× 7 ×

2.8K 247 95
                                    

O trabalho de química foi rapidamente acabado e nós pudemos começar a ensaiar, só não contávamos que toda a família de Derek estaria exatamente na sala de estar, onde o piano se encontrava. Oh, e eu não digo família como só os pais e os irmãos, não mesmo. A sala estava cheia de tios e primos.

— Então, eu acho que vou embora. — eu comento, observando o tanto de pessoas conversando, que não notaram a gente na porta. — Sabe como é, aquela história de passar vergonha na frente da sua família. Acho que jantar de pijama na frente dos seus pais já está ótimo pra uma vida. Foi literalmente o auge da vergonha alheia.

— Com certeza não. — Laura para ao nosso lado. — O auge da vergonha alheia foi Derek correndo pela casa pelado aos 5 anos, não querendo tomar banho, com uma cueca na cabeça.

— Oh meu Deus! — eu rio, tentando não tremer, enquanto vejo Derek rosnar para Laura. Espera, rosnar? — Acontece nas melhores famílias, minha mãe diz que eu também me recusei a tomar banho uma vez, mas eu me senti culpada e acordei ela no meio da noite pra me dar banho. Acho que nunca a vi tão furiosa.

É a vez de Laura rir e Derek sorri pra mim, agradecido, eu apenas retribuo.

— Tudo bem, vão lá. Ninguém vai rir se errarem algo. — Laura nos empurra em direção ao piano. — Exceto por mim.

— Como foi que ela escutou sobre o ensaio? — eu resmungo, indignada. — Esperto, você vai primeiro.

Empurro o garoto em direção ao piano e vejo ele se sentar, lentamente a família dele olha na nossa direção, então me sento também, ficando com vergonha.

— Acho que estou começando a odiar francês também. — eu murmuro e bufo, estressada.

— Preste atenção aqui, Prim. — Derek avisa e assinto.

Ele começa a tocar a música e me sinto nervosa com toda a platéia. Passo as mãos na minha calça, nervosa, mas começo a cantar os versos mesmo assim, concentrada na letra e nas mãos de Derek tocando a melodia.

Ao final da música, ainda não estou exatamente confortável, mas o alívio me consome quando ouço palmas.

— E eu acho que amo francês. — Derek sussurra no meu ouvido, me fazendo arrepiar com a respiração dele ali. — Fica sexy quando você canta.

Eu arregalo os olhos, absolutamente corada, e rio sem graça.

— Claro, com certeza. — eu comento ironicamente. — Vamos de novo, esperto.

Ele lança um olhar por cima do ombro e se vira para mim:

— Acho que eles esperam outra música.

— Acho que vamos decepciona-los. — eu respondo. — Estamos aqui pra ensaiar, não pra servir de entretenimento.

Derek me olha, desarmado, e dá de ombros, concordando. Mas Cora aparece ao meu lado, me deixando desarmada:

— Prim, vocês tem que cantar músicas francesas, não é? — ela pergunta e eu assinto. — Canta J-je va-vais t...

— Je vais t'aimer? — eu pergunto, franzindo o cenho.

— Isso! Eu vi em um filme, e você canta melhor que a moça que estava cantando lá. — ela cora e eu sorrio, envergonhada.

— Tudo bem, Cora. — sorrio para a pequena e ela beija minha bochecha, correndo para sua mãe em seguida. —Me diga que ela não sabe o que significa putains.

— Claro que não. — Derek responde, meio indignado.

— Ótimo, então podemos cantar. Sabe a tocar? — pergunto e ele mexe nos papéis, colocando a partitura da música na frente. — Você realmente estava preparado.

Abrupto • Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora