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Aceno para minha mãe e vejo ela sair com o carro, então me viro para a porta e suspiro, batendo.

— Vou fazer picadinho do Hale. Ah, ele vai ver só... — eu resmungo, cruzando os braços. — Por que ele não podia ceder só uma vez, Deus? Argh!

A porta se abre bruscamente e a garota que abriu a porta sorri divertida. Ela tem cabelos castanhos e olhos claros, parece ser mais velha que eu, tem uma aura de confiança e se veste muito bem mesmo.

— Você está com frio? — ela pergunta franzindo o cenho, observando meus braços cruzados e meu pijama quentinho e felpudo.

— Eu estou gripada, na realidade. — eu explico e estendo a mão. — Sou Prímula.

— Como a flor! Adorei. — ela sorri e eu também, então ela aperta minha mão. — Sou Laura, irmã do cabeçudo do Derek. Pode entrar.

Laura dá espaço e eu entro na casa devagar, não querendo ser mal-educada.

— Onde ele está? — pergunto, confusa ao perceber que ele deveria ter me atendido.

— Acho que se arrumando. — ela sorri dando de ombros, parecendo saber de algo que não sei.

— Jura? — pergunto e solto um gemido frustrado. — Eu não acredito que ele vai sair e me deixar fazendo o trabalho sozinha. Na casa dele.

— Ah, não! Não! Não é isso! — Laura rapidamente me contradiz. — Ele está se arrumando pra fazer o trabalho.

— Por quê? Eu literalmente estou de pijama. — eu falo, franzindo o cenho.

— Deu de perceber. Posso perguntar por que está de pijama? — ela comprime os lábios e me olha nos olhos.

— Como eu disse, estou gripada, então sou tratada como um bebê por minha mãe. Ela me fez tomar banho às quatro da tarde e eu não resisti à tentação. — eu explico e dou de ombros. — Afinal, é um trabalho escolar. De química.

Então percebo que Derek deve estar todo arrumado e eu estou de pijamas com tartarugas e lacinhos, branco e amarelo. Adorável, porém vai me fazer parecer uma criança de seis anos ao seu lado, considerando que ele tem 1,77 de altura e eu 1,60. Maldito Hale!

Antes que Laura abra a boca, uma mulher morena aparece. Deslumbrante, absolutamente. Ela tem cabelos pretos e sua pele é morena, seus olhos são castanhos escuros e ela tem um ar de poder.

Me sinto um bichinho perto dela.

— Olá, querida. Deve ser a Prímula, Derek me contou sobre você. — a mulher sorri e eu assinto. — Sou Talia, mãe dele.

— Oh, olá, sra. Hale. — sorrio para ela. — Tudo bem com a senhora?

— Tudo, querida. Espero que com você também, parece doente. — ela observa meu rosto e sorrio.

— Só uma gripe. — eu dou de ombros.

— Não acredito que Derek fez você vir aqui doente... — ela começa, parecendo que vai brigar com ele mais tarde.

— Ah, não, sra. Hale! Não poderia ser lá em casa, minha mãe está de plantão e não queria um garoto sozinho comigo. — eu reviro os olhos, ficando corada, e as mulheres sorriem uma pra outra, se divertindo comigo. — E, bom, Derek se recusou a fazer o trabalho na escola. Disse que a casa de vocês seria mais aconchegante considerando que estou doente.

— Então ele está perdoado. — Talia sorri e vejo Derek descendo as escadas.

Certo, por que é que ele tinha que estar tão bonito? Eu me sinto ridiculamente infantil agora.

— Você está de pijama. — ele observa e eu levanto uma sobrancelha. — Parece adorável.

Derek sorri e para a minha frente, me fazendo revirar os olhos e sorrir também.

— Obrigada, mas é melhor irmos fazer o trabalho. É química. — eu faço  careta e ele também.

— Tudo bem então, vamos lá pra cima. — Derek estende a mão e eu o olho com os olhos estreitos. — Me dê a mochila, você está doente.

— Doente, não morrendo. Consigo carregar uma mochila sozinha. — sorrio cinicamente e ele revira os olhos.

— Você é tão teimosa. — ele reclama e eu rio.

— Hipocrisia... — cantarolo e começo a subir as escadas, acenando para as mulheres no pé da escada.

Derek começa a subir as escadas atrás de mim e ouço Talia gritar:

— Portas abertas, sr. Derek.

Franzo o cenho, confusa por um instante, mas dou de ombros. Mãe é mãe.

Quando chego ao topo, percebo que tem muitas portas e que deveria ter deixado Derek ir na frente. Parabéns, Prímula!

Sinto uma mão pousar na minha cintura e dou um pulo, assustada, mas me acalmo ao ouvir Derek rir.

— Seu ridículo. — eu resmungo, pondo a mão no peito. — Me assustou.

— Você se assusta fácil. — ele retruca, colocando as mãos nos meus ombros e me guiando até seu quarto.

— Você que chega todo sorrateiro, eu hein, garoto. — eu reclamo e observo o quarto dele.

Cheio de pôsteres de bandas de rock, alguns livros empilhados e uma pizza não terminada em cima da escrivaninha. Sua cama é de casal e tem vários travesseiros, seu guarda roupa parece prestes a abrir, o que me faz perceber que ele deve ter juntado todas as roupas do chão e jogado ali antes de eu vir.

Contenho o impulso de me deitar na cama dele, que parece maravilhosa, mas me sento e jogo a mochila nela.

— Que cama confortável! — eu elogio e me jogo de costas nela, não conseguindo me conter.

— Você é meio folgada. — Derek fala e me apoio nos cotovelos, vendo ele sorrir.

Sua tentativa de fechar a porta é falha quando uma mãozinha aparece no vão. Logo uma garotinha de, mais ou menos, 6 anos entra no quarto e, de peito estufado, aponta o dedo para Derek:

— Mamãe disse que era pra ser de portas abertas, então ela me mandou pra ser segurança! Ela sabia que você ia tentar algo!

Eu não sei se rio da cara de Derek ou se fico chocada por Talia achar que precisa mesmo de segurança, como se algo fosse rolar. Não mesmo!

— Oi, sou a Prímula. — sorrio para a garotinha, que me olha com um sorriso enorme.

Seus cabelos são do mesmo tom de Laura e seus olhos são iguais aos de Talia, mas eles brilham com uma pureza e ela sorri largamente.

— Sou a Cora. — ela corre a minha frente, animada. — Você é a namorada dele, né? Por isso mamãe mandou vigiar?

— Ah, não sou namorada dele. — eu nego e faço careta. — Seu irmão é irritante.

— E lindo! — ela acrescenta e puxa o garoto pela mão. — Olha pra ele! Vocês seriam lindos juntos!

Então a garotinha o empurra e ele se senta ao meu lado, fazendo ela gritar animada.

— Lindos! — ela exclama, sorrindo.

Eu e Derek nos olhamos, com minha pessoa extremamente corada, então ele levanta e empurra Cora pra fora.

— Eu deixo a porta aberta se você sair, pirralha. — ele fala e a garota resmunga, mas sai batendo o pé. — Não acredito que ela acabou de tentar me vender.

Eu gargalho da cara indignada dele e puxo minha mochila, me sentando no chão.

— Então... — começo. — Trabalho de química, uh?

°°°°

Espero que tenham gostado.

Até a próxima.

19/04/2019.

Abrupto • Teen WolfWhere stories live. Discover now