O Diário

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— Olá, Anastasia. 

— Oh, olá Luna, como é que vai? É muito bom te ver, mas eu lhe aconselho a não andar pelos corredores devido aos últimos acontecimentos, muito menos sozinha.

— Não estou sozinha, estou com você. — respondeu a mais nova rindo docemente. Inesperadamente, a Corvina pegou a mão da outra e assim começaram a andar de mãos dadas.

— Não sente medo do monstro? 

— Bom, eu acho que cada criatura possuí seu encanto e essa não deve ser diferente.

— Você é bastante espirituosa...

 Antes que Anastasia pudesse continuar, o poltergeist, Pirraça, saiu de uma parede e começou a rodear as duas, com um sorriso maroto, a neta de Minerva sabia que nada bom sairia dali.

— Mas saiba que certas criaturas não são encantadoras e sim intragaveis e desagradáveis.

— ANASTASIA TEM UMA NAMORADA! ANASTASIA TEM UMA NAMORADA! 

— Pelo menos eu tenho alguém e você que não tem ninguém? — Pirraça calou-se imediatamente, claramente pasmo de que o tiro havia saido pela culatra daquela maneira. — Vai te embora, Pirraça. Vá antes que eu chame o Barão ou o Tio Severo. 

— Você e aquele maldito morcego das masmorras se merecem. — saiu praguejando. — Dois rabugentos. 

 Depois da cena constrangedora que Pirraça armara Luna e Anastasia seguiram — ainda de mãos dadas— para o banheiro das meninas. A Corvina despediu-se da loira com um beijo no rosto. 

 Além de muito espirituosa era muito atenciosa, Anastasia pensava.

— Oi, Murta. — Anastasia saudou a fantasma com um leve entusiasmo, conhecia a fantasma desde sua chegada em Hogwarts e a considerava uma amiga, mesmo que por vezes fosse desnecessariamente irritante. 

— Hunf! Muito me admira você vir falar comigo com essa cara deslavada. — choramingou irritada. — Você não liga pra mim! Só se importa com aquele seu bicho horrendo e antipático.

— Não fale assim da Iris.

— Eu estou falando do morcego das masmorras, Snape. 

— Ah, bom... Myrtle Elizabeth Warren, não fale assim do Tio Severo! — saiu como uma leoa em defesa do amigo. Murta emburrou-se ainda mais quando a outra lhe repreendeu usando seu nome e começou a ir de um lado para o outro do banheiro choramingando bobagens incompreensíveis. 

— Anastasia? — o chamado repentino veio de uma das cabines e a loira imediatamente reconheceu aquela voz.

— Hermione? — a menor empurrou lentamente a porta. O banheiro estava escuro e a luz vinda de uma janela era a única fonte de luz. Anastasia encarou estática a figura felina-humana parada a sua frente.

 A Grifana esperou uma reação vinda do rosto indecifrável da neta de sua professora e a teve assim que Anastasia começou a gargalhar descontroladamente.

— Você não está me ajudando! 

— Mas você está em atiçar o meu bom-humor. — respondeu entre gargalhadas diante da expressão dura da outra. — Minha querida, eu sou sua amiga, o meu trabalho é zombar mesmo.

— Você já terminou? — perguntou com os braços cruzados na altura do peito.

 Lentamente — bem lentamente — Anastasia parou de rir.

O Anjo de Severo SnapeWhere stories live. Discover now