Prólogo

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Na montanha mais alta, onde quase era possível tocar as estrelas, onde a neblina densa poderia facilmente ser confundida com nuvens. Onde o vento rasgava o ar de forma sinuosa e cálida. Onde do chão brotava as mais inigualáveis e exóticas plantas. Lugar onde o clima entrava em constante debate.

Um Palácio branco opulento e grandioso, com torres longas e janelas majestosas com uma vista arrebatadora descansava em aparente paz.

Um cenário belo, que só poderia ser habitado por seres belíssimos.

No salão de entrada, no qual o chão era possível ver seu reflexo e se observasse mais sua própria alma. Ali, sentados em seus tronos, os deuses olhavam com divertimento e até tédio para a figura humana corajosa que veio até eles com um pedido singular.

Nenhum deles disse nada por um longo tempo.

O pequeno humano, sem magia ou qualquer proteção encarava aquelas criaturas belas com autoridade, como se seu pedido fosse uma ordem mesclada em um falso por favor.

Não olhava nada além deles, não notou os criados belos e diversos que percorriam o salão. Sequer se importou em admirar a beleza do ambiente, não. Aqueles que não possuíam o que ele almejava eram apenas poeira e deveriam ser ignorados.

Esse foi seu primeiro erro, ignorar a criatura sentada em um dos tronos mais afastados, um garoto de cabelos loiros e olhos penetrantes. Uma criança que sorria para ele de forma predatória e divertida.

Não, ele apenas fez seu pedido e o pequeno ser mágico o parabenizou, nenhum dos deuses disse nada quando a criança falou.

Admirou a coragem do humano e lhe deu mais do que havia pedido.

— Assim como um cavalheiro precisa de um escudo, ele também necessita de uma espada — disse o garoto com uma voz fina e o humano teve que enfim olha-lo, porém ele já estava em pé, de costas e indo embora, não teve tempo de gravar suas feições e agora já duvidava que era um garoto, era miúdo demais. — Vou lhe emprestar a minha, sei que fará bom uso dela — falou por sobre o ombro, em uma suave voz.

— Qual o preço que devo pagar? — perguntou e novamente olhou para os deuses e cada um ali manteve o rosto neutro, mal passavam de estátuas vivas.

— Ora, está olhando para ele — disse o garoto antes de sumir gargalhando de forma sonora.

Um vento gélido recaiu sobre todos ali quando por fim o garoto foi embora do salão, a figura humana tinha sido marcada e agora poderia desfrutar dos itens mágicos que havia ganhado e que repousava na sua bolsa de couro e de sua mais nova espada.

Quando ele saiu do Palácio sem agradecer aos deuses, os mesmos soltaram um suspiro de alívio coletivo. Queriam impedi-lo, mas não havia mais nada a ser feito.

Ele tinha selado o destino de todos, assim como a magia.

Princesa de VidroTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang