Promessas

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SUNIL

Quando o mestre me disse que eu deveria deixar minha irmã, eu não questionei. Outrora eu fora um cético, um homem controlador e racional, mas tudo o que eu vivenciará nos últimos tempos, levaram-me a crer em coisas que antes me pareciam impossíveis.

Minha irmã se tornaria uma Deusa, portanto, deveria recomeçar sem mim. Phet me explicou que o destino reservara um companheiro de vida para a minha irmã, um Deus, como ela. E que este Deus estaria a seu lado, cuidando dela e ajudando-a em sua missão. Ele também me disse que o destino havia um lindo presente para mim, portanto, eu deveria seguir com Kelsey para um tempo futuro, muito diferente daquele que eu conhecia, mas que eu iria aprender rápido a viver nesse novo mundo e seria feliz.

Eu estava triste por deixar minha irmã. Ana estava vulnerável, solitária. Nós conversamos na noite após a batalha. Ela se sentia culpada pelo que acontecera ao tigre branco, e mesmo que Kishan o tenha trazido de volta, ela não conseguia se perdoar.

Anamika me disse que se sentia mal em ser chamada de deusa, pois a verdadeira deusa era Kelsey e era ela quem deveria assumir essa função, que minha irmã considerava um presente. Eu disse a ela que o destino de Kelsey era retornar ao seu próprio tempo e viver uma vida comum, que Ana deveria sempre se lembrar dela e honrar tudo o que foi sacrificado por aquela deusa. Eu não tive coragem de dizer a ela que eu deveria partir.

Eu me preocupava com minha irmã, mas confiava nas palavras de Phet. Eu percebi que o companheiro de Durga, seria um daqueles dois homens que vieram de outro tempo, lutar junto conosco. Anamika me disse que ambos amavam Kelsey e eu percebi que minha irmã amava um deles.

Quando Phet anunciou que, para Kelsey voltar para casa, um dos homens deveria ficar com Ana, eu senti que minha irmã desejava Kishan. E quando ele anunciou que ficaria, eu vi a face de minha irmã se iluminar. Mas quando foi dito que eu deveria partir com os outros, Anamika sofreu. Ela dizia que seu fardo era pesado demais. Mas eu estava tranquilo, confiava que ela ficaria bem. E também estava ansioso.

Eu sentia que não havia mais lugar para mim comandando aquele exército. Os homens seguiriam minha irmã, ela era uma líder natural. Eu queria descobrir novos mundos, explorar novas possibilidades. Estava ansioso para encontrar a felicidade de que Phet falara.

Assim, lancei-me no vórtice do tempo, seguindo Dirhen e Kelsey. Começamos a girar e gritar dentro da espiral. Senti como se meu corpo desabasse. Meu estômago girou, minha cabeça ficou pesada e eu perdi a consciência.

Acordei em um lugar estranho. Eu estava deitado em um piso macio e quente. Levantei-me e olhei ao redor. Era uma construção grande, branca, repleta de objetos estranhos e brilhantes. havia um instrumento de cordas sobre uma espécie de cadeira comprida e sobre uma mesa, um aparelho cheio de luzes coloridas refletindo na minha pele.

— Seja bem-vindo à nossa casa — disse Dirhen. — Vamos colocá-lo no quarto de Kishan por hora.

Assenti distraidamente e estendi a mão para um pequeno quadro sobre a mesa. Nele, havia uma pintura de uma bela mulher. Eu nunca tinha visto aquele tipo de pintura antes. A imagem parecia tão real que me encantou. Mas uma mulher tão bela quanto aquela, só poderia existir na mente de um artista. Ouvi Dirhen falar com alguém.

— Quero que conheça Sunil. Sunil esta é nossa irmã, Nilima.

Quando ergui os olhos, a mulher da foto surgira diante de mim. Nilima era linda. A mais bela mulher que já andou sobre a face da terra. Sua pele era da cor de canela fresca e seus cabelos longos, tão negros quanto a noite e brilhavam como se houvesse estrelas incrustadas sobre ele. Seus olhos negros alcançaram os meus e eu desejei beijá-la.

O destino do tigre - POV tigresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora