Capítulo 15

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  Toda a história que Jungkook me contou me fez ver Taehyung com outros olhos. Depois de tanta coisa, com certeza seria difícil se abrir para alguém.

    Quando Jin chegou, eu e Jungkook estávamos assitindo TV. Ele carregava uma maleta, provavelmente com coisas médicas dentro.

    Ele resolveu me checar primeiro e em seguida ir ver Taehyung, que por sinal não tinha ingerido nada além de um copo de leite, desde que acordou.

    — Como se sente? —  Jin questionou falando de modo casual.

     — Melhor, ainda dói mas o inchaço diminuiu bastante.

    — Isso é ótimo, mas deixe me ver apenas por precaução.

   Jungkook focou os olhos na TV e eu levantei a blusa até pouco a baixo do sutiã.

    — Tem quase uma semana, se continuar cicatrizando assim, em dois ou três dias pode retirar os pontos —  fez sinal para que eu abaixasse a blusa — está repousando?

    —  Eu que pego água para Hana —  Jungkook me encarou — ela só levanta pra ir ao banheiro e fazer lamen de manhã 

    — Ótimo — Jin sorriu — agora deixe-me ver o Taehyung.

  Assenti, queria perguntar o que ele teve mas provavelmente não obteria resposta alguma. Eles estavam cercados de mistério e sofrimento.

   Mandei mensagem para minha mãe, avisando que voltaria em dois dias, tudo o que ela disse foi " Ok, se cuide."

    Suspirei, tudo continuava igual. Pedi um tempo a Seon Woo, ele ficaria longe e me deixaria pensar. Dentro de mim uma voz dizia para deixá-lo mas eu não possuía forças para isso.

    Um grito chamou minha atenção e eu encarei Jungkook.

    — O que foi isso?

    — Eu não faço a menor idéia — apertou os lábios juntos — o Jin deve estar cuidando dele.

     — Que eu saiba, um grito desse não é sinal de boa coisa.

     — Você quer fazer o quê? Ir lá não é uma opção — deu de ombros.

    — Pelo visto o que resta é esperar.

    Longos minutos se passaram, a TV não parecia tão interessante já que a curiosidade falava mais alto.

    Quando Jin voltou, eu e Jungkook o encaravam como duas crianças ansiosas.

    — Ele vai ficar bem, o Taehyung teve sorte de não morrer envenenado.

     — Envenenaram ele!? — Jungkook arregalou os olhos.

   — Por sorte ele tinha um antídoto — engoliu em seco — é provável que ele ainda passe mal. Só me liguem em caso de febre que não abaixa ou vômito com sangue.

    Me encolhi só de pensar.

    — Vai voltar aqui? — me recostei ao sofá.

    — O correto seria você ir ao hospital retirar os pontos —  segurou a maleta — mas se não tiver como, eu venho.

   ***

    Jungkook foi para casa, eu e Taehyung estávamos sozinhos. Ele passou o dia inteiro no quarto.

   Ainda não sabia como reagir, uma parte de mim estava morrendo de medo do que Taehyung poderia fazer, mas a outra apenas tentava entender o que se passava naquela cabeça.

    — Eu fiz mingau de aveia, você quer? — parei próxima a porta.

     — Não estou com fome. Pensei que o Jin tinha mandado você embora.

    — Precisa comer e já que quer tanto se livrar de mim, chama um táxi e eu vou embora.

   Eu não tinha dinheiro, nem condições de subir o degrau enorme do ônibus.

   — Por que você parece tão irritada com a possibilidade de ir pra casa?
  
  — Quero sair daqui, mas não acho que consigo subir vários lances de escada — respirei fundo — no entanto, se me quer mesmo fora  daqui, eu dou um jeito.

    — Você sabe que não está segura comigo — a única iluminação no quarto era o fantasminha.

    — Fala como se o Yoobum não pudesse me achar em qualquer lugar.

    — O que você quer que eu faça? — Taehyung resmungou.

   — Quero que pare de ser ranzinza e coma — passei as mãos pelo rosto.

    — Aish, me traz mingau então.  — resmungou.

    Eu já havia comido, coloquei o mingau que ainda estava na panela, num prato e entreguei a ele. Por causa da baixa iluminação, não era possível vê-lo com clareza.

    A sensação que tomava meu corpo era estranha, por um lado o medo me dizia para sair dali, correr sem nem olhar para trás. No entanto a figura frágil de Taehyung, me dizia que ele não iria fazer nada.

    — Vai ficar parada aí?

    — Já estou indo — me apressei — leva isso pra cozinha, quando acabar.

     — Hana, senta aí — apontou para um local na cama — nós precisamos conversar.

     — Preci...samos? — meu coração se acelerou.

   Taehyung  apenas assentiu, sentei-me na cama, era macia e assim eu podia vê-lo melhor. Ainda parecia cansado, os cabelos encontravam-se bagunçados e sua expressão era séria.

     — Não odeio você, nem estou sendo  mau. A questão é que eu não posso me responsabilizar por você.

   — Nunca pedi para que fizesse isso.

   — Aconteceram coisas — deixou o prato de lado — e eu não quero que se envolva nelas.

   — Eu entendo, falei sério sobre ir embora — cruzei os braços — não quero ser um peso.

   Ele não era obrigado a me ajudar, Taehyung já tinha problemas demais.

     — Fique, até quando o Jin achar necessário — suspirou — de qualquer forma, o que aconteceu foi minha culpa.

   — Como não pensou que ele ia me machucar?

    — O Yoobum tem raiva de mim — eu sabia porquê — não pensei que ia atacar uma desconhecida.

      — Agora é tarde — mordi o lábio — é melhor não pensar nisso.

     — Eu penso todo dia — sorriu amargo — penso em todas as coisas que fiz, essas memórias me destroem e elas nunca vão embora.

     — Não pode mudar o passado, mas ainda dá tempo de salvar o futuro.

     — Se você soubesse o que aconteceu, veria que não dá pra consertar.

      Eu sabia e por mais doloroso que fosse, ele precisava seguir em frente.

  — Nunca vai saber se não tentar.

    — Isso também vale pra você — rebateu — por que não tenta viver sem o Seon Woo?

     — É complicado, eu já disse que não tenho mais ninguém — lhe encarei — disse que eu não estava mais sozinha, no entanto você não pode se responsabilizar por mim.

       Taehyung  engoliu em seco, ele parecia irritado de verdade.

    — Se eu te ajudar, promete deixá-lo?

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   Taehyung não vai desistir enquanto a Hana não largar o Seon Woo.

    Passamos de 10k yaaay, obrigada ♡♡♡

   
   
   

In the dark 《 Taehyung 》Where stories live. Discover now