It's not over

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Rachel abraçou Clarke antes de ir já imaginando a saudade que sentiria por estar longe da amiga.

— Você tem certeza que vai ir mesmo?

— Tenho... Está na hora de seguir com minha vida. Por acaso tem visto Laura e Carmilla? Queria me despedir delas. — Perguntou e Clarke entrou em choque sem saber o que falar, viu que Bel fazia que não com a cabeça lá de cima da escada.

  Contar para Rachel que as duas escolheram ficar na tumba para proteger o selo era demais para a vampira aguentar, o melhor a se fazer era deixar para lá.

— Você cochilou bastante não é mesmo condessa? Laura e Carmilla já foram para longe daqui, assim que selamos o portão elas decidiram viajar para Estíria novamente. Queriam viver a vida delas juntas, e como estava desacordada elas pediram para que eu me despedisse por elas.

— Entendo... Uma pena... Queria de fato falar com elas. Bom quem sabe não nos esbarramos pelo mundo um dia. — Sorriu Rachel.

— E pra onde você vai?

  Rachel sabia que Bel estava escutando, portanto preferiu apenas entregar mais sorrisos a Clarke.

— Estarei pelo mundo. — Disse por fim a abraçando firmemente. — Até logo minha amiga.

— Até mais, Rachel...

  A condessa parecia triste e ao mesmo tempo tentava fingir que estava bem, mas não estava.

  Encarou Belzebu pela ultima vez antes de ir embora e então ela se virou. E ela foi...

  Agora ela havia feito o que Johanne disse para ela fazer. Apagar o sentimento de amor que havia dentro do seu coração. Amar só lhes traria mágoa, o que Rachel deveria fazer era curtir o máximo de sua imortalidade. 

  Nada de amantes, nada de amigos. Era ela, e só ela. Não precisava de mais ninguém, bastava ser uma Rachel fria que não ligava mais para ninguém além de si mesma. Estava na hora de ser o que ela sempre detestou antes de se tornar vampira. Estava na hora dela ser uma vadia como disse Johanne.

***

  A condessa se sentou no banco de uma praça, o sol queimava seus olhos por ser uma vampira, estava esperando algum cocheiro aparecer para leva-la para algum lugar, talvez Romênia tentar recuperar o trono que lhe era de direito, ou para a Estíria visitar Carmilla e Laura seja lá onde elas estão agora. Já que agora ela tinha tempo, e agora ela podia...

— E agora? — Perguntou Johanne sentando do lado de Rachel.

— Não sei... Acho que minha cota de paciência para esse mundo acabou. O que achas que eu deveria fazer?

— O que seu coração mandar.

— Ele está frio demais para me pedir algo Johanne...

— Posso ver. Então acho que não precisa mais de mim nesse momento certo?

— Parece que finalmente posso te deixar descansar não é mesmo?

— Já estou descansando Rachel, só que não na sua cabeça. — Sorriram ambas.

— Preciso dessa paz...

— Então vá encontra-la. — Ambas se encararam por uns segundos.

— Obrigada por estar sempre do meu lado. Sei que lhe fiz mal, e sei que nem está aqui de verdade mas... Obrigada...

— Sempre estarei com você, Milady. — Respondeu a serva.

— Adeus, Johanne... — Respondeu e Johanne sorriu para Rachel antes de desaparecer de sua vista.

  Agora ela estava sozinha no mundo... Ou pelo menos era o que ela achava...

— Olá Rachel. — Disse a voz de um homem que estava de frente para ela usando trajes caros de um homem poderoso. O sorriso bobo de Rachel se esvaiu naquele mesmo momento para um olhar de confronto ou talvez de... medo. — Não se esqueceu de mim, esqueceu? — perguntou o seu verdadeiro inimigo. 

  Van Helsing estava de volta.

— Merda... — Respondeu a condessa antes de ser apunhalá-da no coração com água benta e uma faca.

***

  Rachel abriu os olhos novamente... Céus, as pessoas precisavam parar de mata-la, é difícil voltar a vida tantas vezes em pouco tempo. 

— Oi minha sobrinha amada.

— O que quer de mim, Van? Já não sabe que sou imortal?

— Sim. Eu sei. É por isso que não vou mata-la. Afinal, já estais morta a muito tempo Rachel. O que quero com você é leva-la ao local onde deveria ter sido levada a muito tempo atrás...

— Do que está falando? Onde estou? — Perguntou ao perceber que estava acorrentada pelo corpo todo como um animal, dentro de uma espécie de caixa.

 — Fiz questão de preparar o mais caro, com estofamento de luxo, e aparência refinada, digna de uma condessa.

— Que? Do que está falando? O que é isso?!

— Oras Rachel... É seu enterro. — Respondeu deixando Rachel de olhos arregalados com o susto.

— Q-Que? — Perguntou sem querer entender.

— Está no seu lugar de onde não deveria ter saído. O lugar dos mortos. Como não posso matar você de verdade, então lhe aprisionarei no seu local de destino. Em um caixão. Embaixo de terra...

— Não... Você não pode fazer isso comigo! Enlouqueceu? Não deixarei de continuar acordada!

— Mas pelo menos não estará vagando pela terra, Rachel.

— Você é um monstro, psicopata Helsing! Acha que tem pontos com Deus? Sua cela no inferno está sendo preparada pra você! Seu desgraçado!

— Adeus Rachel. — Respondeu sorrindo e fechando o caixão antes de empurrá-lo para dentro da cova que lhes foi cavada especialmente para que nunca fosse encontrada.

  O desespero da vampira veio quando ela reparou que nem sequer conseguiria se safar das correntes cobertas de água benta. Ela sentia a terra cobrindo o caixão pelo barulho abafado que fazia, e a cada segundo Rachel ficava cada vez mais desesperada.

— NÃO! ME TIRA DAQUI! — Tentava inutilmente gritar. — SOCORRO! — Gritava sem sucesso.

  De olhos arregalados e com o desespero eminente em seu rosto, agora Rachel se arrependia profundamente de ter dito para que Bel não fosse atrás dela...  Agora ela torcia para que ele fosse teimoso o suficiente para acha-la... Ou Rachel estaria, muito, mas muito enrascada...


Alucard: O Fim - Vol 2 - Uma História Renegados do InfernoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang