Seul - SuperCorp

Capítulo 23

É justamente nos dias ruins
Que a vida ensina a gente a melhorar
Não adianta substituir
Pois cada peça tem o seu lugar

Acreditar no amor
É ter certeza que a dor vai passar

POV LENA

Os meses se passaram e eu continuei vivendo o conto de fadas, eu e Kara estávamos nos reconhecendo e era como se apaixonar de novo, cada dia mais pela mesma pessoa a anos. A gente se virava para se ver, devido a nossa extensa carga horária de trabalho. Acredito que a parte mas difícil da relação foi recuperar a confiança e superar o passado, mas eu precisei entender que não havia como superar e sim eu precisava aprender a viver com ele e pra ser feliz com Kara, eu tinha que ignora-lo todos os dias, embora meu coração doe-se de medo todas as vezes que ela precisava ir embora. Ao mesmo tempo, hoje me sinto menos frágil do que a anos atrás, eu não era mais um adolescente que iria viver o inferno após o coração ser partido. Eu entendi que a chance que eu e Kara estávamos tendo, era única e pouquíssimos casais teriam essa sorte.

Confesso que muitas vezes, em alguns momentos de solidão eu me pego pensando no passado, talvez eu devesse ter feito mais seções de terapia para supera-lo. Eu me lembrava de como procurei Kara em cada mulher de Londres, como procurei sua voz, seu jeito, seu perfume, eu nunca encontrei nada igual e bom, entendi que não era pra encontrar. Kara era o meu destino, o passado, presente e futuro. Me lembrava de cada noite fria que passei, mal respirava e mal me mantive, a ausência dela me furtou de tudo, levou minha alma e só sobrou um cenário destruído e uma mulher que não se conhecia mais.

Ao rever Kara me veio o caos e eu me prendi em uma parede que não havia saída, eu nenhum momento eu pensei em negar ou fugir, essa sempre foi a nossa grande diferença, eu não fugia, nunca. Mas foi Kara que se esforçou para voltarmos e foi nela que eu enxerguei a felicidade novamente, uma felicidade que eu acreditava nem mesmo merecer. Tudo me lembrava Kara, as ondas do mar ao azul do céu de uma manha de primavera, as lembranças ruins foram sendo reescritas por novas lembranças e a gente ate ensaiava voltar em Paris.

Esse final de semana finalmente iria conhecer sua mãe, iriamos viajar para o interior. Lucy aceitou a oferta de emprego e se mudou, Sam já estava quase recuperava, virou um assunto proibido quando nos reuníamos. Maggie e Alex seguiam bem, do jeito delas. Winn decidiu acompanhar a viajam para Sam não ficar totalmente de vela em meio a vários casais. Ah, Winn também se tornou funcionário da L-Corp realizando seu grande sonho, trabalhávamos bem e em diversos projetos. Eu ainda mantinha contato com Lucy por causa dos assuntos profissionais do governo, apesar de que nossa ultima conversa fiquei sabendo que irão trocar a função dela por uma outra pessoa que possa acompanhar o programa de segurança de perto.

– Animadas? – Se via uma Kara extremante feliz.

– Não sei, Ka. E se sua mãe me odiar?

– Ela vai te amar, Lee. Você já é a cunhada preferida – me abraçou.

– Pelo menos enquanto ainda respira, Luthor. – Maggie me olhou com ciúmes

– Que horror, eu não sei porque sou sua amiga e moro na mesma casa que você correndo risco de vida.

– Porque você me ama.

– Eu não teria tanta certeza disso – rimos.

A viagem seguiu tranquila, Alex dirigia com Winn e Kara e eu seguia atrás com Maggie e Sam, decidimos ir assim após as intensas reclamações de que ficariam de vela. O lugar era lindo, o máximo de contato com a natureza, a casa era grande e a praia ficava a poucos metros, era o lugar perfeito para viver com Kara quando a aposentadoria chegasse, embora Kara afirme que eu nunca irei conseguir largar o meu trabalho. O que por um lado era verdade, eu amava o que fazia e valorizava o quanto trabalhei como ter os prestígios de hoje, porem mal sabia Kara que eu largaria qualquer coisa por ela. Me tornei uma sapatão melancólica e romântica. Dividimos os quartos, eu fiquei com Kara no seu antigo quarto, assim como Alex e Maggie, Sam ficou no quarto de hospedes e Winn ficaria na sala mesmo.