Cure

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"O ser humano é o pior animal que já habitou a terra.

Leonardo L. X de Souzza"

Eliza Dorsey

Consigo ouvir vozes de longe, como se eu estivesse flutuando sobre os céus, acima das pessoas, mas não posso ouvir o que elas falam. Não são vozes conhecidas, e quanto mais esforço eu faço, mais minha cabeça doi.

Flashbacks começam surgir dentro da minha cabeça, eu estava em um carro, com Daisy e dois homens estranhos, todas as vezes que eu acordava, um deles colocava um pano em minha boca e tudo ficava escuro novamente, isso se repetiu por muitas vezes, não sei quantas, mas forma muitas, dia e noite.

Algum tempo depois, parecia que eu tinha caído, e comecei a ficar mais consciente em relação a tudo em minha volta, e agora, eu conseguia ouvir e entender as vozes ao meu redor. Logo, consegui abrir os olhos e me sentei rápido, o lugar que eu estava era totalmente desconhecido, parecia um hospital, talvez uma sala de laboratório, não sei o que era. Logo olhei ao redor e vi mais quatro pessoas diferentes, três mulheres e um homen. Ouvi de uma das mulheres, ela se aproximava e falou algo do tipo; "acordou, princesa?", a olhei e sabia que meu rosto dizia por si só: "O que merda tinha acontecido?", até que finalmente lembrei. Tinha uma vaga memória da estrada para Hilltop, o carro, os dois homens, o tiro na perna da Daisy. Onde está a Daisy?

— Onde está a Daisy? - Falei me levantando rápido, mas a tontura não deixou e novamente eu cai sentada.

—Ou... - A mesma mulher que se aproximou começou.— Calma, princesa. Você acabou de acordar.

— O que ta acontecendo? - Perguntei.

— Você chegou a dois dias, mas estava em algum tipo de "coma", eu acho. - Ela fez aspas com os dedos. — Sua amiga está resolvendo algo lá dentro, ela levou um tiro, a perna estava infeccionando.

O sotaque dela era muito diferente do que eu estava acostumada.

— Onde a gente ta?

— Isso aqui é um laboratório, nós vamos servir de ratinhos, não é fofo? - Ela soltou uma pequena risada.

— Cala a boca. - O homem falou.

— Cala a boca você. - Ela disse mostrando o dedo do meio ao homem.

— Mas onde que fica esse laboratório? - Perguntei.

A mulher ia responder, mas antes, tomei um susto com a porta sendo aberta com violência por um homem, outro apareceu, olhei com foco e percebi que era um dos que estavam no carro. Era o homem mais forte, eu lembro o nome dele, o colega dele disse, é Lester o nome dele, ele puxou pelo braço de alguém, quando essa pessoa apareceu, vi que era a Daisy, ele puxou e a empurrou dentro da sala onde estávamos. Fui para a frente dela e a segurei, antes que ela caísse. A perna dela, abaixo do joelho, estava coberta por uma faixa.

— Ei, você ta bem? - Perguntei.

— Você ta? - Ela perguntou, sabendo a resposta.

— Mais tarde, alguém vem buscar um de vocês. - Lester falou e trancou a porta.

— No carro e aqui, eles cuidaram do meu ferimento, eu não entendo, eles atiraram em mim e cuidaram. - Ela disse.

— Porquê se você for a escolhida, é bom estar com a saúde em dia. - A mulher que estava conversando comigo disse. — A propósito, meu nome é Cally.

— Eliza e Daisy. - Falei. — Escolhida pra quê?

— Você ainda não entendeu do que isso se trata? - Cally perguntou, mas achei que eu não precisava responder. — Querida... ahn... Daisy, você que estava lá dentro, fala pra ela o que você viu.

— Macas, soros, amostras de sangue... agulhas, coisas de médicos... - Daisy respondeu confusa.

— Exatamente. - Ela disse sorrindo e voltou para trás.

O sorriso de Cally não era sincero, estava mais pra um sorriso por medo.

— Eu perdi minha mãe por causa deles, ela foi uma que participou dos experimentos deles. - Uma garota que estava encostada na parede disse.

— Essa aí é a Emília. - A mulher disse. — Ela perdeu a mãe semana passada.

— O que esse pessoal estão fazendo? Matando pra nada? - Perguntei.

— Sim, exatamente isso. - Cally respondeu. — Mas pra eles, estão ajudando o resto da humanidade.

— O que eles querem? - Perguntei.

— Uma cura.

🍂

Só me faltava essa, pessoas malucas me sequestrarem, atirarem na minha amiga e eu está aqui em um laboratório com cientistas malucos.
Segundo Cally, se existisse uma cura mesmo, eles iam drenar a pessoa completamente, e de qualquer maneira as pessoas nessa sala iriam morrer e eles iriam atrás de mais pessoas. Mas isso é história para fazer crianças dormir, é óbvio que essa merda não existe.

Outro susto com a porta sendo aberta, atrapalhou meus pensamentos. Dessa vez era o outro homem, o mais magro que entrou na sala. Ele parou e começou a olhar para todos na sala, até apontar para uma terceira mulher, que não era nem a Cally e nem a Emília.

— Você. - Ele falou e apontou pra ela.

Ela parecia tão triste e doente.

— Não, por favor, não. - Ela começou a chorar.

Ele foi em direção a ela e pegou em seu braço, a mulher não levantou, foi praticamente arrastada.
Me levantei e fui pra cima desse homem.

— Deixa ela! - Gritei indo pra cima dele, que a soltou no momento em que eu dei um soco em sua cabeça.

Mas parecia não ter sido nada pra ele, ele somente se virou e passou a mão no lugar que eu tinha socado. Ele me empurrou, fazendo eu me afastar.

— Você vai ter sorte se ela for quem eu estou procurando. - Ele disse. — Se não, a próxima que vai comigo será você.






O que acham que vai acontecer com nossas meninas? Será que Carl e Thomas vão encontra-las?

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