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(Escutem a música na mídia, se chama I wanna be yours - Arctic Monkeys).

O mundo é um lugar estranho, não? Ao menos eu acho isso.

Talvez nós, seres humanos, façamos com que ele seja estranho.

Vivemos, aprendemos, tentamos entender o que não aprendemos e morremos. Fim. Quem lê, pode até achar que é uma jornada curta. Se bem que, para algumas pessoas, é.

Perder alguém é horrível, mesmo quando você não conheceu - como meu pai, que teve uma jornada um tanto curta ao meu ver -, pois deixa um vazio ali. Bem no peito. Você não sabe o porquê até que pensa naquela pessoa e fala: É isso! Por isso dói tanto!

Todavia nem sempre achar a fonte da dor faz ela sumir. As vezes até aumenta, pois passamos a pensar constantemente nessa pessoa e na dor, e no vazio, e no pesar, que ela deixou. Percebemos que é, como Clarice Lispector disse, faltar um dente na frente: excruciante. A falta que faz é a mesma.

Vejo Derek ao longe e sinto minha mente flutuar e meu coração acelerar - tenho certeza que vi um sorriso convencido/bobo no rosto dele.

Percebo que ele é o motivo de eu divagar sobre a morte. Pois, quando você ama, você pensa nisso, na perda, na morte.

O amor está diretamente ligado com o pesar da morte. Já percebeu que só sentimos realmente a morte de uma pessoa quando a amamos? Quando sequer a conhecemos, não sentimos tanto, pois o amor está ligado ao pesar da morte. Simples.

— Oi, Prim. — Derek sorri pra mim ao parar na minha frente.

— Oi, esperto. — eu sorrio de volta, sentindo as borboletas no estômago ao olhar seus - incríveis - olhos verdes. — Podemos ensaiar para o trabalho de francês na sua casa hoje? Mamãe vai fazer um plantão.

— Certo. Mas eu tenho treino de basquete depois da aula, pode me encontrar lá? — ele pergunta e eu assinto, sorrindo levemente. — Preciso te contar algo, então é bom ir mesmo.

Eu sorri, sentindo o coração acelerar, e ele sorriu de volta. Provavelmente ouviu as batidas... maldito Hale! Porém, eu o amo e me sinto extasiada por saber que ele vai, provavelmente,  me contar sobre... bem, seu probleminha peludo.

— Ok, tenho aula de artes agora. Boa aula. — eu digo e, hesitante, dou um beijo na bochecha dele.

— Boa aula. — Derek murmura enquanto saio, pondo a mão na bochecha que beijei.

Sorrio, me sentindo explodir de felicidade e absolutamente animada.

As aulas passaram lentamente, para ser honesta, com toda minha ansiedade e animação, mas eu finalmente fui para a casa dos Hale's com uma carona de Laura.

A viagem até a casa deles foi curta e silenciosa, em sua maior parte ao menos.

— Espero que não magoe meu irmão. — ela falou focando na estrada e eu olhei-a.

— Acredito que seja mais fácil ele me magoar. — eu sorri, brincando, e Laura me olhou de forma longa demais pra quem estava dirigindo. — Eu me importo demais com seu irmão, Laura. Se eu o magoar, não seria de propósito.

Eu quase disse que o amava, mas decidi que o primeiro a ouvir isso seria Derek.

— Certo, fico feliz. — Laura sorriu e a tensão se dissipou facilmente. — Acho que serão felizes juntos, mas...

A Hale comprimiu os lábios e eu peguei no ar.

— Apenas se eu o aceitar? — eu pergunto e ela me olha estranho, mas assente. — Desconfio que ele tenha um probleminha peludo desde que Peter falou. Sou fã de Harry Potter e a forma que vocês falaram...

Abrupto • Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora