Capítulo 8 - Terra Em Meus Olhos

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Atenção! A história a seguir pode conter aspectos perturbadores.

           

Novembro, 10

Cordelia e Evans conversam. Ela aponta todos os acontecimentos surreais que estão ocorrendo após o primeiro mês da morte de Raul. Evans tenta se conter para não revelar que ele "viu" o garoto na delegacia, porém acaba se hesitando. Cordelia diz acreditar nele, mesmo não acreditando em fantasmas. Ela pede a ele para que vá até a clínica tentar conversar com Margot, e certificar-se de que ela está melhorando.

- Como está indo, Margot? – pergunta ele.
Margot não responde. Ela está com uma camisola branca, seus cabelos estão sem pentear, e suas olheiras expressam o quanto ela está sofrendo.

- Seus pais vieram lhe visitar?

Margot desvia seu olhar.

- E se Cordelia viesse falar com você? Você se sentiria melhor?

- Não! – exclama Margot.

- Então porque não me responde?

- Meus pais estão vindo todas as tardes me visitar. E eu estou indo bem, obrigada!

- Você quer contar o que aconteceu entre você e Alisson Lavigne?

- Ela é uma vadia!

- Quando vocês se conheceram?

- No dia do funeral do Raul.

- Ela estava nele?

- Não sei. Alex e eu estávamos voltando para casa quando começou a chover. Resolvemos nos proteger na primeira casa que vimos... E foi a dela.

- Me conte mais.

- Bom, nós nunca havíamos visto-a. Nunca mesmo. Mas ela parecia nos conhecer mais do que nós mesmos. Ela disse que fomos nós os culpados pela morte do Raul.

- Morte, que você alega não ter sido morte, não é?

- Há nome de morte quando não há corpo?

- Porquê diz isso?

- Eu não posso falar disso aqui. Meus dias estão contados nessa clínica, pois já estão vendo que eu estou melhor. Mas se eu ousar dizer sobre aquele maldito caixão vazio, vão me dar mais um mês.

- Eu acredito em você, Margot.

- Aquela desgraçada. Tirou o meu brilho. Tirou minha sanidade. Tirou minha popularidade na escola com apenas dois dias nela. Eu juro para você – diz Margot olhando profundamente nos olhos de Evans – quando eu sair daqui, eu vou ser o próprio inferno na vida daquela cadela.

- Você está exaltada.

- Olhe para mim! Eu pareço exaltada?

- Os seus cabelos... Suas olheiras...

- Você é tão contraditório. Diz acreditar em mim mas no mesmo momento repara em minha aparência desleixada.

- Não é isso Margot... É que...

- Não é que nada. Essas minhas olheiras são provenientes de noites em claro. Mas não pense que eu não estou dormindo pois fico num canto escuro com minhas cabeças nos joelhos. Eu estou acordada pois estou planejando acabar com o castelo que ela criou. Ela e Raul.

- Raul? – indaga Evans com uma voz assustada.

- Evans, Evans, Evans.... Você deveria ver como eu estou rindo por dentro. São tantas emoções...

SuicideWhere stories live. Discover now