• Capítulo 40 •

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Kauã⚓

Era ódio e dor misturados.

Parecia que o mundo tinha caído sobre minha cabeça apertando a mesma me fazendo ficar sem saber o que fazer.

Eu não era tão próximo assim dela, um filho presente, mas ela é minha mãe cara.

Quem me colocou no mundo e me deu amor depois que voltou.

Parecia que eu tinha perdido minha própria vida.

Perder alguém é um sentimento perturbador.

Tudo o que eu sentia era ódio por isso ter acontecido.

Por que isso foi acontecer? Foi por que eu merecia? Eu não entendo.

Por que não me levou no lugar dela? Injustiça, parece que agora sem ela eu sou um nada.

Quando sempre eu precisava ela me ajudava, eu amava ela, na verdade eu amo ela ainda.

Às vezes não entendo os planos de Deus, sinceramente.

Kauã: Ontem mesmo eu estava com ela Carol, agora hoje eu não posso ir vê-la. Porque ela tá morta, morta cara. Por que disso cara? Pra que isso foi acontecer?

Carol: Nunca vamos entender Kauã, talvez seja porque era a hora dela ir, se não fosse agora seria logo depois. De outra forma, qualquer forma. Se aconteceu, é porque era pra acontecer.

Kauã: Foi insuficiente aqueles anos todo dela longe de mim? Agora que estávamos bem, juntos. Isso acontece, queria que fosse eu no lugar dela. Eu devia morrer, e ela viver.

Carol: Não diga isso Kauã! Palavras têm poder, nunca fala mais isso.

Kauã: Se tem poder eu devia ter falado mais antes né, devia ter falado muito para mim morrer e ela ficar. Será que agora tem poder se eu falar pra ela voltar e eu ir?

Carol: Para, você tá maluco.

Kauã: Eu maluco? Sério mesmo? Eu não sei se vou aguentar, sem ela aqui...parece tudo mais sombrio.

Carol: Tudo vai passar amor, eu, seu pai a Vitória. Todos estamos aqui para ajudar você no que você precisar. Eu vou te dar todo o suporte preciso, pra te ver bem novamente.

Ela me abraçou, aquele abraço me fez sentir a vontade imensa de chorar, de tirar tudo aquilo de mim.

Ela me faz sentir assim, bem tá ligado.

▪▪▪

Vitória: Eu te amo cara, vou sempre estar aqui do seu lado. Eu e seu pai vamos te ajudar a superar, e se você quiser a gente te leva naquele psicólogo para te ajudar.

Kauã: Não precisa, só o carinho de vocês e o tempo vai me ajudar.

Lobão: Nós te ama pra caraí.

Sorrir recebendo um abraço dos dois, eles são meus pais, minha família tá ligado.

Posso ter amigos, minha vó, minha tia, até a Carol, que eu sei que sempre vão estar aqui comigo.

Mas eu tenho mais absoluta certeza que eles dois são os que mais dão atenção e amor.

Kauã: Sei que ela não foi a melhor mãe, mas era mãe né.- eles assentiram- Agora minha verdadeira mãe é tu.

Vitória: Pra mim, você sempre foi meu filho.

Lobão: Sonhei demais pra esse momento, tá ligado, ver as pessoas que eu mais amo assim do meu lado.

Kauã: Vai chorar coroa?

Lobão: Choro não, sou homem rapá.

Vitória: Pode parando, que qualquer homem chora, você é humano e humano chora, rir e ama normalmente- falou pegando Jasmine no colo.

Kauã: Aula de ciências? Odeio.

Lobão: Papo reto.

Vitória: Vocês são chatos, né filha, papai e irmão são ridículos. Vou levar ela pro quartinho dela.- saiu do quarto.

Kauã: Eu vou pra casa da Carol, vou passar a noite lá.- levantei da cama deles.

Lobão: Juízo tu lá com ela, pra mim ser avô ainda tá cedo.

Kauã: Nós só troca beijo pô.

Lobão: Beijo em baixo e em cima né.

Gargalhei e fiz toque com ele, sai de casa e fui diretamente para a casa da Carol.

Tava doidão pra ficar deitadinho com ela na cama sabe, ela me acalma em todos os momentos, aquela baranga.

Cheguei em frente a casa dela vendo a mesma conversa com o BN, parei bem atrás dele e ela me olhou.

Carol: Amor...

BN: Olha só quem apareceu, o boiola do teu namorado.

Kauã: Cala a boca, sai daqui antes que eu te tire a força.

BN: Desculpa mas a mina me convidou, algum problema? Se está incomodado que se retire, valeu?

Kauã: Você fez o que Carol?

Carol: Eu posso te explicar...ele veio dar um recado para minha mãe, não sei se você se lembra, mas ela está ficando com o Barone. E ele veio trazer um recado dele para ela.

Kauã: Inventa não, valeu?

Carol: Eu não estou inventando, tá maluco? Pena que você não acredita em mim.

Kauã: Como eu vou acreditar se você tá aqui fora falando com esse marginal e você vestida com essa mini roupa?

Carol: Kauã, me esquece. Tá bom?- puxou Bn para entrar em casa e fechou a porta na minha cara.

Eu não acredito que ela foi capaz de fazer isso, pô, deixar aquele maluco entrar em casa? Já é sacanagem.

Perdi a total confiança com ela depois disso. Acabou.

Não quero nem pensar no que ele pode fazer com ela.

Indomável Where stories live. Discover now