brincado na lama e ia tomar banho assim que eu saísse.

— Amigão, eu só espero que você não engravide. O Peter enlouquecerá se voltar pra cá e encontrar filhotinhos. — afago ela.

Provavelmente viverá por eles. Checará de hora em hora se todos estão respirando, alimentará todos com os suplementos caríssimos indicados pelo veterinário, porque faz bem para eles, pagando com o dinheiro que ele não tem, mas trabalhará em dobro pra arranjar, e fará todos dormir cantando. Este é o pai que o meu irmão é.

Amor Falso - Série Endzone - Livro 3Where stories live. Discover now