Capítulo 30

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Jungkook me avisou que Taehyung teria que passar a noite na delegacia, enquanto eles checavam seus documentos e todo o resto.

  Eu fiquei revirando na cama até conseguir dormir e quando levantei, tratei de ligar para Jungkook. O trabalho provisório tinha acabado, o que significava que eu tinha todo o dia livre.

  “ São sete da manhã “ Jungkook resmungou com uma voz rouca” que tipo de monstro me liga numa hora dessas?”

 — O monstro que está morrendo de preocupação. Tem notícias do Tae?
  
  “ Não, eu estava dormindo” resmungou “ eu vou te dar o endereço da delegacia.”

  Jungkook me informou o endereço mas não garantiu que Taehyung ainda estava lá. No entanto era provável que ainda estivesse, já que o mesmo não atendia as ligações.

 Tomei um copo de suco e alguns biscoitos de aveia, não tinha tempo para cozinhar, poderia me alimentar direito depois. Saí de casa apressada, queria saber como Taehyung estava.

  A delegacia era quase do outro lado da cidade e quando eu finalmente cheguei corri para a entrada. O local me dava arrepios, polícias obviamente estavam por toda parte, algumas pessoas algemadas pareciam esperar sua vez na recepção.

 Um velho com um olho roxo, que estava algemado, me olhou com desejo e meu estômago revirou. Apressei meu passo, precisava ter notícias de Taehyung.

   — Com licença — chamei atenção do homem atrás do balcão — eu preciso de uma informação.

 Ele tinha cabelos curtos e tomava café num copo de plástico. Devia ter uns 40 anos e pareceu surpreso ao me ver, eu parecia mais jovem do que era e ele deveria estar estranhando minha presença.

   — Você não devia estar na escola? — franziu o cenho.

   — Já me graduei, tenho 19 anos — expliquei e sua expressão se desfez — preciso de  notícias sobre Kim Taehyung. Ele entrou aqui ontem, alto, pele cor de caramelo.

   — Não posso dar informações a qualquer um. Você é da família? — neguei — então não posso te dar informações.

   — Pode menos me dizer quando os interrogatórios terminam? — suspirei frustrada.

   — Depende do caso, mas se ele deu entrada ontem e não foi preso em flagrante. É provável que saia antes do meio dia.

 Apenas assenti, segui para a área de espera e sentei numa das cadeiras. O celular dele ainda parecia estar desligado e eu comecei a ficar preocupada.

   Era óbvio que em algum momento Taehyung teria que se acertar com a polícia, no entanto eu tinha medo do resultado. E se ele ficasse preso? Como nós ficaríamos?
  
  Eu deveria estar ficando louca, nunca devia colocar meus sentimentos por ele acima da justiça. A questão é que, Taehyung podia ter feito coisas ruins para os outros, mas para mim ele sempre foi bom.

  Comecei a mexer no celular tentando me distrair e ignorar alguns olhares indesejados. Com certeza aquela situação nunca foi o que desejei, mas já havia passado por coisas piores.

 — Hana? — a voz de Taehyung me chamou e percebi que mais de uma hora tinha se passado.
 
   — Como você está? — corri até ele — fiquei preocupada.

  Taehyung parecia cansado e apenas deu um sorriso fraco.

    — Vamos sair daqui, eu te explico tudo.

 ***
Nossos pedidos não demoraram a chegar, por causa do horário a cafeteria não estava muito movimentada. Taehyung tomava um suco enquanto eu saboreava um macchiato.

  — Eu resolvi não mentir — Tae explicou — precisava explicar à polícia porque estava carregando uma arma.

    — E aí?
 
    — Eles investigaram tudo, eu já tenho passagem na polícia — ele mordeu o lábio parecendo apreensivo — lembra que disse que matei um homem em auto defesa? Na época eu fui fichado mas só fiquei preso duas semanas, depois fui liberado para serviços comunitários.

  Era coisa demais para assimilar de uma só vez.

   — Depois de tudo isso, o que eles decidiram?

   — Que eu me livro se ajudar a prender o Yoobum — ele deu uma mordida em seu sanduíche.

   — Isso é perigoso, os outros com certeza irão atrás de você — exclamei aflita — vai acabar morto.

  — Eu tenho um plano, mas preciso de tempo — me encarou, ele parecia estar tentando me acalmar — não vou mais ficar fugindo da polícia.

   Sabia que Taehyung estava certo, mas o perigo era eminente e eu não queria cogitar a possibilidade de perdê-lo.

   — Tenho medo de como isso tudo vai acabar.

   — Não fique, temos tempo até lá — ele sorriu e apoiou o rosto sobre a mão — tem algum plano para hoje? — neguei — então pode passar o dia comigo.

  — Você devia ir dormir, deve estar cansado.

   — Por que sempre sugere coisas assim? — franziu o cenho — não gosta de ficar comigo?

  Na verdade, eu gostava demais de estar com ele e esse era o problema. Sempre que estávamos juntos, parecia haver uma voz me dizendo que eu não era boa o suficiente.

   Todo o tempo eu tinha aquela sensação, de que Taehyung iria achar alguém melhor, de que ele iria se cansar de mim. As vezes, eu lembrava de Seon Woo brigando comigo e sentia que ele tinha razão, ninguém iria me amar de verdade.

  — Não é nada disso — desviei o olhar — só tenho medo que se canse de mim.

   — Hana, você precisa entender que estou com você porque quero. Se você não quer, é só falar e eu vou entender — pegou minha mão — mas quero que saiba que eu gosto de você e não vou me cansar.

    — Eu gosto se você, Tae — apertei os olhos fechados — as vezes é...difícil. Eu lembro de todas as coisas que o Seon Woo me disse e acabo me sentindo mal.

   — Não pode deixar ele vencer, não pode deixar que ele continue tendo poder sobre você — seu polegar acariciou minha mão — sei que consegue.

    — Obrigada, por ficar aqui.

   — Eu que deveria agradecer — sorriu fraco — termina de comer e vamos para a minha casa. Eu ainda tenho coisas a te contar.

    Assenti, estar com Taehyung era uma montanha russa de emoções e eu não fazia idéia do que viria a seguir, mas se ele estivesse comigo, tudo ia ficar certo.

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Taehyung agora tem a chance de acertar as coisas.

O próximo capítulo é bonitinho
  
  

   

   

In the dark 《 Taehyung 》Where stories live. Discover now