In the dark 《 Taehyung 》

Capítulo 5

 Uma arma? Com certeza nada de bom viria após aquela pergunta. Eu quase ri e perguntei se ele estava brincando, mas pela sua expressão ficava claro que não.

— Nunca sequer cheguei perto de uma.

— Então termos algum trabalho — ponderou enquanto virava a omelete na frigideira — mas eu darei um jeito.

— Se eu preciso de uma arma, então é perigoso — minhas mãos estavam suando — no que está me envolvendo?

— Eu já disse, quanto menos souber melhor — põs a omelete num prato — se seguir minhas instruções, nada vai te acontecer, eu acho.

Òtimo, eu estava nas mãos de um provavel criminoso e precisava ajudá-lo. Quantos anos de prisão se pega por tráfico de drogas? Suspirei aceitando o prato que Taehyung me ofereceu, sentei-me próxima a bancada e comecei a comer.

Estava com fome, muita, no entanto o nervoso parecia tornar tudo díficil de engolir. Se eu acabasse presa, meu pai teria mais um motivo para importunar minha mãe e ela poderia dizer como fui um desgosto completo.

— Você parece uma gazela assustada — sorriu de canto, sentando de frente para mim — se eu fosse um tigre, sentiria seu medo daqui.

— Gazela? — franzi o cenho.

— Saiba que na literatura arabe, comparar uma mulher com uma gazela é um elogio — fez um gesto com as mãos — esqueça.

Apenas comi em silêncio, Taehyung parecia preso em seus próprios pensamentos e desejei que tudo fosse acabar bem e longe de uma prisão.

***

— Eu vou te ensinar só uma vez, então presta atenção.

Taehyung tinha uma faca em mãos, parecia ter sido feita para lutar e não para cozinha. Estávamos parados em meio a sala dele, deviam ser por volta das oito da manhã e eu não possuía a menor disposição para uma aula de luta.

Apesar do meu claro desconforot, Taehyung prosseguiu, como se ensinasse luta todos os dias e não estivesse com uma arma mortal em mãos.

— Você flexiona o braço assim e dá o golpe com força — ele rodopiou acertando um inimigo imaginario — entendeu?

— Sem chance de eu colocar isso em prática.

— Não quero que mate ningúem, mas é sempre bom saber se proteger.

Se existia uma coisa que eu não sabia, essa coisa era me proteger. Me sentia um fantoche manipulado pela vida, como um barco a deriva, eu continuava sendo jogada contra as pedras mas nunca lutava contra a correnteza.

— Vamos acabar com isso logo — passei as mãos pelo rosto — quero ir para casa.

— Como quiser, ainda acho que levar a faca é uma boa ideia.

— Me diga o que fazer e pronto.

— Tão impaciente — passou a mão pelos cabelos e guardou a faca num suporte de sua calça — então vamos ao que você precisa saber. Eu me envolvi em alguns problemas e agora preciso fazer essa entrega antes que tudo piore. Você só precisa ir até o endereço e fazer o que eu mandar.

   — Ok.

   — Vai entregar a um homem chamado Yoobum. Apenas entregue e saia, sem perguntas.

   — Como vou saber que é o homem certo?

   — Ele vai estar com um terno cinza — juntou as mãos — mas eu estarei monitorando a situação.

   ***

    Eu me sentia uma presa indo para o abate. Taehyung me entregou a bolsa, era pesada e eu não fazia idéia do que havia ali.