Eu tenho a ligeira impressão de que te conheço

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 Lentamente ela foi retomando a consciência. Ergueu sua cabeça sentindo um ligeiro incomodo em suas costas, bufou irritada, seja lá quem a raptou para aquele lugar não teve a mínima decência de deixá-la o mínimo que fosse confortável, apenas a largou no chão. 

 Colocou-se de pé e olhou o ambiente ao seu redor, ela se encontrava em uma câmara muito comprida e mal iluminada. Altas colunas de pedra entrelaçadas com cobras em relevo sustentavam um teto que se perdia na escuridão. Virou-se de costas e viu uma estátua com o rosto gigantesco. Era antigo e simiesco, com uma barba longa e rala.

— Ora, ora, parece que a a bela adormecida acordou. 

 Uma voz veio por de trás de uma das colunas. No instante seguinte, uma figura, um jovem alto de cabelos negros seguiu em direção a menina. Ele possuía os contornos borrados, como se Anastasia o estivesse vendo através de uma janela embaçada.

— Você é o herdeiro de Sonserina, não é? Eu estou na câmara secreta, não estou?

— Acertou e acertou de novo. Uou, você é realmente esperta, garotinha. — Sua voz saia em um misto de sarcasmo e frieza, combinação de emoções essas que caíam muito bem sobre ele. — Sou Lord Voldemort.

— Ahhh, sim, você é Tom Riddle! 

— Lord Voldemort! — Ele ralhou, incomodado.

— É um nome idiota. Voldemort. — Ela revirou os olhos. — Mas Tom não é um nome idiota é um nome bonito.

 O Lord franziu o cenho e bufou em seguida. Aproveitando que ele não estava a olhando, Anastasia começou a analisá-lo. Riddle estava trajado com as vestes da Sonserina e seus olhos...

 Seus olhares se cruzaram quando ele repentinamente a olhou. Os olhos dele eram de um verde intenso, misterioso e frio. Não eram como os olhos verde esmeralda de Harry. Os olhos de Voldemort eram do verde mais bonito que ela já havia visto, transmitiam tudo e ao mesmo tempo não transmitiam nada. 

— Olhos avada kedavra. — Ela sussurrou baixinho.

— Quê?

— Huum, nada. — Nada e ao mesmo tempo tudo.

 Até que eles passaram a se encarar, em nenhum momento desviaram o olhar um dos olhos do outro. Eles cortaram o silêncio ao mesmo tempo, falando em uníssono:

— Eu tenho a ligeira impressão de que te conheço.

 Novamente calaram-se. Tom começou a sentir-se incomodado com o olhar dela — mesmo que ele também não parasse de a encarar —. Estava prestes a reclamar, mas ela o atropelou em sua fala.

— Sim.

— Sim, o quê?

— Eu conheço você. Nós já nos vimos antes.

       Hogwarts

Há muito — muito — tempo atrás 

 Iriam se completar dois anos desde que Anastasia havia chegado em Hogwarts. Em dois anos ela teve um grande progresso, com sua aura alegre e espirito vivaz ela conseguira conquistar todos que a conheciam, mas apenas os quadros e os professores, já que ela não estava permitida a manter contato com os alunos.

 Não havia muito a se fazer em Hogwarts no período de aulas, quando o castelo estava cheio de alunos, então Anastasia aproveitava as férias deles para poder ter os seus "prazerosos momentos de paz e liberdade" — como ela chamava — Momentos esses as quais ela podia transitar livremente pelos corredores e arredores do castelo, podia ir a cozinha e a biblioteca a luz do dia e também poderia interagir com outros que não fossem apenas Iris — Não que a presença de Iris fosse um incômodo —.

O Anjo de Severo SnapeWhere stories live. Discover now