O melhor verão da sua vida

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 Severo depositou suaves batidas na madeira da porta e em resposta escutou um abafado: entre, como permissão para adentrar o cômodo. Quando ele o fez a primeira cena com que se deparou foi com a pequena menina loira parada a frente de sua cama. Havia três vestidos de três cores diferentes depositados cuidadosamente sobre os lençóis e a menina parecia concentrada na questão de escolher um deles.

— Azul, verde ou roxo? — Ela perguntou ainda fitando os vestidos, em um claro questionamento para ele de qual veste o agradava mais. 

— Preto. 

— Azul, verde ou roxo? — ela repetiu a pergunta como se anteriormente ela não tivesse sido respondida de maneira tão sarcástica e estúpida dado ao fato de que um vestido preto não era uma das opções ali presentes no momento. — Eu usei preto ontem.

— E ficou muito bem. — ele elogiou e finalmente fez sua escolha. — Verde. 

— Azul. — mesmo diante a escolha dele ela apanhou o vestido azul e se foi para de trás do biombo. 

 Severo bufou descontente e sentou-se na cama.

— Eu não sei porque diabos você sempre pede a minha opinião sendo que você nunca segue.

— Eu faço mais por uma questão de educação. — disse saindo de trás do biombo. — Você me conhece, sabe como funciona o meu guarda-roupa semanal. Aos Domingos eu opto pelo preto, nas Segundas eu aprecio a companhia do meu tão amado azul. Nas Terças eu visto lilás e nos outros dias da semana eu gosto de variar. — disse se dirigindo a sua penteadeira em busca de sua escova. — Ah, quase me esqueço da Quarta. — disse batendo levemente em sua testa. — Nas Quartas eu visto rosa.

— Já pensou no que podemos fazer nessas férias?

— Huuum, nós dois sempre fazemos o mesmo de sempre. Vamos atrás de ingredientes para suas poções, nós fazemos às suas poções, compramos novos livros para estudar sobre poções.

— Eu acho a melhor coisa do mundo.

— E eu muito repetitivo. — ela calou-se derrepente. — Sabe, Tio Severo, eu tive uma vez uma verdadeira conversa franca com o Harry. O que ele me contou verdadeiramente me chocou. Você sabia que até o início do ano passado ele vivia dentro de um armário sobre às escadas? E que lá ele era constantemente trancado?

 Severo enrijeceu desconfortavelmente. Anastasia não era dada a contar mentiras — bom, não mentiras sérias —.

— Disse-me que a situação ruim dele com a família é dada ao simples fato dele ser bruxo! Eu não me conformo. Céus, nós estamos no fim do século 20, quase beirando ao início do vigésimo primeiro e ainda existem pessoas com pensamentos tão infelizes que parece que elas vivem na idade média.

— Bom, depois que Lily entrou em Hogwarts a relação dela com Petúnia apenas piorou e...

— E isso por acaso é motivo para tratar o sobrinho como um verme? O deixando viver em um armário sob as escadas? Tio Severo, eu tinha três irmãs. Nós éramos quatro, criadas como uma, mas cada uma com suas opiniões e pensamentos próprios. Nós tinhamos nossas diferenças, mas se um dia eu tivesse que cuidar do filho de qualquer uma delas caso elas tivessem a infelicidade de faltar, eu nunca maltrataria um sobrinho e eu sei que elas também não.

—... Cada caso é um caso.

— Um descaso, você quis dizer.

— Tá bem, pobre Potter que é condenado a viver com sua família de trouxas ignorantes. — Severo revirou os olhos.

O Anjo de Severo SnapeOù les histoires vivent. Découvrez maintenant