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 As ruas começaram a ter mais movimento

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As ruas começaram a ter mais movimento. Estávamos sempre olhando por cima do ombro, esperando por qualquer ataque, mas não veio mais nenhum.

Viramos em mais esquinas do que eu pude manter controle, com o passo firme, tentando parecer o mais calma possível. Só que então paramos em frente a uma pequena casa. As portas e janelas pintadas com um azul-claro. A pintura está desgastada, e o local parece abandonado, maltratado até.

Ela bate ritmicamente na madeira e espera ansiosa, olhando para os lados.

Fico ao lado da madeira e se não tivesse prestando atenção poderia ter perdido esses pequenos entalhes na janela. Não parecia ter sido feita a muito tempo, já que os vincos da madeira ainda tinham as bordas ásperas.

Penso que a porta vai ser aberta ou algo parecido, mas claro, que estando em Nihal, eu deveria esperar o inesperado. Depois que a minha avó bate no mesmo ritmo uma segunda vez, a porta abre o olho.

Sim, a porta, criou dois olhos e os abriu, olhando diretamente para nós.

— Edith?! — a porta fala, criando uma boca abaixo dos olhos.

Controlo os meus nervos. Como se não fosse assustador suficiente a porta ter olhos, agora ela tem uma boca. É estranho reparar que os lábios são carnudos e os olhos são castanhos?

— Sim, por favor, abra a porta. Sei que despistamos eles por agora, mas não vai demorar para nos encontrar novamente se ficarmos expostos aqui!

— Claro! — e a porta sorri.

Está muito cedo pra pedir um tempo de magia por hoje?!

Escuto o barulho de vários trincos e metais deslizando uns sobre os outros e então a porta abre. Detrás da madeira, a pessoa com os olhos castanhos e boca carnuda iguais a porta. A mulher é mais baixa que eu e parece uns bons anos mais velha. Os cabelos castanhos estão presos no alto da cabeça com um emaranhado de tranças.

Ela abre um sorriso e praticamente nos puxa para dentro. Consigo ver a mulher olhando para a rua antes de fechar a porta e trancá-la toda novamente. Depois abre uma cortina, permitindo a luz entrar e iluminar o ambiente.

O que a casa tinha de descuidada pelo lado de fora, era equipada com todo luxo e conforto por dentro. E parecia ser muito maior do que as paredes davam a impressão. Parece que eu entrei numa mansão. Será que todas as casas são assim?

— Preciso dar uma palavrinha com sua avó... Vai ser coisa rápida, mas pode ficar à vontade e conhecer a minha propriedade — a mulher informa e depois de sorrir para as duas, começo a me afastar para dar a elas a privacidade necessária.

Numa parede, tinham bustos e pequenas esculturas. Sou atraída pela arte e começo a analisar o trabalho. Quem quer que tenha esculpido aquelas obras, é ou era um artista habilidoso. Não havia assinatura, mas o trabalho é impecável.

Os Oito DomíniosWhere stories live. Discover now