Capítulo 7

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Inclinando a cabeça contra a porta, Claire gemeu. Aquilo era a última coisa que precisava. Se não se focasse, teria de se demitir e necessitava do dinheiro que Jamie estava lhe pagando, se quisesse manter a agência aberta. Sem mencionar, se algum dia quisesse comprar um apartamento pra morar.
O monitor de vídeo sobre o criado-mudo mostrava Brianna dormindo pacificamente, abraçada com a nova boneca. Era em momentos serenos como este que Claire sentia
o vazio em seu coração. Tendo crescido sem seus pais, sempre assumiu que um dia teria a própria
família. Do jeito que trabalhava agora, porém, não tinha tempo nem para um encontro amoroso, muito menos para um marido. Perder todas as suas economias destruiu seu sonho de adotar uma criança no futuro, fazendo-a se questionar se ser mãe estava em seu destino.

Havia coisas piores no mundo do que não ter filhos... embora, de sua perspectiva, não muitas.
Ela queria muito possuir a habilidade de conceber, mas isso não era para ser, e Claire tinha de aceitar o fato e seguir em frente. Queria ser feliz, então, precisava focar em
atividades felizes e que estavam sob seu controle.

No dia seguinte, jurou, ela seria totalmente profissional. Apenas tinha de descobrir uma maneira de se tornar imune àqueles olhos azuis, àquele sotaque sedutor, e esquecer o beijo muito, muito excitante.
Uma risada histérica escapou de sua garganta. Claro. Sem problemas.

O Alarme tocou na casa, indicando que alguém havia aberto o portão e estava subindo o caminho de acesso. Jamie ergueu Brianna nos braços e dirigiu-se para a porta, a fim de ajudar Claire com as sacolas do mercado. Ela havia saído tinha um bom tempo, e ele imaginava se ela fugira ou se estava comprando mantimentos para dois meses.
Ele tinha acabado de receber um telefonema de seu assistente, que lhe deu informações interessantes sobre Claire e a situação financeira dela. Aparentemente, ela estava em
condições muito piores do que ele imaginou.
Ele não queria de forma alguma deixá-la. desconfortável ou embaraçada, mas, ao mesmo
tempo, queria fazer alguma coisa.
Teria de abordar o assunto de que os negócios dela estavam quase falindo, mas precisava descobrir um jeito sutil de fazer isso.
Jamie não sabia sobre os problemas pessoais de Claire, mas, sem dúvida, ela os tinha, somados à sua situação financeira. Tudo que ele sabia no momento era que a agência passara por grandes dificuldades no último ano, resultando em Claire como sua única funcionária. Havia definitivamente uma história lá.

Quando abriu a porta, ele não viu o carro dela. Em vez disso, ela estava subindo o caminho de acesso a pé, carregando diversas sacolas de mercado.
Ele sentou Bree na varanda.
- Fique aqui, querida. Papai precisa ajudara Claire
Com o portão da propriedade fechado, Jamie não estava preocupado que Brianna escapasse dali.
O pior que poderia acontecer era que ela arrancasse as flores do canteiro, antes que ele voltasse. Havia uma piscina na parte de trás,
mas ele ficaria de olho para se certificar que ela não rodeasse a casa.
Rapidamente aproximando-se de Claire, ele perguntou:
- Que diabos você está fazendo? Onde está seu carro?
- Quebrou a aproximadamente alguns metros daqui.
Ele tirou diversas sacolas nos braços dela, estreitando os olhos para as marcas vermelhas na pele delicada, causadas pelo peso.
- Por que você não me ligou? - demandou ele. - Eu teria ido buscá-la. Deixada apenas com duas sacolas mais leves,
Claire sorriu e recomeçou a andar.
- Até que você pusesse Bree no carro e chegasse onde eu estava, eu já estaria aqui. Além disso, eu não queria atrapalhá-los, vocês podiam estar brincando, ou ela podia estar se preparando para uma soneca.
Embora o cabelo de Claire estivesse preso num rabo de cavalo, Jamie notou as mechas úmidas no pescoço dela. O sol de Boston podia ser muito forte.
- Onde exatamente está seu carro? perguntou ele, tentando manter a voz controlada.
Ela explicou em que rua o havia deixado, o que não significava muito para Jamie, uma vez que ele sabia pouco sobre a área ou os nomes das ruas. Ele pediria que o veículo fosse
rebocado, e então arranjaria um transporte adequado para Claire. Funcionária sua não ia ficar na mão novamente.
E se Bree estivesse com ela? O que ela teria feito, então? O contratempo era frustrante em vários níveis.
Além do fato de ela ser sua empregada, ele se recusava a ver qualquer mulher esforçando-se a
ponto da exaustão. Uma camada de
transpiração brilhava na testa dela, As faces estavam vermelhas.
De onde ele vinha, mulheres nunca saíam de casa sem maquiagem, cabelo bem penteados e roupas chiques... muito como em Los Angeles. Entretanto, Claire não parecia se importar em sair sem um pingo de maquiagem.
Ele achava aquilo revigorante e muito excitante.
Como se precisasse de outra razão para se excitar perto dela. Precisava cortar esse desejo sexual pela raiz e manter-se focado.
Uma vez que eles chegaram à varanda, Brianna realmente havia arrancado uma variedade de flores, segurando-as em sua mãozinha.
- "Ati"! - exclamou ela, apontando as flores para Claire. - " Forzinha".
Claire riu.
- Pra mim? - perguntou ela abaixando pra fica na altura de Bree _ Obrigada querida. - Bree sorriu e correu.
Jamie olhou para Claire e viu uma mulher atraente, determinada e forte. Como um homem poderia não se sentir atraído por tais qualidades? E a sexualidade dela era sutil. Não se percebia nada, até que o impacto o atingia com força total. A cada dia que passava, ele percebia quanto poder ela começava a exercer sobre ele.

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