Capítulo 11

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Estava escuro e eu caminhava entre a escuridão até pontos de luz com diversas cores surgirem a minha volta, era como se eu estivesse flutuando entre elas e quanto mais eu adentrava mais forte o brilho e as cores ficavam.

Havia uma cadeira ao longe, parecida com um trono feito de escuridão e estrelas, em pedaços, solitário em meio as luzes.

Uma voz falou em todas as direções:

Você não deveria ter vindo para cá. Vá embora, pedaço de mim. Antes que seja tarde.

Então acordei suando frio e derrubando todas as cobertas no chão.

A luz da vela que acendi antes de dormir estava pela metade e fiquei a encarando, incapaz de voltar a dormir. A vi sumir e o sol surgir por entre as frestas da cortina e Amália entrar no quarto.

— Já está acordada — disse, surpresa. — Que bom, vamos. Vá se lavar, hoje será um dia especial.

Algo no seu tom me deixou repentinamente alerta e me esqueci do sonho estranho.

— O que havera de tão especial?

— O rei as convocou para o desjejum, então se apresse — me levantei e fui me lavar.

Quando terminei e Amália me declarou apresentável sai do quarto com a barriga dando voltas.

Vi Ivna no corredor e a cara dela não era melhor que a minha, Marcta saiu do seu quarto e perguntei:

— Ele fez isso na outra competição?

Ela negou e afastou um cacho castanho claro do rosto.

— Não, talvez tenha feito quando eu fui desclassificada.

Assenti e as outras princesas saíram de seus quartos e aguardamos Clarissa que não demorou muito para aparecer.

— Vejo que estão empolgadas — nem mesmo Yanna parecia a vontade com a situação, seu rosto estava pálido. — Vamos.

A seguimos até um grande salão na ala real. O lugar a ponto de entrar em colapso entre ser brilhante e sombrio. Janelas longas foram abertas para deixar a luz entrar e mesmo assim as sombras insistiam em continuar em cada canto, atrás de vasos grandes com desenhos pintados numa cor azul escura.

O teto era oval e três candelabros estavam pendurados.

Uma mesa longa retangular se encontrava no meio com uma toalha e vários tipos de comidas salgadas e doces bem elaborados.

O rei estava sentado na ponta da mesa e girava lentamente uma taça de ouro na mão.

Ele usava uma roupa em um tom de azul escuro com várias medalhas no peitoral. Como também uma capa azul longa com pelos dourados na parte de cima, circulando seu pescoço.

Na cabeça uma coroa de ouro grande com pedras ovais azuis quase negras eram distribuídas de forma desigual. Havia partes pontudas apontadas para cima como espinhos finos que formavam ramos e até mesmo rosas e no centro da coroa um leão rugindo.

Ele nos olhou e as princesas fizeram uma reverência, as imitei segundos depois, foi apenas uma hesitação e mesmo assim ele percebeu e me encarou.

Seus olhos azuis iguais aos de Edward me mediram, vi claramente seu julgamento rápido e perca de interesse, eu não era digna de sua atenção e agradeci por isso.

— Então vocês são as competidores do meu filho — disse uma voz meiga ao lado do rei.

A rainha usava um vestido amarelo que deixava seu rosto pálido e de uma aparência doente. Era bonita, apesar disso.

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