Prólogo

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O garoto de olhos azuis caminhava até o beco mais próximo acompanhado de mais um de seus clientes. Olhando atentamente para os lados, constatando que não estava sendo seguido o menor entre os dois tirou de dentro do seu bolso traseiro um pequeno saco plástico lacrado, contendo 200 gramas de maconha, lentamente ele estendeu o saco para o cliente que no momento em que sentiu o plástico em seus dedos ele retirou de seu casaco algumas notas enroladas em um elástico gasto.

-Pronto – o de olhos azuis, denominado Louis, murmurou sorrindo – Vaza agora – a voz e tamanho do menor não eram intimidadores, voz fina e baixa estatura deveria transformar o garoto em alguém meigo, mas os piercings e tatuagens, junto com o tom de voz autoritário fazia tremer até o mais forte dos homens.

-Hum queria te perguntar uma coisa – o menor arqueou as sobrancelhas confuso- Fiquei sabendo que antes de ser traficante você foi garoto de programa.

-Fui – Louis bradou, se tinha algo que ele não gostava era o fato das pessoas tocarem naquele assunto – não sou mais, então vá embora e pare de tocar neste assunto – o dinheiro fora guardado no bolso traseiro e os braços fortes de Louis cruzados em seu peito.

-Você até que é gostoso – a língua do loiro percorreu seu lábio e seus olhos o corpo do menor a sua frente.

-Eu sei obrigado – Louis se afastou. O loiro era visivelmente mais alto e talvez mais forte que Louis, o que fizera o menor tentar recuar e sair do beco, não que ele estivesse com medo, mas as inúmeras doses e pílulas que ele havia tomado a uns minutos atrás não o ajudaria caso precisasse tomar alguma iniciativa, como bater ou se defender.

-Então o que acha de passar a noite comigo? – o loiro perguntou vendo Louis parar de andar, quando percebeu que não adiantaria fugir, o beco era sem saída.

-Olha cara eu não faço mais isso, e não vou fazer nada com você então vá embora – Louis tentou mais uma vez.

-Qual é, quanto você ganhava? Eu pago – as mãos do loiro envolveram o antebraço do menor.

-É serio cara, para com isso – Louis bradou sentindo suas costas baterem contra a parede do local, no mesmo momento em que o sino da lanchonete do outro lado da rua tocou avisando que um dos clientes havia saído do local, cliente esse que percebera a movimentação estranha do outro lado do beco.

O homem, tinha não menos que 1,75 metros, vestia um sobretudo que deixava todo seu corpo coberto, até os joelhos, fechando a peça em seu corpo para se proteger das finas gostas de chuva que começara a cair, ele caminhou lentamente até o beco, cerrando os olhos para poder enxergar o que estava acontecendo ali.

-PARA, ME SOLTA – Louis sentiu a cabeça girar e pela primeira vez em anos ele se arrependera de ter bebido aquela quantidade exagerada de álcool.

-O que está acontecendo aqui? – a voz rouca do homem soou alta e rígida – solte o garoto – ele bradou puxando o homem de perto do menor – saia antes que eu chame a policia.

-Nossa, ok cara eu só queria brincar – o loiro levantou as mãos em sinal de rendição.

-Não se brinca com pessoas – o maior respondeu ríspido vendo o loiro dar ombros e sair do beco no momento seguinte – você está bem?

-Ótimo – ele respondeu rápido.

-Não está com frio? – ele perguntou calmo.

-Olha cara, já agradeci então não precisa – Louis parou de falar no momento em que levantou o olhar e focou seus olhos nas orbes verdes do rapaz a sua frente. Ele nunca gostou de ser ajudado, sempre pensou que poderia resolver tudo sozinho, mas por algum motivo quando ele viu o rapaz sentiu toda a raiva que sentira sumir de seu corpo.

Not MuchWhere stories live. Discover now