• De volta para casa •

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LAMAR IS BACK BITCHES!!!

Any POV

No dia seguinte partimos antes do por do sol, Heyoon se concentrava em pilotar a aeronave e nos levar ao Brasil em segurança, seria um vôo de mais ou menos oito horas, vez ou outra era possível escutar Shivani pelo rádio, mesmo após uma longa noite de sono Sabina e Krystin dormiam esparramados em seus respectivos assentos.

Estava em meu lugar, aquela era a mesma aeronave que havia me levado a academia menos de cinco meses atrás, agora pensar em minha vida antes de tudo isso aqui faz parecer que foram séculos atrás. Josh estava no assento de frente ao meu, ele jogava algum jogo em seu celular que emitia um som irritante vez ou outra. Tentei cochilar um pouco, mas meu corpo estava atento demais a tudo ao meu redor para que pudesse dormir. Depois das falhas tentativas de pegar no sono decidi me sentar junto com Heyoon na cabine do piloto.

— Quanto tempo até chegarmos lá? — Perguntei, não queria soar irritante, mas eu já estava cansada de ficar naquele ambiente.

— Cinco horas. — Heyoon disse e eu bufei. — Por que não vai ficar com o seu namorado, hein?

— Primeiramente, ele não é meu namorado. — Disse.

— Mas eu vi vocês dois dormindo juntinhos nas ultimas duas noites.

— Não aconteceu nada. — Podia sentir minhas bochechas corarem e fiquei grata por ter fechado a porta da cabine de forma que ninguém pudesse escutar nada do que era dito ali.

— Mas você gosta dele né? — Heyoon indagou.

— Sim . — Admiti.

— E ele gosta de você, pra caramba.

— Você acha? — Perguntei, eu tinha plena consciência de tudo o que havia acontecido entre nós dois, principalmente nesses últimos dias, mas parte de mim tinha dificuldade de aceitar que talvez Josh tivesse sentimentos por mim tão intensos quanto os que eu tinha por ele.

— Eu tenho completa certeza disso. Eu conheço o Josh a mais de um ano, desde que ele entrou na academia. Ele sempre foi um garoto super egoísta e arrogante, em um nível que me deixava com ódio, mas ele era uma pessoa legal as vezes. — Heyoon disse. — Ele dificilmente se importava com alguém alem dele mesmo, não ligava nem para os irmãos. Depois que você apareceu ele mudou completamente e por mais que ele odeie admitir ele começou até a se importar com os outro.

Soltei uma leve risada em pensar que o Josh nem sempre foi legal e atencioso como era comigo.

— O que eu quero dizer é — Heyoon continuou. — Ele realmente gosta de você, talvez eu não saiba te dizer o quanto, mas se ele fez tudo isso por você pode ter certeza que é muito.

Passei mais uma hora conversando com Heyoon sobre assuntos aleatórios até que a coreana me avisou que eu estava distraindo ela e como isso seria altamente perigoso. Quando voltei para a parte onde estavam nossos assentos, Sabina e Krystian, agora acordados, estavam discutindo sobre o último episódio de uma série qualquer que eu não assistia. Josh não estava mais ali, pensei que ele provavelmente estivesse no banheiro,até que me lembrei de um quarto que existia no fundo da aeronave, feito para o caso e longos vôos. Quando entrei no cômodo Josh estava deitado na cama fitando o teto, ele olhou pra mim e deu um leve sorriso quando notou minha presença, mas logo voltou para a posição que estava.

Deitei-me ao seu lado na cama de casal e senti seu braço envolver minha cintura, senti minha pele arrepiar com o contador inesperado, Josh me puxou para mais perto dele e eu deitei minha cabeça em seu peito, passamos longos minutos ali sem dizer se quer uma palavra apenas encarando o teto e sentindo a presença um do outro.

— Você sabe que eu nunca fui uma boa pessoa, né? — Josh disse quebrando o silêncio confortável. — Boa parte disso eu posso atribuir ao meu pai, quem ele é e a forma que ele me criou.

— Porque você está dizendo isso? — Perguntei.

— Porque eu sei que nesse momento meu pai vai usar de tudo pra vencer e principalmente te desestabilizar, então quero que você escute de mim tudo , para que quando ele tentar usar isso contra você não te afete. — Ele disse. — Pronta pra escutar a história da minha vida?

— Uhum. — Murmurei.

***

Quando pousamos no Brasil já se passavam das 13 horas, o sol estava quente e eu quase não me lembrava que durante a época de Natal no hemisfério sul era verão. Pousamos no aeroporto de congonhas bem em meio a cidade de São Paulo onde eu havia morado praticamente toda a minha vida.

O plano era o seguinte, enquanto Josh e eu íamos até a minha casa buscar o que Belchior quer, Heyoon ficaria aguardando no aeroporto e se comunicando com Shiv para saber como as coisas estavam na academia. Sabina e Krystian iriam se encontrar com os pais dele para vigiarem a casa de Raíssa, pois tínhamos plena consciência de que lá seria o primeiro lugar onde Belchior iria me procurar. Quando todos estavam prontos nos despedimos como se fosse a ultima vez que nos veríamos eu torcia do fundo do meu coração para que não fosse.

Josh e eu pegamos um taxi até o MASP, eu amava aquele museu e era o meu lugar favorito quando eu era criança, principalmente porque era onde ficava o portal para a minha antiga casa. Os pais de Raíssa nunca me esconderam as coisas da minha vida então sempre me disseram que eu tinha poderes e que isso era algo extraordinário e especial, quando podiam eles me levavam até a minha antiga casa, já que só eu podia abrir a passagem, algo sobre ser um feitiço de sangue, e lá eu estudava sobre feitiços e o mundo bruxo no que um dia foi o escritório do meu pai. Conforme fui crescendo parei de gostar tanto dessa parte de mim, fiz de tudo para parecer comum, não aguentava ter que esconder uma parte inteira de minha vida das pessoas que conhecia então passei a ignorar e me fechei para o mundo bruxo.

Era estranho voltar agora depois de tantos anos. A tocar na parede que parecia tão ordinária quanto as outras ao seu redor um brilho reluzente surgiu, minha visão ficou turva ou era apenas a parede se movendo levemente, no momento não conseguia decidir entre qual dos dois. De repente uma abertura se formou como um arco, segurei firme a mão de Josh dando um passo logo em seguida, meus pés alcançaram um gramado que um dia foi macio, mas agora devido ao descaso e abandono parecia mais uma mata alta, andamos mais um pouco e o portal atrás de nós tornou a fechar-se. Podia ver uma casa de cerca de dois andares e um pequeno cômodo extra no terceiro andar, que lembrava ser o sótão, caminhei até a entrada e como era de se esperar estava destrancada. Uma onde de poeira me atingiu quando abri a porta me fazendo tossir, o lugar estava todo empoeirado e corroído pelo tempo.

— Sua casa parece legal, só um pouco caidinha. — Josh disse.

— Muito engraçado, Beauchamp. — Eu disse revirando os olhos para suas piadas em horários péssimos, mas parte de mim estava grata por ele estar tentando ao máximo aliviar a tensão no ambiente. — Você procura nesse andar e eu vou lá pra cima.

— Você ao menos sabe o que estamos procurando? — Ele perguntou.

— Não, mas vou saber quando encontrar.

Forbidden Love • Beauany • Livro 1Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum