Capítulo 14

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Claire podia querer que ele desistisse, mas enquanto ele visse desejo nos olhos azuis toda vez que ela o fitava, não ia recuar. Ela fora machucada antes, e agora ele estava pagando pelos pecados de outro homem.
Ela havia pedido espaço, e ele não costumava ir contra os desejos de uma mulher, mas isso não significava que ainda não poderia conseguir o que queria. Verdade, a casa era enorme portanto, ter o próprio espaço não era necessariamente um problema. Entretanto, a conexão física dos dois era tão intensa que as paredes pareciam se fechar sobre eles.

No começo, ele lutou contra a atração, então se resignou pelo fato de que esta não ia desaparecer. Depois, imaginou se eles não
poderiam curar o desejo procurando conforto um nos braços do outro. Mas, enquanto esse pensamento lhe ocorria, ele não pôde evitar imaginar se havia mais alguma coisa sendo
construída ali. Parecia uma mulher, analisando sentimentos e emoções, mas Claire havia despertado um lado seu que ele não sabia existir, e ele não
queria vulgarizar o que eles tinham em apenas um caso. Ambos mereciam mais do que isso, entretanto, ele a queria com desespero, e não adiantava tentar continuar lutando contra
a tensão. Havia fracassado em sua tentativa de sedução na piscina, mais cedo. Acreditou que passar tempo com ela num ambiente mais
relaxado, e com Brianna, iria amolecê-la. Agora, Claire estava no quarto, e ele ali na academia. Nem mais podia entrar naquele ambiente sem vê-la pressionada contra
a parede, vermelha de excitação e olhando-o através de pálpebras pesadas. Tinha de haver um jeito de quebrar as barreiras que ela havia erguido ao redor de si mesma. Havia tantas camadas para descascar.
Ele queria saber por que Claire usava somente três trajes que se revezavam. Queria saber por que ela ficava costurando no tempo livre, Em raras ocasiões, ele a pegava procurando mais receitas na internet.
Parecia que cozinhar não só era um hobby, mas também uma verdadeira paixão. Entretanto, ela havia deixado claro que não queria ficar a sós com ele, portanto, conversar
era quase impossível, porque, quando Bree estava por perto, ele queria devotar seu tempo e
atenção à sua filha.

Jamie travou a barra no lugar e sentou-se no banco. Subitamente, um plano brilhante lhe ocorreu. Ele teria de ser criativo para se certificar de que ela não pudesse fugir do que estava acontecendo entre eles. E algo estava
definitivamente acontecendo.
Tirando o celular do bolso do short, ele procurou o número que usou quando ligou pra ela primeira veze e ligou.
- Jamie? - Claire atendeu, o tom de voz confuso.
Ele riu.
- Sim.
- Por que você está ligando?
- Para conversar.
Silêncio do outro lado da linha. Talvez aquilo fosse um erro, mas era um risco que ele estava disposto a correr. Não tinha sido sempre audacioso?
- Claire?
- Eu estou aqui. - Ela suspirou, e um som de lençóis farfalhando se infiltrou através da linha.
- Sobre o que você quer conversar? Nós estamos na mesma casa, sabia?
Jamie suspirou e levantou-se e pegou uma toalha que estava pendurada sobre uma máquina de pesos.
- Estou na academia. - Ele enxugou rosto e pescoço. - Acordei você?
- Não. Eu tinha acabado de apagar a luz e me deitado.
Fechando os olhos, ele visualizou-a entre os lençóis, o cabelo encaracolados espalhado no travesseiro.
O que ela usava para dormir? Uma camiseta?Uma camisola? Nada?
- Está tudo bem? - perguntou ela. - Estou confusa pelo motivo de sua ligação.
- Eu queria ouvir sua voz.
Jamie apagou a luz da academia e dirigiu-se ao escritório. Apenas um pequeno abajur iluminava a sala. Ele sabia que precisava controlar a conversa, ou ela desligaria.
- Conte-me sobre sua vida antes de vir para cá.
Claire riu.
- O que sobre minha vida? Eu trabalho com crianças e adoro cozinhar... Não há nada tão excitante assim.
Ela era muito mais, e ele seria o homem a lhe mostrar isso. O último homem com quem Claire havia se relacionado não percebeu o tesouro
que tinha em mãos.
- Você tem amigas, certo?
- Sim. Eu estava morando com uma antes de vir para cá. E quanto a
você? É da Escócia, é um pai incrível, trabalha poucas horas, mas é tudo que sei.
- Não estou falando sobre mim. - Ele acomodou-se no sofá e fechou os olhos. Queria ouvir tudo sobre ela. Queria que aquela voz sonolenta e sedutora o envolvesse. - Nós estamos falando sobre você.

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