Corrompida Parte 2 XXIX

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Assim que olhei para trás puder ver Jaden, ele nadou, e depois chegou até mim.

- Como você veio parar aqui?

- Eu... Eu não sei minha Deusa.

- O seu cabelo está branco, você morreu?

- O seu também está branco, e eu espero que não tenha morrido, ainda tenho muito para viver, e comer muitas comidas também, com você é claro.

- Haha, você não tem jeito, mas já que está aqui, vamos encontrar o poço, eu sinto onde ele está, mas tenho medo desse lugar.

Fomos andando, e por incrível que pareça eu não sentia mais nada de frio, nem calor e estava ainda bem molhada, Jaden pelo mesmo modo, mas ele parecia estar bem incomodado.

Começamos a adentrar a floresta e em tempos eu acho que vislumbrava algumas pessoas passando, rindo, correndo, mas era tão rápido que não dava para distinguir.

- Esse que é o poço?

- Sim, ela deve estar por perto.

Em minha mente eu a chamei, não sabia se tinha jeito certo, mas chamei do jeito que eu imaginava ser correto.

- Deusa mãe, preciso da tua ajuda, em meu coração sinto que sou capaz de salvar alguém.

Olhei para todos os lados e nada dela aparecer, acho que não sei mesmo o jeito certo de chama-la.

- Genevieve? Quem é essa mulher que vem até nós?

- É a Deusa mãe.

Ele logo fez reverência assim que ela se aproximou de nós.
E eu corri para abraça-la. Não sei porque, mas precisava de um abraço de uma mãe naquele momento.

- Minhas crianças, o que devo a honra das vossas visitas?

- Eu morri?

- Haha! Meu filho, você está vivo, e bem vivo por enquanto... Mas não acredito que ainda não ligaram as peças.

- Como assim Deusa?

Eu perguntei, porque era bem óbvio que eu não fazia ideia de mais nada naquela altura.

- Jaden meu guerreiro, você é o guardião principal de Genevieve, o que ela não sabia onde encontrar.
E você como o principal e estar ligado ao amor por ela, pode acompanhar ela em todo e qualquer lugar, vocês são parte de um todo.

Eu olhei pra Jaden e nesse momento ele tava pasmo, branco igual a papel, imaginei que ele iria desmaiar.

- Minha vez... Deusa mãe? Eu não sei o que está acontecendo com a minha amiga, do jeito que pode ver aura, eu consegui ver uma marca escura no ombro dela, e cada vez mais ela está fraca como se aquilo estivesse sugando toda a energia dela.

Ela andou de um lado para o outro, até que olhou para mim.

- Acho que tem algo corrompendo a alma dela.

- É pior do que pensei... A minha ancestral, mandou pegar algumas coisas mas eu não sei pra que serve.

- É para fazer um ritual para que possa tentar cura-la. Só que você não tem poder suficiente.

- E como eu consigo?

- Bem simples, eu vou te emprestar o poder suficiente para ajudá-la, mas depois que o poder sair, você terá que continuar sua jornada para desbloquear ele de novo.

Jaden deu um passo a frente, pegou a minha mão, e já mais recuperado...

- Deusa, eu tenho mais perguntas, pelo menos uma dica de como eu quebro minha maldição.

- Bom, o tempo de vocês está no fim, ou não vão acordar mais, o tempo aqui no mundo espiritual é diferente do mundo dos vivos. O que posso dizer é, procure uma druida no reino das ruínas e ela lhe ajudará a quebrar a maldição.

Tudo começou a ficar escuro, vi apenas uma luz enquanto meus olhos fechavam e abriam. Eu estava no lago novamente, nos braços de Jaden.

- Pela Deusa, o que aconteceu? Já é noite, eu pensei que vocês tinham morrido. Vamos logo entrar.

Um tempo depois....

Trocamos de roupa, com a roupa mais confortável eu fui dar uma olhada em Yara, e ela estava dormindo. A noite sabia que não poderia achar os ingredientes, mas logo pela manhã eu iria procurar.

Jaden me olhava de relance, mas não dava uma palavra.
Fui até a cozinha tentar comer alguma coisa, mas encontro Yanna na mesa sentada comendo um pedaço de pão.

- Vi você saindo com a tia maluca e o grandão, foram fazer um ménage?

- O que eu faço ou deixo de fazer, não é da sua conta, bruxa.

Depois da resposta ela não falou mais nada, apenas ficava me encarando enquanto eu fazia uns sanduíches com manteiga de amendoim e geleia de morango.
Saí da cozinha mas tenho certeza que o olhar dela me acompanhou até eu sair.

Fui comer no quarto mesmo, nem queria olhar para a cara de mais ninguém o resto daquela noite. Logo dormiria e assim que amanhecesse, iria atrás dos ingredientes e fazer o ritual.

- Seu cabelo já voltou a cor normal...

Jaden diz assim que eu entrei no quarto.

- O seu também... Quer?

- Você eu quero.

- Tô falando dos sanduíches. Haha

- Não obrigado minha deusa, já jantei.

Me sentei no meu lugar na cama, peguei o livro e fiquei procurando algo que me ajudasse no ritual de amanhã, enquanto comia e folheava as páginas, vi uma mulher no meio de algumas criaturas, e lá dizia que uma deusa muito poderosa da guerra, comandava exércitos de corvos, cada soldado morto tinha em seu ombro direito um corvo, pretos e com os olhos índigo, que é uma mistura entre o lilás e azul.

Aqueles olhos não me eram estranhos. Decidi ler mais sobre aquela deusa, Ela se chamava Morrigan, sua forma natural era um corvo grande, ainda era chamada de rainha das bruxas.

Pensei em quanto poder aquela mulher possuía, sabia que não queria a encontrar no caminho...
Continuei a ler e dizia mais sobre ela, dizia que quando ela se apaixonava por algum homem, acabava o matando de alguma forma, a maioria das vezes era pelo beijo, não sabia- se ao certo se a deusa sugava toda a vida e o poder para si, ou se apenas o beijava esperando ser o seu amado verdadeiro, a sua alma gêmea. Já no finalzinho da folha, em letras quase ilegíveis dizia... " Ela ainda procura o seu amado em todos os homens que ficam em sua posse..."

A Guardiã das 5 chavesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora