Capítulo 6

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"Yo quiero sentir

Tus besos mojados

Dame más de ti

Llegaste en el momento indicado!"

Ricky Martin ~ Fiebre

Ricky Martin ~ Fiebre

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Kain

Era um dia como outro qualquer, lotado de trabalho e contratos para analizar, além das intermináveis reuniões referentes a situação de cada cidade em Luanda, e eu estava como de costume, em meu escritório, debruçado sobre uma quantidade bastante c...

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Era um dia como outro qualquer, lotado de trabalho e contratos para analizar, além das intermináveis reuniões referentes a situação de cada cidade em Luanda, e eu estava como de costume, em meu escritório, debruçado sobre uma quantidade bastante considerável de papéis que necessitavam de assinaturas ou revisões, tomando cuidado para não deixar coisas relevantes passarem despercebidas, tentava assiduamente me concentrar, porque ultimamente estava difícil.

Havia convocado uma reunião com a cúpula conselheira de Luanda para o comunicado de minha união com Rubi, desde o dia da coroação os jornais não falavam de outra coisa, era normal, eu já esperava por isso, mas existia quem estivesse descontente com a possibilidade de um novo casamento real, outra vez com uma estrangeira, e o que piorava, ocidental.
             
Em breve seriamos casados, eu disse que faria dela minha esposa, e decidi cumprir de uma vez a minha promessa, faltavam poucos preparativos para o grande dia, e o fato de ela não colaborar tornava as coisas muito mais complicadas, ela se recusa a tirar as medidas para o vestido, também a escolher adornos e enfeites de seu gosto para a decoração da festa ou da cerimônia, e antes de ontem, quando tentei fazê-la escolher os doces, ela atirou uma travessa de bolos em minha cara, pensando agora até poderia soar engraçado, se eu não estivesse tão ofendido pela forma como vinha me tratanto com certeza eu riria.
             
Não consegui evitar um sorriso, ela estava cumprindo sua promessa, toda vez que eu tentava me aproximar, falar com ela ou passar um tempo a sós, ela dava um jeito de destruir minhas expectativas, tinha se tornado seu novo hobby favorito, enfernizar a minha vida, nunca pensei que tomaria tantas pílulas para dor de cabeça em um único mês, também nunca pensei que ficaria tão desesperado pela aprovação de uma mulher.
             
Recordo-me de nosso encontro de ontem, combinei com Leila e Niandra de encontrá-la ocasionalmente perto do lago que fica atrás do castelo, pretendia ter uma conversa definitiva, vamos nos casar ela querendo ou não e planejava fazer com que ela entendesse de uma vez mas Rubi não recebeu minha presença muito bem, quando tentei chegar perto ela simplesmente me empurrou para dentro das águas frias do lago e correu, como uma criança que acabara de fazer suas travessuras, para dentro de casa.
             
Ela ainda me deixaria louco.
             
— Majestade? — Suspendi o rosto e encontrei Jamal, com seu habitual uniforme militar.
             
O capacete azul escuro — Assim como toda a roupa, à exceção das medalhas douradas em seu peito — descansava em seu braço direito como deveria ser, já que na presença de seu soberano ele não poderia usá-lo, e o fato de não ter batido me deixou em alerta. 
             
— Sim?
             
Eu estava mal humorado, ainda mais do que de costume, todos sabem que odeio ser interrompido, e por esse motivo eu sabia que se tratava de algo importante, Jamal estava nervoso demais, totalmente avesso a sua personalidade calma.
             
Observei sua fisionomia assustada com interesse, o vi abrir e fechar a boca várias e várias vezes, passando, nervosamente, a mão em seu cabelo.
             
— Diga logo o que veio fazer aqui! Não vê que estou ocupado?  — Minha fala potencializou seu medo, suponho, porque o vi arregalar os olhos escuros.
             
— Senhor... — Começou, respirando fundo em seguida. — Ela... Nos distraímos um só minuto, e ela não está em lugar algum do castelo ou arredores... — Suas palavras saiam trêmulas, e quando terminei de interpretá-las, minha face endureceu rapidamente, me levantei, caminhando até ele, se pudesse incinerá-lo com um único olhar de certo já o teria feito.
             
Com as mãos em punho e o maxilar trincado, soltei uma risada nervosa.
             
— Espero, para o seu bem, que não esteja tentando me dizer que sua futura quinta rainha escapou de um grupo de mais de mil soldados treinados para assegurar um sheik, cuja a única missão era mantê-la aqui! — Bufei, completamente furioso, esperta como era, aquela diaba já devia estar bem longe daqui, o que era péssimo, porque eu não descançaria enquanto não a trouxesse de volta.
             
Como se eu já não tivesse milhares de problemas para resolver...
             
Jamal parecia desesperado, eu queria sua cabeça decepada, cervida em uma bandeja de prata, mas nesse momento o meu desespero era muito maior, era uma verdadeira droga ter todos esses sentindo aflorando dentro de mim, a mera ideia de que ela pudesse estar longe corroía minhas tripas, me deixando absurdamente nervoso, eu mataria qualquer um de quem não precisasse minimamente neste momento, e meu general pareceu entender, engolindo a própria saliva um punhado de vezes.
             
— Meu senhor... — Baixou a cabeça o máximo que pôde.
             
— Revire todos os cantos desse lugar, espalhe soldados ao redor da cidade e encontre ela, porque eu lhe juro, Jamal, se Rubi não for achada será a sua cabeça a rolar pela minha espada  — Ele tremia, na mesma posição — Suma da minha frente!
             
Quando ele saiu, atravessando a porta correndo, saí logo depois, revistando cada centímetro que meus olhos avistavam, eu poderia sentar e esperar, mas estava nervoso demais para isso, não conseguia pensar em mais nada, inferno.
             
Por Alá!
             
Onde essa teimosa se meteu?
             
Minutos se passavam, cada vez que eu conferia o relógio e via o avançar do tempo mais inquieto eu ficava, minha cabeça estava cheia de teorias, como era possível que ela tivesse saído dali sem ser vista?
             
Cheguei ao corredor de seu quarto e entrei, procurando vestígios de sua presença, mas não havia nenhum sinal que indicasse onde estava, a hidromassagem estava ligada, tudo estava no mesmo lugar que me lembrava, abri seu guarda roupa e todos os cabides ainda permaneciam ocupados, os frascos de perfume e hidratante descansavam sobre a penteadeira, tudo parecia normal, então por que meu coração doía no peito e aquele pressentimento ruim o afugentava? Talvez porque eu soubesse que apenas suas coisas estavam ali...
             
Saí, depois de algum tempo, olhando pelos cantos para ter certeza de que ela não estava lá, apesar de já os ter checado, eu tinha aquela falsa impressão de que se deixasse passar um único centímetro estaria perdendo-a de vista, a sensação era realmente péssima.
             
Vi Leila correr apressada com Niandra em minha direção, talvez as duas soubessem de algo.
             
— O que houve? Porque todos correm desesperados? — questionou Leila, mandando minhas expectativas para o além.
             
— Rubi sumiu! Vocês estão sempre com ela então me digam, onde ela pode estar?
             
As duas se entre olharam, risonhas, o que me deixou com raiva.
             
— Isso não tem graça, falem de uma vez! — Ordenei.
             
Elas pararam, mudando sua fisionomia, e a forma como me olhavam me acalmou, pelo menos até que eu as escutasse.

Nɑ ʍíɾɑ ժօ ՏհҽíkOnde histórias criam vida. Descubra agora