• Verdades Ocultas •

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Agnes olha ao mesmo tempo incrédula e raivosa, alternando entre mim e a escudeira, até que vem em minha direção. Seu andar magnata impõe presença e personalidade, mas os olhos estão agora inexpressivos, enquanto o vento sopra seu cabelo e o tecido verde escuro do vestido.

- Não é possível que seja você mesma...- sua voz sai ainda inacreditada seja lá em qual fato for - Mégara como isso está acontecendo?

Ela vira o rosto pra cretina. Seus passos a trouxeram até mim, a colocando em minha frente.

- A culpa não foi minha Agnes. Eu fiz exatamente tudo ao meu alcance, tudo! Infelizmente suas ordens diretas limitaram minhas ações - a megera respondeu deixando claro sua aversão ao ocorrido, e seu ressentimento em relação à monarca - Ela tem sorte, é tudo que eu poderia dizer.

- Alguém por favor, poderia me explicar essa loucura? - pergunto fazendo os olhares se voltarem pra mim - Porque pelo que me disseram era pra ela estar morta! - aponto com a cabeça pra Agnes.

- Eu, a Rainha das Bruxas, morta? Quem anda difamando meu nome, isso chega a ser um insulto.

A risada alta de Mégara irrompe e chama a atenção.

- O mais hilário de tudo é você realmente ter acreditado naquela historinha patética! - eu ficaria com raiva dela rir da minha cara se não estivesse perplexa.

- Espera, como... - antes de eu terminar, ela me interrompe.

- Outra vez você e sua confiança cega em seus familiares. - Ela estala os dedos.

"Não pode ser... Não seja isso por favor" antes de eu terminar meus pensamentos, mais aparições surgem do meio do caos.

Tia Agatha.

Michel.

Minha mãe.

Meu pai.

Vazio. É minha cabeça no exato momento. Não sei como reagir a isso, além de olhar e esperar o próximo golpe.

- Fala sério! Como alguém acredita em almas fragmentadas e varinhas? Foi a história mais ridícula que ouvi em toda minha vida e eu sinceramente achei que não fosse convencer, mas você e sua ignorância me surpreenderam.

O contentamento e a alegria em sua voz retumbam nos meus ouvidos parecendo navalhas, enquanto perfuram minha mente com a junção dos fatos. E a única coisa que eu sei é que algo muito grande está doendo em mim.

- O que vocês fizeram? E porque? - pergunto em sussurro para minha família - vocês trabalhavam pra ela assim como Raymond?

- Já não mereço mais o título de tio?- apenas lanço um olhar feroz em sua direção.

- Não Samhara. Não trabalhávamos pra ela. Na verdade fizemos um acordo a anos atrás, que nos prometia segurança durante a invasão. - Tia Agatha responde.

- Vocês me trocaram por um acordo? Eu sou sua sobrinha! Mãe, sou sua filha! Como puderam? - Viro pra Mégara - Porque você me queria sua cretina?

- Espera aí? Agora quem não está entendendo nada sou eu, que história é essa? - Agnes se manifesta outra vez.

- Se vocês me derem licença eu posso explicar toda a situação. - ela põe as mãos na cintura.

- Pois eu adoraria. - respondo.

- Não é possível que você ainda não juntou os pontos fedelha. Não reparou? Você não se parece com nenhum de seus familiares.

Automaticamente olho pros meus parentes. Cabelos castanhos ou loiros, com excessão de meu pai e eu. Todos altos, e eu mediana pra baixa. A fisionomia dos rostos, mais leve e suave, ao contrário do meu. Mas...

 Rainha Negra: A Guerra Where stories live. Discover now