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Eu acabei sendo convidada para jantar novamente, felizmente dessa vez eu estou com uma roupa apresentável, e conheço uma parte da família Hale, a outra parte eu já fui apresentada, o que me deixou um pouco confiante. Eu disse um pouco.

— Você canta muito bem. — Talia aparece e eu sorrio, envergonhada. — Você gosta do meu filho?

— A senhora é bem direta. — eu murmuro, engolindo em seco.

— Quando se trata dos meus filhos. — ela sorri levemente e se senta ao meu lado, cruzando as pernas.

— Eu não... tenho certeza. É estranho e confuso. — eu comento inclinando a cabeça para a direita.

— "O mais triste é que eles se amavam, mas os dois eram jovens demais pra saber amar. Cheia de dúvidas, ela fugiu." — a mulher cita.

— O pequeno príncipe. — eu murmuro e ela assente. — Mas a frase original é com o pronome masculino, não feminino.

— É porque eu conheço meu filho, ele não fugiria disso. Você seria a mais inclinada a fugir do sentimento. — Talia responde. — Mas pela sua cara, nenhum dos dois vai fugir. Fico feliz.

Então, com um sorriso no rosto, a mulher se levanta e sai da sala, me deixando toda confusa. O que só piora quando Derek se senta ao meu lado, com uma cara estranha.

— Não me contou que seus tios vinham te visitar, eu não teria vindo. — eu comento, mexendo nos meus dedos.

— Ah, não. — ele ri. — Meus tios moram aqui, ontem eles estavam... viajando.

— Oh! — eu fico surpresa e rio. — Se eu morasse com meus primos, com certeza já teríamos nos matado, e minha mãe enlouquecido.

Derek solta uma risada e olha para os primos:

— Nós não nos falamos tanto, digo, nos amamos e etc, mas não somos como melhores amigos.

— É normal, eu mesma só vejo meus primos no natal. — eu dou de ombros e puxo a manga da blusa, mostrando uma pequena cicatriz no pulso. — Vê? Isso foi meu primo Nate que queria ver um filme de ação, enquanto eu queria ver um filme da Barbie. Natal de 99.

Ele franze o cenho ao observar a cicatriz, parecendo irritado, mas eu sorrio divertida:

— Nem precisa se preocupar, ele tem uma linda cicatriz no braço de quinze  centímetros. Eu tinha unhas longas na época.

— Você foi criada por lobos? — Derek pergunta sorrindo e Laura, que está perto o suficiente para ouvir, gargalha.

Acho que perdi uma piada interna aqui.

— Não, pior: Fui criada por Penelope Blake, a louca que queria te castrar. — eu sorrio. — A mesma mulher a qual você vai ir visitar. Te desejo sorte.

Dou tapinhas no seu ombro e Derek faz careta pra mim, mostrando a língua, o que eu devolvo.

— Ei, dois. Hora de comer! — Erick, um primo de Derek, avisa e sai da sala de estar.

Me levanto e, mesmo já sabendo o caminho, Derek segura minha mão e me guia até a sala de jantar. Nos sentamos lado a lado e o jantar começou tranquilamente, com comidas excelentes.

— Eu gostaria de saber... — Laura começou, cortando um pedaço de carne. — Por que vocês resolveram cantar uma música francesa e romântica?

— É um trabalho da escola, para o dia dos namorados. — eu explico, tranquilamente. — Como francês é um idioma romântico e blá blá blá, a professora decidiu que deveríamos apresentar algo.

— Interessante... dia dos namorados, uh? — Leon, um dos primos de Derek, pergunta. — Tem planos, Prímula?

Derek lança a ele um olhar cortante, o que faz com que o sorriso do loiro se alargue, o que me faz revirar os olhos.

— Não, não tenho nenhum plano exatamente. — eu respondo. — Mas...

— Então que tal... — ele começa a me interromper.

— Não me interrompa. — eu o olho, irritada. — Continuando, mas eu acabei de resolver que irei em um encontro super romântico comigo mesma, vai ser maravilhoso. Mamãe vai me levar ao restaurante e eu vou ser super gentil comigo mesma, não me interrompendo, nem flertando de forma grosseira, como você acabou de fazer.

Sorri cinicamente para o garoto, que desviou o olhar, envergonhado, enquanto a mesa estava em um silêncio constrangedor.

— Acho que você não é tão sonsa quanto achei que era. — Peter comenta.

— Claro que não sou! — eu retruco, torcendo o nariz. — Eu nasci mulher, se eu não falar: "Não me interrompa" e coisas do tipo, vou morrer calada e submissa.

— Viva a revolução! — Sarah, tia de Derek, levanta a mão em punho e eu e Laura fazemos o mesmo. — Garota, você definitivamente deve virar uma Hale.

Abro a boca, chocada, e fico corada, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Ótimo frango, sr. Hale. — sorrio para o homem, já que vi ele cozinhando quando fui tomar água.

— Sorrateira, mas obrigado. — ele sorri de volta.

A mesa volta ao papo descontraído de antes e como tranquilamente, sem flertes grosseiros ou Peter sendo um saco comigo. Certo, essa última parte é mentira, o cara me odeia.

Assim que o jantar acaba, eu resolvo lavar a louça junto com Derek, Laura e Peter, com os dois últimos apenas secando.

— Me diga, Prímula, você já sabe do probleminha peludo de Derek? — Peter pergunta e ouço o garoto ao meu lado rosnar.

Franzo o cenho, achando isso familiar.

— Probleminha peludo? — pergunto lentamente.

Eu me lembro disso...

— É que Derek tem um coelho, sabe. Ele é bem encrequeiro. — Laura diz rapidamente.

Abro a boca, totalmente chocada. Olho para o garoto ao meu lado, seria possível? Não, não mesmo.

Ouço o carro de minha mãe buzinar e me afasto da pia, secando a mão, sob os olhares cautelosos de Derek e Laura.

Sorrio fracamente para eles e pego minha mochila na sala, saindo da casa rapidamente.

Entro no carro de minha mãe com apenas uma pergunta: Quais são as chances de Derek ser um lobisomem?

°°°°°

Espero que tenham gostado.

Até a próxima.

21/04/2019.

Abrupto • Teen WolfWhere stories live. Discover now