Capítulo 51

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1 ano e meio depois.

      No começo eu fiquei devastada, tudo parecia um borrão em preto e branco, um pesadelo do qual eu não conseguia sair. Taehyung não mudou de idéia e quando ele foi preso, entendi que não nos veríamos por um bom tempo.

     Depois de semanas chorando, reuni tudo em mim e me obriguei a seguir em frente. Taehyung tinha lutado  cada segundo para garantir que no final eu estaria segura, para me dar a chance de viver livre e eu iria fazer valer a pena.

     Meus pais pareciam sempre atentos, minha mãe inventava programas em família para me fazer sair daquele poço de tristeza, eles pareciam estar tentando consertar tudo.
  
     Jungkook não me dizia muita coisa sobre Taehyung, talvez fosse melhor assim. Ele e Heeyoung pareciam melhor do que nunca e eu torci para que os dois fossem felizes.

    Yoobum e seus capangas foram presos, o desgraçado cometeu suicídio assim que soube que jamais sairia da prisão.

     A luz pareceu voltar aos meus olhos quando minha mãe contou que estava grávida. Ajudá-la a comprar roupinhas e coisas para o bebê me deixava ocupada o suficiente, entretida demais para pensar no quanto sentia falta de Taehyung.

     Estava estudando para o exame de entrada na universidade, finalmente decidi o que queria fazer, enfermagem. Também encontrei um emprego de meio período, num restaurante de comida árabe. Cada vez que o senhor Youssef chamava a esposa de minha gazela, meu coração se apertava.

       — Tem certeza que não quer ir ao hospital? — encarei minha mãe enquanto ajeitava minha bolsa.

     — Tenho — acariciou a barriga enorme — é só uma cólica, sua irmã não vai nascer ainda.

      — Mal posso esperar para vê-la — sorri — espero que essas semanas passem voando.

      Hyeri só deveria nascer daqui a 5 semanas, e embora eu quisesse muito conhecê-la, sabia que nascer antes não seria bom.

    — Espero que ela seja tão calma quanto você era — colocou os pés sobre a almofada — agora acho melhor correr, ou vai se atrasar para o trabalho.

       — Já vou, qualquer coisa me ligue — peguei meu passe para o metrô — vou chegar antes do jantar.

         O caminho da minha casa até o trabalho levavam exatos 25 minutos, eu as vezes aproveitava o tempo no metrô para  revisar algum assunto. Em algumas ocasiões Jungkook me mandava mensagens, perguntando como eu estava ou pedindo dicas de como surpreender a namorada.

     Voltei a ver os outros garotos poucas vezes, Hoseok as vezes aparecia para jantar no restaurante e Namjoon me mandava mensagens curtas apenas para saber se tudo estava bem. Jimin acabou se aproximando quando Tae foi preso, ainda lembro dele me dizendo que tudo ia ficar bem, enquanto eu chorava após o julgamento.

    — Eu sei como é, perder quem você ama — disse numa voz baixa mas acolhedora — uma hora a dor vai melhorar.

      — Ele não quer me ver, ele sequer me olhou duas vezes durante o julgamento — solucei deixando Jimin me abraçar — tudo entre nós...parece ter acabado.

      — O Tae quer te proteger, ele nem queria que você fosse testemunha contra o Yoobum.

    — Queria poder visitá-lo — funguei — alguns minutos é melhor do que nada!

     — Hana, sei que é difícil — engoliu em seco — mas o Taehyung ainda está vivo e em algum momento ele estará livre de novo.

    — Nós não sabemos quando, eu mal sei se ele ainda vai me amar quando sair.

In the dark 《 Taehyung 》Onde histórias criam vida. Descubra agora