CAPÍTULO XI

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CAPÍTULO XI

Ele amara Charlotte, mas não era capaz de amar a ela, Anastasia.

Não me apaixono mais.

Anastasia não conseguiu tirar as palavras de sua mente e nada foi exatamente mais o mesmo depois daquilo.

Eles ficaram na ilha por mais três dias e, aparentemente, o relacionamento físico permaneceu o mesmo, mas havia uma nova espécie de tensão entre os dois, um atrito que não existira antes.

Era uma questão quase amarga para Anastasia que Christian ainda a levasse ao auge do prazer, que ainda aplicasse sua imensa habi­lidade para extasiá-la, pois não era a satisfação física que ela queria tanto quanto a emocional.

Aquilo era apenas sexo? Christian conseguiria amá-la algum dia? E se era apenas sexo, não seria inevitável que ele acabasse se cansando dela?

No último entardecer de ambos em St. Jermaine, Christian foi velejar sozinho e Anastasia ficou na varanda, contemplando o céu e o horizonte. Esperando para ver seu último pôr-do-sol ali.

Com o coração oprimido, observou a grande bola de fogo descendo lentamente, até parecer desaparecer no meio do oceano e, enquanto a água explodia numa profusão de matizes de laranja, vermelho e ouro, lágrimas encheram os olhos dela.

Adeus, paraíso. Estava pronta para ir para casa.

Eles chegaram a Nova York no final da tarde de domingo. Christian tivera dois carros à espera no aeroporto. Uma limusine para Anastasia, a outra para si mesmo e o sr. Foley.

Então, estava terminado, pensou ela, de um instante para o outro. Uma semana de sexo sensacional e, então, colocar a garota num carro e mandá-la seguir seu caminho.

Enquanto a limusine deixava o aeroporto, Anastasia teve tempo de sobra para pensar. Não tinha certeza da razão para Christian ter esfriado em relação a ela, mas sabia de seus próprios motivos para tê-lo feito em relação a ele. Não era apenas por causa do emprego, Charlotte, ou Annika... era pela completa falta de comprometimen­to emocional da parte de Christian.

Nenhuma palavra de amor. Nenhuma promessa de segurança. Apenas: "Eu pagarei as contas desde que você continue a cuidar de mim".

Talvez ele não quisera dizer aquilo exatamente, porém era como parecia, algo um tanto sórdido.

Mas ela sabia que, desde o início, aquela situação estivera fa­dada a semelhante desfecho. O que fazer se era uma romântica incorrigível? De qualquer modo, o fato era que não se podia subs­tituir sexo por amor. Não se podia ter amor sem sexo. Mas o fato era que não tinha uma simples atração por Christian, estava apai­xonada. E qualquer que tivesse sido o jogo que estivera fazendo recentemente só teria a perder.

Apenas quando se livrou do motorista e se viu na privacidade do saguão de seu prédio, permitiu que as lágrimas que estivera contendo rolassem livremente por seu rosto. Se ao menos Christian tivesse lhe dito algo carinhoso quando haviam se separado! Se ao menos tivesse falado:

— Obrigado por uma ótima semana. Cuide-se bem. Estarei pensando em você. — Mas nem um palavra. Nem um bendita palavra.

Anastasia subiu até seu apartamento no décimo-primeiro andar e ficou chocada. Encontrou a porta destrancada e, quando a abriu, pôde logo constatar que seu apartamento fora invadido. Toda a sua mobília fora revirada, roupas estavam amontoadas, vidro quebrado espalhava-se pelo chão.

Largando a mala, correu de volta até o elevador. Era como se estivesse correndo em câmera lenta, o terror dominando-a, distor­cendo a realidade.

A secretária de Christian GreyWhere stories live. Discover now