Capítulo 6 - Covil Vermelho

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se for verdade o que estão dizendo nos noticiários, esta carta será entregue à ninguém, pois você está morta. mas se minha intuição estiver certa, um dia chegará a você, de qualquer forma. as coisas não estão boas por aqui, Delia. uma pessoa que eu nem sequer imaginava que existisse está de volta, de certa forma. ela e mais outro antagonista na minha vida. se é dinheiro que eles querem, eu não me importo, não mesmo. só espero que seja breve a vivência deles por aqui, pois não quero voltar a viver o inferno que eu vivia no ano passado.

eu era uma pessoa sem fé e esperança nenhuma. eu não via luz no fim do túnel, e não sabia se era porque eu estava cego ou porque havia muita escuridão em mim. mas eu mudei, você sabe. se fiz algo de errado nos últimos meses não foi porque eu quis, mas a Margot não entede isso. volte, por favor, eu não consigo mais acordar sem ver você e o Evans na minha casa. agora a sua cama deu lugar ao habitat de Mariany e o quarto do Evans é do Renan.

Cordelia, eu te amo.
com amor e impaciencia, Raul.

23 de dezembro de 2019.

"aquele foi um dia para se guardar. para Margot foi o início de um plano doentio. para Raul foi a volta para o inferno. para Mirela e sua família foi o motivo para perder as esperanças. para Renan foi um alívio. para Alexandre foi a escuridão, assim como para David. para Mabel foi o arrependimento de ter conhecido Alison, e para ela foi a maior dor de sua vida. para Marjorie, bem, foi o fim da vida. o começo do fim. e para mim... saberei em breve. começou cedo..."


9 horas antes da festa.


- Esse vestido vermelho será o mais bonito da festa. - diz Margot.

- Para amiga, o seu também é lindo! - diz Marjorie se olhando no espelho.

- Mal posso esperar por hoje à noite, será como uma pré-formatura pra mim. Imagina em setembro...

- Nunca imaginei que eu nós nos formaríamos juntas, - diz Marjorie - ainda mais que seríamos amigas.

Margot observa ela friamente e diz:

- Temos 2020 inteiro pela frente, Marjorie, um ano inteiro só pra nós! E tudo começa nessa festa de hoje.



Na antiga casa de David, Raul consegue chamar a polícia. Ele olha várias vezes para a antiga casa de David, tentando se conter em esperar por ajuda. Insatisfeito com a demora, Raul resolve ele mesmo conferir se o corpo da criança é de Stephany.

Ao espiar pela janela da sala, ele vê que a criança está deitada de lado e sua cabeça está ensanguentada. Ele tenta abrir a porta da frente, mas está trancada. Então, ele lembra de ter visto o "homem misterioso" saindo pelos fundos, e corre para lá.
A porta está aberta e aparentemente foi arrombada, sem pensar duas vezes ele entra na casa e procura pela sala, onde está o corpo. A situação da casa é deplorável, e Raul encontra um cômodo com um saco de dormir e algumas marmitas sujas, onde provavelmente alguém está vivendo.

Chegando na sala, ele encontra o corpo no chão. É uma boneca sem face, apenas com sangue. Raul ouve a sirene da polícia e tenta sair da casa, porém é barrado por um policial na cozinha.

- Você está preso por matar Stephany! - indaga o policial algemando Raul.

- Quê?! Tá louco? - diz Raul - Foi eu quem chamou vocês aqui, eu quem encontrou o corpo!

- Muito esperto você, - debocha o policial - plantou o corpo aqui e depois fingiu que não sabia de nada. Tivemos uma ligação antes da sua!

- Senhor Vermelho... - conclui Raul - Me solta seu imbecil, eu quero um advogado!


SuicideWhere stories live. Discover now