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Jimin p.o.v.

A noite estava a correr tão bem, o álcool estava só a acender mais a chama que ardia com desejo por Jungkook, não havia mais ninguém naquele sítio nem no mundo inteiro que me fizesse mais feliz do que ele.

Quando fomos a casa de banho eu tirei as minhas calças sentindo a minha cabeça tonta e como não tinha fechado a porta senti umas mãos virem parar ao meu rabo. Assustei me com o toque e fiquei imóvel pensando que seria Jungkook.

Naquela altura não me ocorreu que fosse outra fosse, como eu disse a minha cabeça estava meio tonta. Apenas me apercebi que não era Jungkook quando o infeliz me virou para ele e atacou os meus lábios prendendo com força os meus braços.

Foi nessa altura que apareceu Jungkook. O rapaz continuava a agarrar me e só me largou quando Jungkook o projetou para o chão e socou a sua cara. Eu fiquei assustado, estava meio tonto e tudo estava a acontecer tão depressa.

Comecei a chorar sem sequer me aperceber e chamei por Jungkook dizendo que não era o que ele estava a pensar mas ele não me quis ouvir e saiu a correr, tentei ir atrás dele mas eu não podia perder me. Fui para casa esperar que ele chegasse.

Pensava que até era bom ele estar sozinho, mas quando ele finalmente chegou a casa foi para o quarto de hóspedes e não me deixou entrar.
Eu estava tão partido por dentro, tão cansado, tão desesperado.

Nao podia acreditar que a minha vida tinha estado tão bem e de repente a razão pela qual ela estava bem, desmoronou. Doía me imenso ver Jungkook naquele estado.
Eu preferia mil vezes que ele me tivesse magoado a mim.

Não suporto a sensação de culpa por magoar alguém, isso magoa me profundamente. Não conseguia dormir então andei pela casa sem saber o que fazer. Estava tão deprimido. Observei as estrelas brilhantes e pedi a Haru que me desse forças.

Mas quando todas as memórias voltaram foi como se eu tivesse revivido tudo. O abandono do meu pai, a morte de Haru, a minha grande depressão e todas as crises que tive.

Comecei a ficar com a respiração descontrolada e já não era mais capaz de lutar contra as lágrimas, elas já caíam sem pedirem permissão.
Chorei alto e desejei não existir naquele momento.

Sabem quando estamos tão mal, tão cheios de tudo, tão cansados e que parece que todos os caminhos que nós seguirmos vão dar a dor? Nesse momento eu só queria deitar me e deixar de existir. Não queria estar a sentir nada disto.

Eu estava a ter outra crise, uma das feias. A raiva tomou conta de mim mais tarde e comecei a ficar assustado comigo mesmo pois sabia que iria perder o controlo se não me acalmasse já. Mas como Jungkook não estava ali para me acalmar, eu não fui forte o suficiente.

Começou com arranhões por os meus braços e pernas. A pele ardia a cada arranhão mas eu não conseguia parar. Já podia ver a imensa vermilhão na minha pele. Eu não podia gritar, não queria acordar ninguém.

Segui até à casa de banho e tirei do armário a lâmina que encontrei um dia destes. Eu devia tê-la escondido mas não sabia que iria voltar a ter uma crise. Chorei um pouco mais alto quando a agarrei e me sentei na banheira.

Deixei a água começar a correr mesmo eu estando vestido e direcionei a lâmina para os meus braços. Eu não queria fazer aquilo, eu sabia que aquilo era errado, que parecia aliviar mas que no fundo só me iria trazer mais dor.

-Desculpa Haru...
Mais um corte.
-Desculpa mamã...
Mais um.
-Desculpa Jungkook eu não queria causar te tanta dor.
E outro, mas este foi muito maior.

O sangue começou a sair dos meus braços e eu fiquei paralisado a olhar para ele. Comecei a soluçar enquanto chorava de novo. A água fazia arder a minha pele arranhada e os cortes também ardiam um pouco, porém não estavam muito fundos.

SilenceDonde viven las historias. Descúbrelo ahora