A morte é a única certeza na vida

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Ele estava inteiramente dolorido por conta do acidente da manhã anterior. Sentia como se tivesse sido atropelado por toda a manada de testrálios da Grã-betanha.

Naquele instante estava repousando em seus aposentos, sentado em sua poltrona com a barra de suas calças dobradas até suas panturrilhas e seus pés submersos em uma bacia de água quente. Esperava esperançosamente que não fosse incomodado, mesmo por Anastasia. Céus, ele a adorava, mas uma hora ou outra ela acabaria por desmembra-lo, mesmo que acidentalmente.

Toc. Toc.

Vieram às batidas na porta e Severo xingou alto palavras que nunca deveriam sair da boca de um homem correto, menos ainda de um educador.

— Eu vou enfiar uma barra de sabão nessa sua boca suja. — Entrou uma Anastasia com uma bandeja nas mãos e bastante risonha pela ameaça que dera a ele.

— É sempre você. — Cuspiu com amargura. — Fique longe de mim, Anastasia Romanov, você quase me matou ontem. — Acusou

— Quase te matei? — Demorou apenas um instante para sua mente clarear. — Ah, você ainda está choramingando por causa daquela quedinha? — Os lábios de Severo se entre-abriram em choque, pensando como ela podia considerar uma queda de mais de quatro metros como uma " quedinha ". — Você é um bebê chorão, Harry e Iris sofreram o mesmo e não estão se lamuriando como crianças mimadas.

Severo torceu seu rosto em desagrado e foi como Anastasia disse; parecia um bebê chorão.

— Como oferta de paz eu lhe trouxe um chá. — A expressão dele se suavizou, pensou que essa era como daquela vez em que ela havia trazido para ele vodka ao invés de chá. Uma bebida forte faria bem para a indisposição que ele estava sentindo.

Ela entregou a xícara para ele que não notou quando ela retirou uma revista do bolso.

— Tio Severo?

— Hum?

— Você é virgem?

— QUE?!

Com o susto, Severo deixou a xícara cair em seu colo, e para seu azar, era realmente chá. Ele se ergueu horrorizado pelo contato do líquido quente com sua pele sensível e acabou por tropeçar na bacia de água quente, molhando o chão e ele mesmo assim que caiu de bruços no chão duro de pedra.

— Ah! Não. Você é de Capricórnio. — Foi só quando ela ergueu o olhar da revista que ela se deu conta do desastre a sua frente. — Francamente, Tio Severo, você parece criança. Não posso tirar os olhos de você nem por um segundo.

— Signos é? — Perguntou e com raiva chutou a bacia para longe. — Ainda bem que essas tolices não são reais. — Disse voltando a se sentar na poltrona, o líquido quente ainda ardendo em sua pele.

— Por que?

— Você é de gêmeos. Imagina o inferno que seria minha vida com duas de você.

— Duas de mim? — Ela riu. — Você seria o homem mais afortunado do mundo.

— Afortunado? Isso nunca. Estaria mais para o mais azarado. Deixe-me ver. — Disse alcançado a revista. — O semanário das bruxas? Revista de garotinhas bobas. — Desdenhou. Foi folheando as páginas que ele encontrou um artigo sobre Astrologia.

— O que diz sobre o seu? — Ela perguntou e se sentou no chão a frente dele.

— Disciplina em pessoa, muito aplicados e superorganizados, sempre se destacam no ambiente de trabalho. — " isso é verdade ", Severo pensou. — Não são os mais sociáveis...

O Anjo de Severo SnapeWhere stories live. Discover now