Livro 1 - Saga A Capa
Na pacata cidade de Santa Mariana, onde absolutamente nada de extraordinário acontece, Luzianna Harper vive sua adolescência ao lado da mãe, a enfermeira Delilah Harper. Assombrada desde a infância pelo acidente que matou o pa...
Preparado para descobrir o mundo que existe bem de baixo de nossos olhos?
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As semanas haviam passado e tudo ocorreu como eu disse que ocorreria. Nenhum de nós olhou na cara de Luzianna. Minhas aulas que tinha com ela foram trocadas e ela também não parecia querer reaproximação. Eu passei os dias de semana indo para a escola, chegando em casa e ficando no meu quarto. Eu estava mais amarga que o normal e mais triste também.
Gerald estava certo, a poção realmente fazia a depressão voltar mais forte ainda.
Falando no gênio, o mesmo não havia falado comigo nessas semanas. Só aparecia fisicamente para ir a escola – que, aliás, eu havia faltado por metade da semana – e fazer coisas que ele precisava de seu corpo físico. Ele não invadia minha mente ou coisa parecida.
Ele queria me dar tempo para pensar. Refletir sobre as palavras de madame Voodoo. E principalmente, achar uma maneira de me curar.
Eu só queria que ele entendesse que eu não quero estar bem.
Seu gelo durou semanas, até que em uma manhã quente de primavera, logo no começo de abril, o gênio entrou no meu quarto com tudo. Abrindo a janelas e desligando meu disco do Evanescence.
– Jasmim Rosália Rivera! – Gerald gritou meu nome inteiro enquanto abria cada uma das janelas do quarto, fazendo com que eu gemesse quando a luz do sol entrava em contato com minhas retinas frágeis.
– Que merda que 'tá acontecendo? – Grunhi enquanto me cobria até a cabeça. Meus olhos agradeceram por isso.
– Nada disso, mocinha! – Com a força da mente, o gênio puxou o cobertor de mim, fazendo com eu me encolher completamente. Não estava exatamente frio, mas eu só quis me encolher, como se isso fosse me proteger. – Jasmim, você está assim a quase três semanas. Não come, não toma banho e nem procura sua mãe. Querida, você está se matando aqui.
– É essa a ideia, Ger. – Me levantei, sentindo tontura por ficar de pé depois de quase uma semana. – Já que minha querida mãe não quer ser encontrada, saiba que eu não vou mais fazer esforço nenhum, eu só não me mato porque sei que você e Mitzy estariam perdidos sem mim, e eu os amo o suficiente para não querer que vocês sofram.
– Jasmim. – O meu nome saiu como um suspiro da boca do gênio. O mesmo se sentou na cama e fez sinal para que eu me sentasse também. – Eu não devia estar te falando isso, na verdade, mas eu não posso ficar vendo você sofrer por um medo que sua mãe tinha...
Me aproximei mais do gênio, pronta para ouvir tudo o que ele quisesse.
– Só existe um jeito de você encontrar sua mãe. Um jeito que pode ser extremamente mais difícil, principalmente para alguém como você.
– Eu sou Jasmim Rivera, tirando viver, nada é difícil para mim.
– Você só poderá encontrar sua mãe quando você se encontrar.
