CAPÍTULO X

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CAPÍTULO X

Mais tarde, eles fizeram bom uso dos roupões, embrulhando-se no tecido macio e atoalhado, e caminharam de volta até a casa.

Passava da meia-noite, e Anastasia tropeçou de leve no caminho de terra batida, os archotes ardendo tão suavemente que vários haviam se apagado.

Christian segurou-lhe o cotovelo, ajudando-a a manter o equilíbrio enquanto chegavam até os degraus de pedra que conduziam ao terraço mais baixo da casa.

Anastasia sorriu em agradecimento, tão calma que não precisou de palavras. Falar parecia redundância depois de tudo o que acon­tecera. Fora a noite mais surpreendente, mais perfeita de sua vida. Ela sabia que poderia nunca mais vivenciar uma noite como aquela, sabia que a intensidade, a química e a paixão que sentira eram únicas e tinham se dado pelo fato de ter estado com Christian.

Não precisava que ninguém lhe dissesse que não eram todos que se amavam daquele jeito. Não precisava de uma dúzia de parceiros para reconhecer que, o que encontrara, o que sentira, era algo que poucas pessoas chegavam a ter. De algum modo, fora abençoada, acabara se tornando uma entre aquelas pessoas afortunadas.

A casa estava silenciosa, a maioria das luzes internas com a intensidade diminuída. Aqui e ali, uma lâmpada difusa iluminava uma obra de arte e algumas das esculturas maiores de bronze. Mas luzes não eram necessárias com o luar se filtrando pelas imensas vidraças. A casa parecia uma extensão da noite quente e sedutora, e Anastasia conteve a respiração por um momento, dizendo a si mes­ma para se lembrar, para não se esquecer de nada.

Aquilo era uma mostra do paraíso, pensou, alegria transbordan­do de seu coração. Ter sido amada por ele daquela maneira, por seus lábios e mãos tão ternos, por seu corpo ardente. Sentir-se tão bem, tão realizada com alguém. Christian guiou-a até a cozinha.

— Está com fome?

— Sim. E com bastante sede.

— Pegue uma das banquetas.

Anastasia sentou-se junto ao balcão, dando-se conta de como seu corpo estava sensível. Decididamente não era mais uma virgem. Graças a Christian, sabia de muito mais do que soubera àquela mes­ma hora no dia anterior.

Christian abriu a grande geladeira, reunindo frutas, queijo e garrafas de água mineral.

Levou tudo para o balcão antes de localizar um filão de pão, manteiga e uma faca.

Era como um piquenique, estarem sentados ali ao balcão sob luzes difusas. Comeram pão e queijo e, enquanto Christian cortava fatias de manga e mamão, não conversou.

Anastasia ficou contente, palavras teriam arruinado o momento. Gostou do silêncio, da quietude, do senso de mistério.

Até aquela noite, nunca havia realmente vivido. Até aquela noi­te, nunca se sentira bem na própria pele. Sempre se achara comum demais antes, tão insegura e desajeitada, mas nos braços dele sen­tira-se adorável. Tanto por fora quanto por dentro.

Não mais uma garota, mas agora uma mulher.

Havia certos ritos do ingresso na vida adulta, e naquela noite fora iniciada no mais significativo de todos.

Não era algo apenas sobre sexo, pensou, enquanto saboreava uma fatia de mamão, mas sobre viver. Era uma coisa amar um homem de todo o coração, mas algo completamente diferente amá-lo com a alma.

Amava Christian com todas as suas forças e ter feito amor com ele apenas acentuara sua confiança, solidificara sua lealdade. Não importando o que acontecesse no futuro, sempre seria parte dele, e ele, dela.

A secretária de Christian GreyWhere stories live. Discover now