O Sangue Do Criador

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Corpos estavam espalhados, lobisomens mortos e estirados. Salem estavam um caos...

E bem ali se encontrava uma das inúmeras bruxas negras e deformadas que foram pegas pelos caçadores e anjos (disfarçados) ali presentes. Uma delas balbuciava e tentava cantarolar frases malditas, porém sem sucesso devido as amordaças que lhe prendiam as bocas, pés e mãos.

- Coisa nojenta. - Disse um velho homem, pai de Rowan se aproximando.

- Conseguimos pegar algumas delas, amanhã de manhã iremos de porta em porta procurar por mais. - Disse o outro.

- Algumas não são todas. Ainda faltam muitas, e especialmente a líder delas. - Disse Van Helsing se aproximando.

- Como faremos para devolvê-las ao inferno?

- Essas não são renegadas do inferno, são mulheres tolas, transformadas pela rainha negra delas. Queime-as, e elas logo morrerão. - Respondeu se virando para longe dali.

O interesse dele estava em outra pessoa naquele momento.

***

A cruz caiu das mãos dele.

Belzebu estava ferido, gravemente ferido. Clarke havia voltado e Rachel... Rachel estava de frente a frente com sua maior inimiga.

Elizabeth Bathory.

Um grito gutural circundou o local. Um grito de guerra, um grito diabólico vinda de ambas que correram na direção uma da outra, tendo Rachel desejando o sangue de Elizabeth.

A fome e a fraqueza por ter usado seus poderes hipnóticos consumiam Rachel e davam vantagens a bruxa negra que sem esforço algum, abraçou Rachel e a jogou contra o tronco de uma arvore ouvindo-se um som de "crack" de suas costas.

Rachel gritou e Elizabeth surgiu erguendo a condessa no ar sem problemas enquanto usava magia.

- Acha mesmo que eu lhe daria poderes suficientes para me matar garota? - Respondeu girando os pulsos e fazendo o braço de Rachel se quebrar dando a ela mais um grito. - Tituba! - Gritou e a novata bruxa negra havia entendido o recado. - Se pensou que podia me derrotar, pensou errado Rachel. - Respondeu afundando sua mão no abdômen de Rachel abrindo um enorme buraco a deixando sem fala.

Tituba correu em direção a cruz aproveitando da fraqueza de Belzebu que até tentou se levantar mas estava fraco e ensanguentado demais pra isso. Havia lutado sem parar com tantas bruxas negras, que nem mesmo ele aguentaria tanto poder. Porém, Clarke que até então não havia se pronunciado, pegou a cruz no momento decisivo em que Tituba tentou, obrigando Elizabeth a soltar Rachel e ir atrás dela.

- Isso não lhe pertence, Clarke! - Gritou Elizabeth. - Dê para mim! - Ordenou e Clarke correu em direção a Rachel parando para acudi-la.

- Rachel! - Chamou, mas ela estava desacordada.

- Não seja tola garota, me dê logo o Santo graal.

Clarke encarou a cruz e pensou. Engoliu em seco e decidiu usar magia para quebrar a cruz e procurar pelo sangue do criador.

- Sabe Elizabeth? Você não é a minha rainha. - Disse Clarke. - Eu já tenho a quem servir... - Respondeu com lágrimas nos olhos retirando de dentro da cruz uma capsula contendo uma única gota de sangue cor vinho e dourada.

- Não... Não faz isso... NÃO OUSE! - Gritou Elizabeth correndo atrás de Clarke que rapidamente enfiou a capsula dentro da boca de Rachel.

- Desculpe Rachel... - Sussurrou saindo de perto da vampira que abriu os olhos naquele exato momento.

- Não... NÃO, NÃO, NÃO! - Gritou Elizabeth parando no caminho.

Veias avermelhadas cobriram todo o corpo de Rachel que começou a se contorcer de dor, seus olhos ficaram tão vermelhos que fumaça avermelhada saiam de dentro deles.

Suas unhas cresceram, e de suas costas, haviam... asas... Asas douradas e enormes.

- O que você fez... - Sussurrou Elizabeth e até mesmo Belzebu arregalou os olhos naquele momento. - O QUE VOCÊ FEZ! - Gritou novamente.

- Dei a um demônio... Um poder divino.

Nesse momento, Rachel se levantou de olhos arregalados.

Seu corpo não ia aguentar. Ela não havia passado por ritual, ela não havia o direito de engolir aquilo, se é que aquilo era para ser engolido....

Ao ver o que Rachel havia se tornado, Elizabeth tremeu, pela primeira vez ela representava medo.

A cada passo que a vampira dava a frente da rainha negra, era um passo que ela dava atrás.

- Isso não vai ficar assim... - Respondeu ela. - Você vai pagar muito caro por isso, todos vocês! - Gritou e então, desapareceu.. Se tornou uma fumaça negra e fugiu dali completamente assustada abandonando completamente suas aliadas que estavam ali em choque e com medo.

Deviam mesmo pois em questão de segundos, todas elas caíram no chão inertes com um buraco no peito esquerdo.

Em um piscar de olhos, Rachel gritou. soltou um grito gutural e chamas avermelhadas saíram dos corpos das bruxas vindo da capsula em que engoliu. Seu rosto começou a brilhar um alaranjado como se seu corpo todo a flamejasse por dentro, e o fogo era tão vermelho e limpo que não restou nem mesmo cinzas das bruxas que estavam a sua frente.

Entretanto, aquilo durou pouco, logo ela voltou ao normal e começou a tremer, aquilo não era para se ter engolido daquela forma, não era como beber água, era algo sagrado, e muito importante.

O que aconteceria a Rachel agora?

***

Não foram poucas, foram dezenas. Haviam no mínimo 12 bruxas encarceradas e amarradas dentro de jaulas a mando de Van Helsing.

Ele era um homem devoto a Deus e de poucas palavras, acreditava que era capaz de destruir os renegados do inferno, um por um em nome de Cristo.

Ver as bruxas amarradas e amordaçadas o excitava. Ter o poder de decidir o que aconteceria com cada uma era uma honra em sua cabeça. Era uma vingança.

- Então meu bom homem. Qual sua história? - Perguntou um dos caçadores se aproximando das jaulas onde estavam aprisionadas.

- O que quer dizer? - Retrucou desviando o olhar das bruxas para o senhor ao lado.

- O motivo que lhe veio a se tornar um caçador de demônios. Nós fazemos isso por Salem. É nosso lar. Você parece fazer por hobbie. - Disse ele sorrindo com o sangue escorrendo da testa.

Van Helsing sorriu de canto retornando o olhar para as bruxas.

Avançou lentamente para uma das bruxas olhando uma delas nos olhos profundamente ao respondê-lo.

- Não é um hobbie. É vingança. - Respondeu. - Uma dessas coisas massacrou a minha família. Matou meu irmão, minha esposa, minha nora, meus filhos... Matou até mesmo, a minha sobrinha. - Respondeu e ele se virou lentamente entregando um olhar fatal ao homem que arrepiou todos os pelos do corpo ao encarar o caçador. - Não sei qual deles fez isso. Portanto irei caçar um por um. Até exterminar a existência de todos e ter a certeza de que minha família foi vingada.

Respondeu e o caçador ao seu lado olhou pra baixo.

- Sinto muito. - Disse o caçador e Van Helsing olhou dentro de seus olhos como se buscasse mais informações.

- Queime as que foram transformadas pela rainha negra. Mantenha as renegadas do inferno presas. E muito cuidado, bruxas sabem ser manipuladoras. - Disse ele se virando para o caminho à fora.

Alucard: O Fim - Vol 2 - Uma História Renegados do InfernoWhere stories live. Discover now