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Fecho a porta do armário com raiva de Derek transbordando pelos meus ouvidos. Eu não acredito que vou ter que fazer um trabalho com ele! Esse ridículo! Certo, talvez eu esteja sendo má perdedora, mas isso não importa.

Ando até a cantina e pego meu almoço, me sentando em uma das mesas afastadas. Ninguém merece Derek Hale. É isso.

Vejo uma bandeja ser posta na minha mesa e levanto o olhar, vendo Derek Hale e seu sorriso convencido ridículo.

— Não mesmo. — eu resmungo e o vejo se sentar, então reviro os olhos. — Não farei mais um trabalho com você! Um já é castigo suficiente!

O moreno me lança um olhar magoado e eu suspiro. Por que tão emotivo, Deus?

— Eu só não quero ter que passar vergonha na frente da sua família de novo. — eu explico e ele enfia uma batatinha na boca, com o olhar magoado indo embora. — Digo, eu fui de pijama pra sua casa! De pijama!

— É só não aparecer de pijama de novo. — Derek sorri, cruzando os braços sob a mesa. — Além do que, minha família adorou você. Exceto Peter, mas ele meio que não conta.

— Ele não é seu melhor amigo ou algo assim? — eu estreito os olhos para ele.

— Mais ou menos. — o moreno encolhe os ombros. — Mas ele não gosta de ninguém, então você está a salvo.

— Certo... — eu estreito os olhos, com a cabeça inclinada. Não tenho tanta certeza assim. — O que acha que devemos fazer para o trabalho?

— Bom, eu sei tocar piano. — Derek comenta.

— Minha mãe diz que canto bem, podemos fazer algo a partir disso. — eu começo a me animar.

Cantar em francês é maravilhoso, parece mil vezes melhor que o inglês. A música francesa é realmente linda.

— Eu sei tocar Ne me quitte pas do Jacques Brel. — ele sugere e sorrio.

— Essa música é ótima! Vai ser essa mesmo. — eu falo e fazemos um high-five.

— Podemos ensaiar hoje, quando terminarmos o trabalho de química. — Derek sugere.

— Claro! Isso vai ser ótimo. — eu sorrio. — Música francesa é a melhor.

O moreno apenas concorda com a cabeça, já que está com a boca cheia de comida.

— Você é um buraco sem fundo. — eu rio, percebendo o tanto de comida que ele serviu.

— Metabolismo de... — ele se interrompe e eu franzo o cenho. — Jogador de basquete, sabe como é, muitos exercícios.

— Claro, claro. — concordo debochadamente.

Esse garoto claramente esconde algo, mas enquanto não interferir na minha vida, tudo bem.

Meu celular toca e eu sorrio vendo o nome de minha mãe, atendo rapidamente e falo antes dela:

— Você comprou, não comprou? Eu sabia! Você não ia me ligar a toa!

— Sim, eu comprei, chatinha. — ouço ela responder e sorrio largamente. — É bom você não gritar por esse telefone, preciso ouvir meus pacientes pelo resto do dia ainda.

— Tudo bem, eu surto depois. — dou de ombros, meu sorriso não abandona meu rosto. — Vou fazer outro trabalho com Derek, de francês.

— Você está gostando dele, não está? — ela pergunta e vejo Derek se remexer, como se estivesse ouvindo. — Porque você geralmente começa a odiar seus ex-parceiros de trabalhos.

— Não, mãe! Você tá meio fixada nisso, vai meditar. — eu resmungo e ouço ela rir. — É que perdi uma aposta, aí vou ter que aguentar ele pelo resto do semestre.

Mostro a língua pro garoto, que ri e devolve.

— Tudo bem então, mas nada me tira da cabeça que, pelo menos, ele gosta de você. — ela responde e eu reviro os olhos, dramaticamente. — Tive uma ideia! Chama ele pra fazer o trabalho em casa no dia da minha folga. Vou estudar o garoto e te conto meu parecer depois.

— Ah, mãe, o trabalho tem a ver com o dia dos namorados, sabe? Francês e romance, blá blá blá. Aí vou cantar uma música e ele vai acompanhar no piano. — eu explico, fingindo que ela perguntou sobre o trabalho.

— Ele está bem na sua frente não é? — ela pergunta e eu confirmo. — Ótimo! Comunique à ele que o trabalho vai ser ensaiado na nossa casa... segunda-feira. Boa sorte, chatinha.

— Obrigada, mamãe. — eu reviro os olhos e nos despedimos. — Vamos ter que ensaiar o trabalho na minha casa na segunda, minha mãe não quer que eu vá muito na sua casa. Ela ainda não confia em você o suficiente pra eu ir demais lá.

— Claro, pode ser. — Derek sorri estranhamente e eu franzo o cenho. — O que? Eu quero conhecer sua casa.

— Você é estranho, esperto. — eu resmungo e enfio uma garfada de macarrão na boca.

— E você parece uma criança comendo. — ele ri e estende um guardanapo, que pego com raiva e limpo a boca.

Derek murmura algo que não entendo, mas resolvi deixar pra lá. Não é como se ele fosse me contar o que murmura, afinal, ele não murmuraria se quisesse que eu ouvisse.

— Temos economia agora. — ele sorri pra mim.

— Claro, vamos. — eu respondo.

Ele tem o sorriso tão fácil e tão bonito... espero que isso não mude tão cedo.

Nós caminhamos pelo corredor lado a lado, com as pessoas o encarando. Claro, ele é popular demais pra andar por ai em paz, é óbvio demais.

Mademoiselle Blake. — Derek sorri, parado ao lado da porta, com uma pequena reverência.

(Senhorita Blake).

Merci monsieur. — eu sorrio de volta e entro na sala.

(Obrigada, cavalheiro).

Ouço o garoto rir e sinto sua mão na minha, me puxando para os nossos lugares.

— Aí, Hale, hein! — ouço um garoto comentar, com certeza em relação à mim.

— Ei, qual é a sua? — pergunto, indignada. — Parece que nunca viu um casal. Vai arranjar o que fazer.

— Sua garota é bravinha, hein? — o garoto debocha e eu solto um grunhido, me levantando, mas sinto Derek puxar minha mão.

— Deixa de ser babaca, Simons! Só porque eu estou com uma garota? Isso não me faz um vencedor. — ele retruca. — Só faz de você um idiota por ter falado isso.

O tal de Simons se encolhe e eu bufo.

— Odeio adolescentes! — reclamo, cruzando os braços.

°°°°°

Espero que tenham gostado.

Até a próxima.

20/04/2019.

Abrupto • Teen WolfWhere stories live. Discover now