Anamika

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Meu nome é Anamika. Sou uma guerreira e comando um exército. Nós estamos lutando contra um inimigo extraordinário. Ele é um demônio poderoso que parece ser indestrutível.


Meu exército vem sendo dizimado por suas forças incontáveis. Nos falta suprimentos, alimentos, medicamentos. Mas não nos falta coragem.

Meu irmão gêmeo foi capturado pelo demônio. Era ele quem comandava nossas forças. Ele era um comandante justo, corajoso e respeitado. Ainda assim, ele foi levado. A única coisa que eu pude fazer, foi assumir o comando do exército e lutar contra o inimigo.

Eu fui treinada, junto com Sunil, nas artes da guerra e das negociações, sempre preferindo a diplomacia, mas nunca rejeitando a luta armada. Nós tivemos um professor, um homem muito sábio, que nos instruiu em vários assuntos. Nos ensinou sobre várias culturas, religiões e línguas, insistindo que no futuro, teríamos que conhecer todas essas coisas. Ele nos ensinou uma língua de uma terra estranha, que, segundo ele, ficava do outro lado do mundo. Eu nunca tinha ouvido aquela língua antes, mas o professor insistiu para que eu falasse fluentemente o inglês. Eu nunca achei que precisaria usar aquele idioma, até aquele dia.

Eu estava voltando com meu exército de uma incursão, quando avistamos dois homens caídos na estrada. Eles pareciam estar dormindo. Nos aproximamos deles cuidadosamente.


Os dois usavam roupas comuns e estavam descalços. As roupas estavam limpas e não estavam rasgadas. Eles não pareciam pertencer a nenhum exército. Por precaução, alguns dos meus homens os cercaram enquanto outros saíram para uma varredura nos arredores.


Aproximei-me daqueles dois homens e senti algo estranho. Meu coração disparou, meu corpo tremeu levemente. Apesar de estarem dormindo, ou desmaiados, era possível notar que eles eram atraentes. Seus corpos eram fortes e os rostos másculos. Me senti atraída por eles. Mas eu não podia demonstrar nenhuma fraqueza diante de meu exército.

Eu fui criada como uma princesa. Apesar de estar envolvida em treinamentos militares, nunca pretendi comandar um exército, esta seria a função do meu irmão. Eu queria me casar e ter filhos. Mas ao assumir o comando do exército, minhas prioridades mudaram. O pouco de vaidade e preocupação com a aparência ficaram de lado.

Não era fácil ser uma mulher comandando milhares de homens. Eu tinha que me provar o tempo todo, me mostrar forte e determinada e nada poderia mudar meu foco. Mantendo o semblante fechado, tentei acordar aqueles dois homens, sacudindo seus corpos com minhas botas e chutando-os. Tentei mexer neles com um bastão e gritar em seus ouvidos, mas os homens não acordaram.

Ouvi um dos meus homens me chamar, dizendo que também havia uma mulher caída mais à frente. Mandei que os dois estranhos fossem amarrados e caminhei até a mulher. Ela era tão frágil e pequena, que era impossível ser uma guerreira. Ela tinha a pele branca e lisa e os cabelos longos, castanhos e brilhantes, presos em uma trança. Parecia uma princesa que se banhava em leite diariamente. Senti um pouco de inveja.

A mulher usava roupas estranhas e carregava uma bolsa grande nas costas. Coloquei meus pés sobre sua barriga e gritei para que ela se levantasse. Diferente dos homens, ela despertou imediatamente. Eu a chutei novamente, mandando que se levantasse. Por precaução, mantive minha lança apontada para o seu nariz.

A mulher levantou-se corajosamente e se sentou, depois, olhou para o meu rosto, me avaliando. Ela ficou de pé e olhou ao redor, viu seus homens amarrados, ainda dormindo, no chão. Então virou-se para mim, e falou naquela língua estranha que eu estudara havia tanto tempo:

O destino do tigre - POV tigresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora