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Nino pegou seu cavalo e cavalgou até uma montanha um pouco distante da região, chamada Elle. Ninguém sabia o porquê deste nome, e não tinham muita curiosidade de saber também.

O moreno olhou ao redor, na esperança de encontrar uma cabeleira loira. O pôr do sol estava por vir, e Adrien teria que regressar antes do toque de recolher.

— Nino? — o garoto fez expressão surpresa.

— Adrien, te encontrei. — sorriu aliviado.

— Aconteceu alguma coisa?

— Seu pai. Quer saber por onde você anda neste exato momento. — ele suspirou. — A princesa Chloé está te procurando.

— Tinha que ser a Chloé. — diz, ríspido.

— Vamos, é melhor. Antes que seu pai mande os outros guardas virem te buscar.

— Ele quem pediu para você me procurar? — começou a acompanhar o amigo no galope de volta para casa.

— Não. Eu me ofereci. Disse que você poderia voltar mais facilmente com um amigo leal.

— Certo...

.


O loiro encarou seus pais por bons momentos, antes que Gabriel pudesse dizer:

— Onde estava?

— Cavalgando. Como sempre faço antes do sol de pôr.

— Chloé esteve a sua procura a tarde inteira.

— Para...?

— Queria que a levasse para cavalgar e ir com ela ao centro da vila comprar um tecido para fazer seu vestido do baile.

— Perdoe-me por isso. — faz uma suave reverência ao pai.

— Não é para mim que você deve pedir isso.

Adrien olha no fundo dos olhos de seu pai e não vê nada. Está vazio. Sua expressão é neutra.

— Bom..me deem licença, então. — se curvou e saiu dali, subindo as escadas até o segundo andar.

Ao chegar em frente ao quarto de Chloé, ele solta um longo suspiro que lhe escapa entre os dentes.

Enche os pulmões de ar e, bate, com delicadeza.

— Chloé, está acordada? — pergunta.

Um silêncio se fez. Adrien por um momento, pensou que deveria se retirar. Mas, passos foram ouvidos, se aproximando cada vez mais da porta.

Seus olhos arregalaram quando ele viu que a pessoa a lhe abrir a porta, era ninguém mais ninguém menos, que Marinette.

A garota também ficou bastante surpresa.

Enquanto Adrien a olhava fixamente, os olhos da garota não conseguiam encará-lo. Era como se o medo os tivessem possuído. Sentia que se o olhasse nos olhos, iria bambear as pernas, como na noite passada. E ela não queria isso.

Ao menos, não na frente de Chloé.

— M-Marinette! — ele coça a nuca e sorri desajeitado para a garota.

— P-príncipe...olá. — sorri forçadamente, afim de se livrar da gagueira.

— Adrien, o que você faz aqui? — Chloé caminha até ele, nervosa.

— Chloé... Vim apenas me desculpar pelo meu esquecimento de mais cedo. Eu deveria ter levado-a para a vila para comprar contigo o tecido mais refinado para seu vestido de amanhã.

— Humpf! — ela cruzou os braçou e fez bico.

— Colabora comigo, vai? Eu estou me humilhando aqui. — já disse irritado.

— Tudo bem, Adrien. Eu te desculpo por esta gafe. Mas, para compensar, você terá que ir às compras comigo pela manhã, cedo!

— Tudo bem, tudo bem. O que você quiser. — beijou-lhe a mão.

Os dois estavam interagindo como se Marinette não estivesse ali. E isso a deixou desconfortável.

— Princesa, ainda precisará de mim no restante da noite? — quis saber ela.

Chloé a olhou com rigidez e sorriu de forma sardônica.

— Já está cansada, plebéia?

— N-não. Eu só...

— Saia logo daqui! Aproveita que eu estou de bom humor.

— S-sim, milady. — reverenciou e saiu às pressas.

Adrien olhou para a loira surpreso. A expressão dela estava normal e isso o irritou um pouco.

— Não se fazem mais criados como antigamente.

— Eles não são uma máquina, Chloé!

— Mas eles estão aqui para nos servir. São contratados para isso.

— Você paga os seus criados, Chloé?

A garota ficou muda e ficou da cor de um pimentão.

— Qual é o seu problema, Adrien?

— Como assim, qual é o meu problema? Tá maluca?

— Você gosta dela, não é?

— Gosto de quem, gosto de quem?

— Da Marinette! Marinette!

— O quê? O que está dizendo?

— Não minta para mim, Adrien! Ou você acha que eu não percebi, hein?

Adrien fica mudo e passa as mãos pelo rosto. Ele estava suando frio.

— Boa noite, alteza! — Chloé o reverência debochadamente e fecha a porta de seu quarto com força.

— Que horas quer ir às compras amanhã? — perguntou Adrien, encostando-se na porta.

— Ao romper da aurora!

— Mas...é muito cedo.

— Eu não ligo! Eu quero ser a primeira a chegar na melhor loja e comprar o melhor vestido da região. Meu vestido será o melhor. Tem que ser o melhor!

Tudo bem, Chloé. Tudo bem... — ele dá um último suspiro antes de caminhar para seu quarto.

— Vossa alteza, quer ajuda com os trajes? — a criada lhe pergunta quando o vê entrando no quarto.

— N-não, Cristiny, obrigado. Pode se recolher. — diz, gentilmente, dando-lhe seu melhor sorriso.

— Muitíssimo obrigada, príncipe. Qualquer coisa, toque o sino, e eu venho lhe servir.

— Pode dormir descansada neste caso. Não lhe irei perturbar.

— B-bom...sendo assim, boa noite então.

— Boa noite, Cristiny.

A criada sai fechando a porta. Adrien apenas tira sua camisa e botas e deita com tudo em seu colchão macio, assim, caindo num sono pesado.

Minha Princesa - MiraculousWhere stories live. Discover now