Capítulo 4

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          Castiel voltou a si aos poucos e olhou ao redor percebeu três pares de olhos o observando, toda aquela atenção repentina o fez envergonhar-se pelo pequeno surto que teve.

– Não foi um sonho. – Falou para si mesmo.

– Não. – Dean afirmou analisando-o com atenção.

– Está melhor? Como se sente? – O mais velho perguntou verificando o estado do menor.

– Estou bem. Desculpas. – O de olhos azuis pediu ao notar que foi um pouco dramático.

– Tudo bem. – Alan disse afastando-se do Novak, pois ainda o segurava, dando de ombros e voltou a comer suas panquecas.

          O ômega olhou para cada um dos irmãos e voltou a se encolher. Eles eram altos, fortes, cheiro forte e alfas, apesar do cuidado ainda temia, além de outra coisa que o impedia de olhar diretamente nos olhos dos trigêmeos, sobretudo nos do mais velho. Depois de um grande quase silêncio, posto que se ouvia apenas os garfos contra os pratos, ele pronunciou:

– Eu preciso ir.

– Ir? Ir para onde? – Jensen perguntou atento.

         Era nítido que Castiel estava de certa forma temeroso por estar ali, afinal era um ambiente onde viviam apenas alfas e claramente os feromônios deles podiam ser intimidadores.

– Para... – O ômega então se deu conta que não havia para onde ir, o único lugar que poderia chamar de lar não mais o pertence. – Eu vou para ... a casa de um amigo, é isso, casa de um amigo.

        Só o vacilo e gaguejo entregou sua mentira, mas ele preferia leva-la em diante. Dean abaixou-se e deixou seus olhos frente a frente com os do ômega que se afastou e tentou desviar seu olhar.

– Está mentindo. Não é necessário Castiel, pode ficar aqui. Precisa cuidar desses ferimentos, caso inflame pode ficar bem feio.

– Eu não estou mentindo, isso daqui é só um arranhão. Agora eu preciso mesmo ir. – O ômega tentava não gaguejar para dar firmeza em suas palavras.

          Os trigêmeos trocaram olhares entre si como em uma conversa que só eles entendiam e então um deles pronunciou:

– Ótimo, vamos! – Jensen concordou se levantando e pegando as chaves do carro.

– O quê? – Castiel não entendeu aquela sugestão imediata.

– Irei te dar uma carona até a casa do seu amigo, não deixarei uma pessoa ferida andar longas distâncias assim. Vamos, meu carro está na garagem.

– NÃO! – Exclamou e logo baixou o tom. – Quero dizer não precisa, realmente. Vocês já fizeram muito por mim. Eu chego lá facilmente, não se preocupe senhores Winchester.

– Você ao menos sabe onde está? – Alan pronunciou já sabendo que o ômega mentia.

– Eu gosto de caminhar, não se preocupe.

– Já decidi, eu te levo e não aceito não como resposta! Vamos, eu te levo. – Jensen avisou imaginando que sequer iriam sair da garagem.

         Os alfas sabiam que era mentira do ômega, este não tinha para onde ir. O mais novo então traçou um plano em sua cabeça, era isso ou pular pela janela.

– Só onde estão minhas roupas?

– Estavam todas manchadas e tive que deixar no molho para tirar as manchas. – Dean afirmou sabendo que a verdade era pior, porque ele colocou na máquina e tecnicamente o tecido rasgou de tão velho que estava. – Pode ficar com essas, ficaram ótimas em você.

OURS (triplets Winchesters) Destiel ABOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora