Amaldiçoada

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  Belzebu abriu seus olhos azuis e virou o rosto para o lado. Queria ver o rosto de Rachel inchado de tanto chorar, porém só encontrou o seu travesseiro.

  Ele já sabia aonde ela estava indo...

***

— Aonde está indo a essa hora? — Perguntou Carmilla ao notar Rachel de longo vestidos vermelhos com brilhantes... Dignos de uma condessa.

— Cumprir com o que me disse uma vez. — Respondeu ela se virando para Carmilla. — Monstros não podem amar certo? Só que... EU não sou um monstro Carmilla.

— Desculpe... Foi um erro dizer isso Rachel, não quis te chamar de mons...

— Eu sou o diabo. — Respondeu com seus olhos avermelhados e um arrepio percorreu o corpo da condessa de Karnstein. 

  Rachel se virou indo de encontro ao cocheiro que a esperava para uma longa viagem de volta à caça as bruxas.

  Salem ainda não havia terminado com Rachel. E nem Rachel havia terminado com Salem...

***

  Laura lia alguns livros espalhados pela mansão, estudar sobre a nova era em que viviam era de bom grado, não muito mudou, exceto que agora existia armas de fogo para contra atacar os inimigos e dentre outros detalhes.

  As roupas ainda eram parecidas. Ela precisava ocupar sua cabeça, especialmente agora com tanta informação nova ocorrendo e a rodeando, tanto que despertou a atenção de Carmilla que se aproximou da mesa colocando em cima dela um copo de madeira contendo suco e um prato com frutas e pães.

— Precisa se alimentar direito Milady, ou pensas que não notei que quase não comeu essa semana? — Perguntou Carmilla e Laura sorriu. — Já prevejo que emagreceu quilos e quilos, seu rosto está mais magro.

— Impressão sua.

— Laura, sei que ainda tem lá seus problemas pessoais, e que sua cabeça está a mil, mas por favor, coma algo... — Pediu usando aquela face que Laura não consegue resistir.

— Eu como... Pode deixar. — Respondeu encarando-a e finalmente retirando um sorriso de alívio. — Como está se sentindo?

— Ah... Ainda dói muito. O luto... Sem contar que a pequena Mircalla anda de um lado para o outro amedrontada.

— Mircalla?

— Minha gata. Minha herança de Mattie. — Respondeu pegando o gato no colo e a acariciando. Foi então que Laura viu o colar. Um belo colar de cetim com um pingente de uma pedra brilhosa no centro envolvendo o gato.

 — Isso era da sua irmã? — Perguntou Laura e Carmilla fez que sim.

— Ela nunca retirava esse colar, era um manto pra ela.

— Tem magia nele... — Disse Laura. — Me permite? — Perguntou se referindo ao colar e Carmilla balançou positivamente a cabeça.

— Que tipo de magia?

— Magia negra... Isso não é um colar comum... 

— Então pra que ele serve?

  Laura fechou o colar em sua mão fechando os olhos e respirando fundo. Estava analisando.

— Sua irmã salvou a nossas vidas. — Sorriu Laura abrindo os olhos. — Isso daqui é o olho de Hórus. Estava selada a vida da sua irmã. Quando ela morreu o selo foi partido... Por isso Elizabeth não o destruiu ou o pegou...

— E pra que ele serve?

— O olho que tudo vê... Com isso podemos achar Elizabeth aonde quer que ela esteja... — Disse ela sorrindo pra Carmilla que sorriu de volta.

— Então você consegue descobrir aonde minha mãe está? — Perguntou e Laura fez que sim com a cabeça.

— Oh Céus! Obrigada Mattie! — Gritou Carmilla envolvendo Laura em um forte abraço. Aquele abraço acabou demorando mais do que o necessário. Tanto que lentamente Carmilla foi se afastando, até que ambas conseguiram olhar no fundo dos olhos da outra. 

  A condessa conseguia sentir a respiração de Laura batendo em seu rosto, tanto que não se segurou em beijar lady Hollis em uma explosão de sentimentos.

   Era como se todo aquele sentimento de séculos guardados fossem libertados  de uma única vez. A condessa de Karnstein parecia devorar Laura com um único beijo, e não parecia parar, até que então sentiu algo molhado em seu rosto como se fossem gotículas de água escorrendo.

  Carmilla se afastou e notou do que se tratava... Era Laura... Ela estava...

— Desculpe... Eu te machuquei? Está chorando? 

— Por que está fazendo isso comigo? — Perguntou Laura encarando Carmilla que parecia não entender a situação.

— Laura eu...

— Sabes que ainda te amo Carmilla... E me beija desse jeito? Não é porque sua querida Ell lhe deixou que serei sua segunda opção. 

— Mas não foi isso que... 

— Com licença... — Pediu se levantando apressadamente dali e saindo o mais rápido possível deixando a condessa sozinha.

***

6 dias depois...

  Rowan entrou na casa.

— Pai? O senhor está aí? — Chamou, porém sem respostas.

  Andou até a cozinha em busca de água porém algo nas escadas lhe chamou a atenção. O mosquete de seu pai estava no chão. O que era bastante estranho já que ele nunca deixava suas armas jogadas pela casa.

— Sangue... — Disse ao notar gotas de sangue pelas escadas.

  Tinha algo errado.

  Faziam dias e mais dias que não se tinha noticia de nenhum demônio por Salem. Rowan ainda tentava lidar com toda aquela situação. Não sabia exatamente se ele se sentia culpado ou aliviado por ter feito o que fez.

  Só sabia que todo aquele sangue não significava algo bom...

  O rastro havia parado no quarto de Rowan que abriu vagamente a porta segurando o mosquete de seu pai esperando por um ladrão ou... Não pode ser uma bruxa pode?

  Ele entrou vagamente vistoriando o quarto e esquecendo olhar o que se escondia atrás da porta.

— Olá Rowan... — Disse uma voz feminina sedutora que obrigou Rowan a se virar rapidamente para arregalar os olhos com o susto.

— Rachel...

— Sentiu saudades? — Perguntou antes de apagar Rowan com um único golpe.

  E que comece a vingança da filha do conde Drácula aos caçadores de Salem!

Alucard: O Fim - Vol 2 - Uma História Renegados do InfernoWhere stories live. Discover now