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Assim que Derek termina de contornar o desenho e o título, ele se deita ao meu lado e ficamos em silêncio, apenas ouvindo a respiração um do outro. Em dado momento, me deito de lado, para poder falar com ele de um jeito melhor.

— Você ganhou a aposta, esperto. — eu comento e ele abre os olhos, me olhando com um sorriso no rosto.

— Claro que ganhei. — ele diz convencido. — Conheço a mãe que tenho, além do que...

Antes de Derek continuar, ouvimos um gritinho e nos viramos para a porta, vendo Cora, absolutamente animada, e Laura sorrindo.

— Eu sabia que vocês namoravam! — a menor exclama, dando pulinhos.

— Nós não namoramos, Cora. — Derek retruca, se sentando ao meu lado.

— Claro que namoram! — ela parece indignada. — Estão na mesma cama! Só namorados fazem isso, não é, Lau?

— Não me coloque nessa, Cora. — Laura levanta as mãos e se vira para nós. — O jantar está pronto, podem descer.

Então ela pega Cora pela mão e a arrasta escada abaixo.

— Por que ela acha que namoramos?— pergunto, confusa.

— Não faço ideia. — Derek responde, desviando o olhar.

Certo, depois descubro.

— Me empresta um moletom? Não posso jantar de pijama. — eu peço.

— Claro, mas por que você está de pijama? — ele pergunta e coloco o moletom que tínhamos apostado.

Esse moletom vai ser meu de um jeito ou de outro! O moletom é preto e tem o símbolo do Nirvana na frente, as mangas são grandes demais para mim e fica quase até a metade da coxa. Puxo as mangas e o respondo, sem olhar:

— Tomei banho cedo, por causa da gripe, e resolvi ficar de pijama. Já que era pra ser só nós dois e sua irmãzinha.

Ele me olha culpado e sorri, coçando a nuca.

— Minha família resolveu ficar em casa. — ele dá de ombros.

— Isso meio que não importa agora. Vamos logo. — eu chamo e o puxo pela mão, com vergonha de aparecer sozinha.

Quando não consigo achar a sala de jantar, Derek ri da minha cara e me puxa pela mão até lá, fazendo todos nos olharem. Sorrio sem graça e solto minha mão de Derek, me sentando ao lado de Cora.

— Sou a Prímula. — sorrio para os desconhecidos.

Na mesa estão Talia, Laura, Cora, um homem de cabelos castanhos e olhos claros, outro homem de cabelos pretos e olhos claros.

— Sou Nick*, pai de Derek. — o homem sorri. — Ele falou muito de você.

— Tipo o que? — eu olho desconfiada para o garoto, que parece extremamente interessado em seu prato vazio.

— Que você é bonita, interessante e fatos que o fazem parecer um psicopata que te vigia o dia todo. — o de cabelos pretos sorri cinicamente. — Sou Peter, tio dele.

Ao meu lado, Derek parece prestes a pular no pescoço de Peter, mas eu rio, fingindo que acredito ser uma brincadeira.

— Claro, como se Derek tivesse tempo pra algo que não seja basquete. — sorrio debochada para o moreno ao meu lado que faz careta, mas o resto da mesa ri.

— Ah, esse cabeçudo só tem basquete na cabeça! — Laura comenta sorrindo.

— Acho que tem outra coisa... — Cora começa, mas Derek interrompe:

— Que tal nós comermos?

Logo nós estamos comendo e conversando sobre coisas variadas, até Laura se virar para mim:

— Então, Prim, o que sua mãe faz? Você disse que ela estava de plantão.

— Ela é médica. — sorrio, orgulhosa, e começo a falar desenfreadamente sobre a minha mãe. — Realmente tenho orgulho dela, ela cuidava de mim sozinha enquanto enfrentava a residência, que é basicamente quando você respira o hospital e mais nada.

— E seu pai? — Nick pergunta, curioso.

— Meu pai morreu em um acidente  de carro no início da gravidez, ele nem sabia sobre mim. — eu explico, um pouco tristonha. — Minha mãe diz que ele queria ser bombeiro.

Todos me olham com pesar e murmuram um sinto muito, exceto Peter, esse apenas me lança um olhar entediado. Eu hein.

— O que você quer ser quando crescer? — Cora pergunta.

— Policial. — sorrio para ela. — Oficial Blake... soa bem pra mim.

— Pra mim também. — a garotinha sorri. — Eu quero ser veterinária! Doutora Hale parece incrível!

— Com certeza. — eu sorrio de volta.

O jantar prossegue com um clima tranquilo, até que terminamos e eu e Laura recolhemos a mesa, já que Derek tinha que fazer alguns elementos da tabela periódica.

— Por que a Cora acha que eu e Derek namoramos? — eu pergunto para a morena.

— Você é direta. — Laura murmura. — Brincadeiras a parte, Derek falou bastante de você por esses dias e, realmente, ele parecia muito admirado com você.

— Comigo? Por quê? Achei que ele estava de olho na Paige. — minha voz sai em som estrangulado e ela ri.

— Não mesmo! — ela nega. — Ele disse que você é linda, incrivelmente fofa, inteligente de um jeito que nem sabe, perspicaz e um pouco tímida. Disse que sempre cora quando ele olha demais nos seus olhos.

E, como ironia, eu me sinto corar, fazendo a garota sorrir.

— É que ele me olha de um jeito... intenso. — eu resmungo e ela levanta uma sobrancelha, o que me faz grunhir e bater o pé. — Parece que ele está olhando minha alma! As vezes eu acho que ele faz de propósito isso! Como se soubesse que os olhos dele são lindos e me castigasse por isso.

Laura solta uma gargalhada e coloca o prato na mesa, quando ela ia começar a falar, Derek aparece na sala de jantar.

— Sua mãe está te ligando. — ele estende o celular e o pego rapidamente, atendendo.

— Oi, mãe! Tudo bem ai? — eu pergunto, virando de costas para os dois.

— Prímula Blake! Que história é essa de que Derek e você estão sozinhos em casa? — ouço minha mãe, profundamente irritada.

— Como é?! — minha voz sai esganiçada. — Que sozinha o que, mãe! Estou eu e a família toda do garoto.

— Estou indo aí, se vocês estiverem sozinhos eu castro esse garoto! — ela exclama. — E você sabe que eu tenho materiais pra isso!

°°°°°

* = o nome foi dado por mim, já que em nenhum momento da série ele é citado.

Espero que tenham gostado.

Até a próxima.

19/04/2019.

Abrupto • Teen WolfWhere stories live. Discover now