Recordações que nunca são apagadas da nossa memória

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— Minerva, você tem certeza? Você tem certeza absoluta? — perguntou um afobado Severo que seguia atrás de Minerva a passos rápido a caminho da sala de Dumbledore.

 Ela parou abruptamente e virou-se para ele.

— Mas é obvio que sim! Severo, a última vez que a vi foi no inicio da tarde. Ela disse que iria te ver e não voltou. — relatava a ele enquanto voltava a andar e ele a seguia. — Quando fui colocá-la na cama ela não estava. Procurei por ela nos salões comunais, nos arredores da escola. — eles chegaram a sala do diretor. — Ninguém a viu. Ninguém sabe dela.

 Severo sentiu seu coração afundar.

— Eu não consigo pensar no que possa ter acontecido com ela. Diga-me, ela foi vê-lo como me disse que iria?

— Bom, sim, ela foi...

— E depois? Ela disse onde iria depois?

— Não.

— Ahhh, com essa angústia tudo de pior se passa pela minha cabeça... O pior se passa... Oh, não, e se foi o monstro da câmara secreta?

— Minerva, acalme-se! — Dumbledore se pronunciou pela primeira vez.

— Me acalmar? Como eu posso me acalmar, Alvo?

— Anastasia é esperta. Ela está aqui a muito tempo, conhece Hogwarts melhor do que ninguém. Ela deve estar por ai e se estiver ela vai saber se cuidar...

— E se ela não estiver, Alvo? Ela pode estar morta! Nesse momento ela pode estar dentro do estômago do monstro da câmara secreta.

 Ela pode estar morta 

 Aquelas palavras deixaram Severo tonto. Sua cabeça dava voltas e voltas. Imaginar Anastasia, a sua Anastasia, o seu anjo, morta...

 Não

 Não 

— Estou sendo sincera. Eu não sei... não sei o que pode acontecer se isso for verdade, o que pode acontecer se ela não aparecer.

— A sinceridade não é uma das suas virtudes, Minerva. Ou você alguma vez contou a Anastasia que você não é a avó dela?

— Cale-se, Severo! — Minerva repreendeu. — Você prometeu que nunca mais tocaria nesse assunto, prometeu que nunca diria a verdade a ela.

— E eu cumpri. Afinal esse foi o preço da nossa amizade. Vai me dizer que você já se esqueceu que você apenas aceitou nossa amizade se eu ocultasse o segredo?

— Não, eu não esqueci. Mas sei que você também não esqueceu que fez um voto perpétuo.

— Não se preocupe, eu não conto a verdade por medo de morrer e sim para não partir o coração dela.

 Sem mais nada dizer, o pocionista deu às costas ao diretor e sua vice e foi-se para seus aposentos. Chegando lá bateu a porta com força atrás de si, jogou-se na cama praguejando palavrões contra o travesseiro. 

 Ele suspirou fundo. Céus, sentia tanto a falta de seu anjo. Severo ainda podia se lembrar... Ele ainda se lembrava do dia em que se conheceram.

Quinta-Feira — 11 de Setembro de 1975 

            Hogwarts — 08:00 AM

 O jovem Sonserino descansava debaixo da sombra de uma árvore. Seus olhos negros como a noite encaravam a floresta proibida. Constantemente, ele parava ali para refletir, às vezes pensava que ele a floresta compartilhavam o mesmo interior morto e sombrio.

O Anjo de Severo SnapeWhere stories live. Discover now