Fênix - Ren

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Depois de tomarmos o café da manhã, entramos no barco a motor e seguimos para a Ilha Barren. Kelsey estava nervosa, com medo do vulcão, que estava em atividade. Ela contou histórias sobre a erupção de um vulcão que devastou uma cidade inteira e reclamou que não estava conseguindo respirar direito, por causa das cinzas. Eu tentei acalmá-la e lhe ofereci uma máscara feita pelo lenço, para ajudá-la a se sentir melhor.

Kelsey teve um pouco de dificuldades para escalar até o topo do vulcão e eu tive que segurá-la algumas vezes em que ela escorregou. A vista do topo era incrível. Paramos ali para discutirmos a melhor maneira de descermos para o centro do vulcão.

— Faremos uma corda com o Lenço Divino e desceremos de rapel até lá embaixo.

— Vocês tem certeza de que a entrada para a Cidade de Luz está lá em baixo?

— Não é uma ilha grande, Kells. Se não está lá embaixo, então vamos procurar por toda a ilha até encontrar — Kishan respondeu.

Todos nós colocamos luvas e depois Kishan prendeu as cordas ao redor do corpo de Kelsey e em uma árvore grossa. Estávamos prestes a caminhar na face da rocha, utilizando uma roldana e um sistema de cordas para nos impedir de ir muito rápido.

— Não salte. Não se empurre para trás. Somente caminhe lentamente. Ren estará abaixo de você e eu estarei ao seu lado. Não vamos deixá-la cair. Está pronta? — Kishan perguntou calmamente.

Ela assentiu e eu comecei a descer, jogando meu corpo para baixo. Parei alguns metros abaixo e olhei para cima. Kelsey me espiava da borda do vulcão.

— Vamos Kells. Estou bem aqui. —Falei gentilmente.

Ela começou a descer devagar, mas ficou nervosa e começou a balançar. Kishan a pegou e ajudou a se ajeitar. Ele sorriu e disse:

— Você está bem, bilauta. Solte e deslize para baixo até onde Ren está.

Chegamos lá em baixo e começamos a caminhar. A caminhada pela superfície árida foi lenta e complicada devido as pedras de rocha maciça, que muitas vezes barraram o nosso caminho. Ocasionalmente, pisávamos em algumas bolhas carbonizadas que estouravam em grânulos de pó. Vapores sulfurosos subiam de rachaduras finas. Quando a bota de Kishan rompeu a crosta negra em um local, vapor escaldante explodiu para fora do buraco e queimou a pele de seu braço. Ele olhou para Kelsey, que estava nervosa e tocou o Kamandal.

— Vamos nos curar, Kelsey, e se algo acontecer com você, usaremos o elixir da sereia.

Não demorou muito para chegarmos a um grande buraco que brilhava com uma ligeira luz. Eu me abaixei para olhar lá dentro.

— É um canal de lava, provavelmente ativo.

— Então lava virá jorrando de lá?

— Eu não sei.

— Bem, o que devemos fazer? Ir em frente ou entrar?

Kishan se inclinou sobre a abertura.

— É muito quente. Ela não vai sobreviver.

— E vocês dois? Suponho que não queiram sua pele queimada também.

— Então seguimos em frente.

Recomeçamos a caminhada, seguindo em frente, até que Kelsey parou, perguntando se tínhamos ouvido algo.

— Ouvir o quê? — Kishan perguntou.

— É uma... canção.

— Não ouvi nada — respondi.

— Nem eu — Kishan acrescentou.

O destino do tigre - POV tigresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora