Capítulo 14

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         Assim que ergueu seus olhos viu uma expressão de dor e sofrimento que nunca desejaria ver naquele ser tão precioso.

           Castiel parecia que não aguentaria manter o semblante impassível por muito tempo, a forma como sua respiração ficou pesada demonstrava que não seria algo de fácil explicação.

— Ele foi morto. — Falou enquanto pressionava uma mão contra a outra.

— Sinto muito Cass. — Dean disse e abraçou o menor.

              Ele podia sentir o quão tenso o ômega estava, então em uma tentativa de fazê-lo relaxar esfregou o nariz sobre a glândula aromática ao passo que liberava seus próprios feromônios.

— Eu sinto falta dele, muita. — O Novak suspirou tentando acalmar com aquele cheiro, mas era uma dor maior do que ele podia imaginar.

            Você pode tentar calar sua voz, esconder seus sentimentos, sua dor, mas chega um momento em que tudo isso irá se romper como em uma barragem e os efeitos podem ser incalculáveis.

— Eu imagino baby, perder um pai é difícil sabemos bem como é. Estamos aqui meu anjo, pode contar tudo que você quiser. Não precisa guardar nada, pode colocar para fora tudo que te machuca. Você não está mais sozinho. — Alan declarou mudando de sofá e se sentando do lado vazio.

           Imediatamente ele passou a confortar o ômega com seu cheiro também, criando uma espécie de zona de conforto e segurança. Jensen mantinha-se mais controlado, não sabia a que nível aquela conversa poderia chegar, mas queria ter certeza que conseguiria se controlar. A última coisa que desejava era inundar seus irmãos e o ômega com feromônios de raiva ou preocupação.

— Você disse que ele foi morto. Sabe quem o matou? O filho da mãe está pagando por isso? — Jensen perguntou analisando o colar que estava em suas mãos.

— Sei. Aquele desgraçado, miserável, tirou a pessoa mais importante da minha vida e agora quis acabar com a minha. — O ômega cerrou os punhos com raiva e seu cheiro em certo momento se tornou algo como raiva e dor.

          Imediatamente, como um alerta de que o ômega não estava feliz, o lado lupino dos alfas, inclusive o de Jensen, não resistiram e direcionaram seus odores de conforto para ele.

             Era uma superexposição, sobretudo para um ômega, automaticamente ele relaxou nos braços do trigêmeo do meio, mas isso não foi o suficiente para silenciá-lo, até porque não era a intenção.

— Hey se acalme. Vai ficar tudo bem. — Dean afirmou fazendo movimentos circulares nas costas do menor.

— Foi seu genitor alfa Castiel? — Jensen perguntou engolindo seco se controlando.

             A cada nova informação era um nível a mais no autocontrole do Winchester que estava à beira de cometer um assassinato.

— Ele mesmo. — Castiel disse esfregando o rosto contra o pescoço de Dean que o envolvia.

— Filho da puta. — Alan disse nervoso apertando a mão em punho tentando se controlar para que seus feromônios não se tornassem pesados e machucassem o pobre Castiel.

            Este ficou quieto por alguns minutos aproveitando o calor que o alfa transmitia, porém ele ainda tinha aquele bolo em sua garganta. Ele sentia que aqueles eram os seus companheiros, sua alma gritava por eles, sabia que jamais seria julgado ali e que poderia dizer o que quisesse.

           De certa maneira era aterrorizante pensar que o convívio de poucos dias apenas confirmou o que ele já sentia, era aterrorizante aquele aperto no peito só de pensar que algum dia teria que se afastar. Então as palavras repetidamente gravadas em sua mente por anos e anos o faziam temer, será que ele seria suficiente? Até quando aqueles carinhos seguiriam?

OURS (triplets Winchesters) Destiel ABOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora