Capítulo 25

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      Acordei mais cedo do que o necessário, não consegui dormir direito porque estava preocupada. Qualquer mínimo movimento de Taehyung me fazia despertar durante a noite.

    Lhe encarei, ele ainda parecia muito machucado, mesmo assim possuía uma expressão calma.

    Tentei me afastar com cuidado, precisava passar em casa para trocar de roupa. Deveria ter voltado ontem a noite, mas estava preocupada demais.

    — Ainda não — Tae resmungou tentando me segurar.

   — Eu preciso ir trabalhar — comecei a trançar meu cabelo — nem devia ter passado a noite aqui.

      Não que passar a noite ao lado dele fosse ruim, no entanto não podia ficar sempre ali.

   — A Heeyoung nunca chega cedo — ele bocejou cobrindo a boca.

    — Mas eu tenho coisas a fazer — observei enquanto ele se sentava com dificuldade —  Você vai ficar sozinho aqui?

     — Vou — fez uma careta — Já que você está me abandonando.

    — Pare de ser dramático — sorri fraco enquanto me aproximava — eu posso vir aqui depois do trabalho.

      — Hoje parece que dói ainda mais— se encolheu quando toquei seu braço  —  vou passar o dia na cama.

     — Eu vou deixar algo para você comer — afaguei seus cabelos.

       — Obrigado.

      Me afastei, como acordei cedo tinha algum tempo até ter que sair. Não dava para cozinhar muita coisa, então fiz suco e dois sanduíches de queijo quente.

     Taehyung provavelmente conseguiria se virar, trabalhando naquele meio com certeza já tinha passado por coisas piores, mas isso não me impedia de ficar preocupada.

    — Tae? — eu entrei no quarto — trouxe comida para você.

     — No banheiro — sua voz soou — estava tomando banho.

     Deixei o prato sobre a mesinha de cabeceira ao lado da cama. Pouco tempo depois, Taehyung saiu usando apenas uma calça de moletom branca.

     — Pode refazer os curativos? — ele andava meio cambaleante e eu apenas assenti.

      Dessa vez foi mais fácil, já que não havia sangue espalhado por toda parte. Tae continuava resmungando por causa do álcool iodado, pelo visto ardia muito.

      Assim que acabei tentei desviar meu olhar de seu abdômen. Taehyung tinha um bom porte físico, eu podia ver os músculos desenhados sob sua pele mas nada muito forte.

    — Não queria que me visse assim — pôs o copo de volta ao criado mudo, após dar um gole — sinto muito.

    — Acho que é o preço por continuar aqui, não é?

     Eu podia tê-lo afastado quando tive a chance, agora os sentimentos já eram grandes o suficente para me fazer recusar tal idéia.

       — Eu vou conseguir me livrar disso tudo — soava como uma promessa — só preciso de um tempo.

    — Tenho medo que eles matem você — encarei minhas mãos — se fizeram isso apenas com uma tentativa de sair...

     — Não se preocupe, eu vou ficar bem.

   Eu esperava que sim.

   ***

     Passei em casa, tomei um banho e troquei de roupa. Naquela manhã o escritório não estava movimentado, então pude fazer meu trabalho com calma.

   As horas pareciam estar se arrastando, eu estava ansiosa para poder ver Taehyung.

    — Jungkook? — encarei confusa enquanto ele entrava na sala.

    — Oi, Hana — sorriu — eu vim falar com a Heeyoung.

     Jungkook usava jeans claros, uma blusa branca e botinhas amarelas.

    — Vou falar com ela — peguei o telefone — um segundo.

    " Pode falar" a voz de Heeyoung soou.

    — O Jungkook está aqui, ele quer falar com você — observei sorriso que se formava em seu rosto, tinha algo ali — posso deixá-lo entrar?

   " Pode, mas diga para ele ser rápido."

    — Ok — ela desligou — pode ir, mas seja rápido.

    — Me deseje sorte — sussurrou enquanto seguia para sala dela.

    Desejei ser uma mosca, apenas para saber o que os dois estavam conversando lá dentro. Me destraí com um relatório e quando vi Jungkook já estava saindo da sala de Heeyoung.

    — Está tudo bem? — ele não parecia tão feliz como antes.

    — A Heeyoung é impossível — suspirou — eu sou um idiota de ainda vir aqui.

     — Ela deve estar estressada, tem muita coisa essa semana.

      — Pode ser — passou a mão pelos cabelos — eu devia ignorar da próxima vez que ela mandasse mensagem.

    — Você não consegue — ri.

    — Pior que não — cruzou os braços.

   — Vocês dois ainda vão se resolver. Eu sei que vão.

     — Se depender da Heeyoung, eu acho difícil. Mas agora eu tenho que ir.

    — Tchau e não fique emburrado — acenei.

     — Vou tentar.

    Assim que Jungkook saiu, decidi fazer um café e levar pra Heeyoung. Ela devia estar e eu já tinha aprendido que café sempre melhorava seu humor.

    — Eu trouxe... — parei quando percebi que ela estava chorando — Está tudo bem?

     Heeyoung exugou as lágrimas de maneira rápida e me encarou.

    — Está, eu só me emocionei vendo o caso de algumas crianças.

     — Trouxe café — lhe entreguei a xícara — acho que vai te acalmar.

     — Obrigada, eu sempre me emociono com crianças — suspirou — gostaria de poder fazer mais por elas.

   — Suas doações já ajudam muita gente, deveria ficar feliz com isso.

   — Deveria.

   O tom de sua voz me disse que tinha algo errado ali.

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Jungkook tá emburradinho

A Heeyoung....

O Tae precisa pensar bem antes de agir.

In the dark 《 Taehyung 》Where stories live. Discover now